sábado, 27 de outubro de 2012

Mário Lisboa entrevista... Joana Metrass

Olá. A próxima entrevista é com a atriz Joana Metrass. Desde muito cedo que se interessou pela representação tendo sido formada pela Escola Superior de Teatro e Cinema e estudou em Nova Iorque (EUA) e Itália e tem desenvolvido um interessante percurso que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão e recentemente participou nos telefilmes "Intriga Fatal" (TVI) e "A Princesa" (RTP) e na 9ª e última temporada de Verão da série "Morangos com Açúcar" (TVI). Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 5 de Fevereiro. 

M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
J.M: Eu queria viver muitas experiências diferentes, vidas diferentes, profissões diferentes, épocas diferentes, etc. E percebi que a única maneira de viver tudo isso numa só vida era sendo atriz.


M.L: Quais são as suas grandes influências, enquanto atriz?
J.M: Desde muito pequena que ia bastante ao cinema e (certamente) ter visto tantas e tão diferentes coisas foi uma das minhas grandes influências.

M.L: Fez teatro, cinema e televisão. Qual destes géneros que lhe dá mais gosto em fazer?
J.M: São todos diferentes e como tal gosto de todos, mas por motivos diferentes. Espero poder continuar a trabalhar nas várias áreas ao longo da minha vida. Mas se me apontassem uma arma à cabeça e tivesse mesmo de escolher aí escolhia o cinema.

M.L: Houve algum trabalho num destes géneros que a tenha marcado até agora?
J.M: Todos os trabalhos nos marcam pelo menos a mim que me entrego tanto a cada coisa: ou por serem os primeiros naquela área ou pela personagem em si. Por exemplo: Fazer o filme “E o Tempo Passa” (2011) foi uma grande experiência. A sensação de estar a participar num grande filme, realizado por um realizador consagrado (Alberto Seixas Santos), foi uma responsabilidade enorme. Fazer “A Princesa” (RTP), além da personagem maravilhosa que tinha, pela sua vida dupla e quase dupla personalidade, mas também por saber que estava a fazer algo para alertar as pessoas ou seja que o meu trabalho poderia ajudar alguém. A peça “Hanjo”, além de ter sido a minha estreia em teatro como profissional, por ser no Teatro da Comuna que é o meu teatro preferido e por ser um projeto com pessoas que gosto muito tanto a nível profissional como pessoal. Mas de cada vez que cito um exemplo sinto que estou a ser injusta para cada projeto que não estou a referir.

M.L: Recentemente participou nos telefilmes “Intriga Fatal” e “A Princesa” respetivamente da TVI e da RTP. Como correu estes dois trabalhos?
J.M: Acho que correram muito bem. Eu gostei imenso de os fazer e estou muito agradecida pela oportunidade que tive de fazer duas personagens tão interessantes e por ter trabalhado com atores incríveis.

M.L: Como é que surgiu o convite para participar nestes dois projetos?
J.M: A Plural (que produziu “Intriga Fatal” para a TVI e “A Princesa” para a RTP) conhecia o meu trabalho e assumo que tenham achado que eu seria uma boa escolha para o papel visto que me escolheram.

M.L: Como vê esta aposta nos telefilmes por parte da TVI e da RTP?
J.M: Acho muito importante que isto esteja a ser feito. Acho que pode ajudar muito a desenvolver o cinema português, habituando as pessoas em casa a ver filmes portugueses, o que fará com que comecem a ver mais filmes nossos nos cinemas.

M.L: Houve algum momento que a tenha marcado até agora, enquanto atriz?
J.M: Se em cada trabalho que faço não houvesse sempre momentos que me marcassem não teria escolhido esta profissão. Sou completamente apaixonada pela representação e isso vem do fato dela me proporcionar tantos momentos especiais.

M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
J.M: Acho que tanto a nível de cinema como de teatro, as coisas estão a mudar. É verdade que os subsídios estão a diminuir ou mesmo a acabar, mas isso não fará com que o teatro e o cinema em Portugal desapareçam. Fará sim com que haja cada vez mais projetos independentes em que as pessoas arranjam os seus próprios patrocínios e em que será cada vez mais necessária a presença de público nas salas.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
J.M: Gostava muito, faz parte do sonho. Até porque desde sempre quis viver em várias partes diferentes do mundo. Cheguei inclusive a ir fazer o liceu para os EUA sozinha, num programa de intercâmbio, quando tinha 16 anos. Gosto de aventura e de viver em sítios diferentes e assim continuar a minha profissão nos sítios, onde estiver.

M.L: Quais são os atores em Portugal com quem gostava de trabalhar no futuro?
J.M: Isso é uma pergunta injusta. Há tantos atores e atrizes com quem gostaria de trabalhar que seria injusto dizer nomes, pois estaria sempre a deixar alguns de fora.

M.L: Recentemente foi criada a Academia Portuguesa de Cinema que é equivalente à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Como vê esta iniciativa?
J.M: Acho uma ótima iniciativa e até já dei início à minha inscrição na Academia. Tantos países têm Academias de Cinema, que já estava na hora de criar a portuguesa. Os seus fundadores merecem uma salva de palmas!

M.L: Houve alguma pessoa que a tenha marcado até agora, enquanto atriz?
J.M: No meio profissional houve várias e a nível académico também, mas para escolher uma que me tenha marcado particularmente escolho uma amiga de liceu que provavelmente nem sabe que teve esta importância, mas a quem devo estar aqui. Foi a primeira pessoa a acreditar em mim e a fazer-me acreditar que tudo isto seria possível e esse primeiro passo foi o que mudou tudo.

M.L: A telenovela portuguesa celebra este ano 30 anos de existência. Que balanço faz destes 30 anos?
J.M: Não posso fazer um balanço dos 30 anos, porque não os acompanhei. Mas do período que conheço acho que os projetos são cada vez melhores. Além de que (claramente) houve um enorme crescimento na quantidade de produção nacional de telenovelas e isso é uma constatação evidente.

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito até agora como atriz?
J.M: Estou muito contente com o meu percurso. Eu decidi investir primeiro na minha formação e escolher muito bem os projetos que fazia. Acho que tive mesmo muita sorte e tendo em conta o pouco tempo que passou, ter conseguido acabar o Conservatório (Escola Superior de Teatro e Cinema), estudar em Nova Iorque e Itália com grandes mestres, ter conseguido trabalhar nas três áreas: Cinema, Teatro e Televisão, é para mim um grande motivo de orgulho.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
J.M: Tenho neste momento um convite para um projeto em televisão e para 2013, um projeto de teatro meu encenado por um conhecido encenador americano a quem apresentei o projeto e que quis ser ele a encena-lo.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
J.M: Tantas. Tenho vários realizadores portugueses com quem gostaria de trabalhar, bem como encenadores. Tenho personagens que gostaria muito de fazer, mudanças radicais de imagem, etc. E espero que assim continue até ao fim da minha vida. Espero ter sempre coisas para fazer, que ainda não tenha feito.

M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da sua vida?
J.M: As coisas estão verdadeiramente a correr tão bem que não gostaria que nada mudasse, para já. Desejo apenas que continuem a evoluir de forma a eu poder realizar todos os projetos e sonhos que descrevi ao longo desta entrevista.ML

1 comentário:

  1. Que sofrimento ter de ler a entrevista com o acordo ortográfico e facto leva c.

    ResponderEliminar