terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mário Lisboa entrevista... Leticia Spiller

Olá. A próxima entrevista é com a atriz brasileira Leticia Spiller. Estreou-se na representação em 1985 no teatro amador no Colégio Sagrado Coração de Maria (onde estudou) e desde aí desenvolveu um versátil e respeitado percurso que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "Quatro por Quatro" (TV Globo), "O Rei do Gado" (TV Globo), "Suave Veneno" (TV Globo), "Esplendor" (TV Globo), "Sabor da Paixão" (TV Globo), "Senhora do Destino" (TV Globo), "Amazônia, de Galvez a Chico Mendes" (TV Globo), "Duas Caras" (TV Globo) e "Viver a Vida" (TV Globo) tornando-se numa das mais respeitadas atrizes da sua geração e recentemente fundou a sua própria produtora de nome Paisagem Filmes e atualmente participa na telenovela "Salve Jorge" da autoria de Gloria Perez com quem volta a trabalhar, depois da mini-série "Amazônia, de Galvez a Chico Mendes" em 2007 e que está em exibição na TV Globo desde o passado dia 22 de Outubro. Esta entrevista foi feita no passado dia 31 de Outubro.
                                                                                                           
M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
L.S: Foram duas épocas diferentes: comecei a fazer teatro na escola aos 12 anos de idade, me apaixonei pelo teatro, depois que vi um espetáculo. Em seguida aos 16 anos procurei o Tablado e aos 17 ingressei no “Grupo Porão”, onde realizávamos investigações cénicas, corpo, voz e essas coisas do teatro.

M.L: Fez teatro, cinema e televisão. Qual destes géneros que lhe dá mais gosto em fazer?
L.S: Os 3. Cada um tem a sua maneira, cada um tem o seu prazer!

M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
L.S: Gostei muito de viver a Giovanna de “O Rei do Gado” (TV Globo) e a Maria Regina em “Suave Veneno” (TV Globo) na TV. No filme “Oriundi” com Anthony Quinn (como Catarina), no espetáculo “O Falcão e o Imperador” e no musical “Outside” como Peggy Guggenheim.

M.L: Já fez telenovelas. Este é um género televisivo que gosta muito de fazer?
L.S: Sim, gosto muito de fazer TV.

M.L: Um dos seus trabalhos mais marcantes em televisão foi a telenovela “Esplendor” (TV Globo), onde interpretou a personagem Flávia Cristina. Que recordações guarda desse trabalho?
L.S: O universo fascinante do sul do Brasil.

M.L: “Esplendor” é da autoria de Ana Maria Moretzsohn com quem voltou a trabalhar em 2002 na telenovela “Sabor da Paixão” (TV Globo). Como foi trabalhar com ela?
L.S: Maravilhoso, a Ana Maria Moretzsohn é uma amiga que eu gostaria de ver mais.

M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o seu percurso como atriz?
L.S: Cada estreia é um marco seja na TV, cinema ou teatro.

M.L: Como vê atualmente o teatro e o audiovisual (Cinema e Televisão) no Brasil?
L.S: Sempre produzi teatro e agora neste momento estou produzindo a longa-metragem “O Casamento de Gorete” pela minha produtora, a Paisagem Filmes. Com ela já produzimos também a curta-metragem “Joãozinho de Carne e Osso” que vem-se apresentando em vários festivais.

M.L: Gostava de ter feito uma carreira internacional?
L.S: As novelas e os filmes que fiz são muito exibidos fora do Brasil, mas gostaria de trabalhar com alguns diretores que não são brasileiros.

M.L: Este ano celebra 27 anos de carreira desde que começou como atriz no teatro amador no Colégio Sagrado Coração de Maria (onde estudou) em 1985. Que balanço faz destes 27 anos?
L.S: Estou feliz com meu caminho até aqui, pretendo continuar atuando, produzindo e estudando.

M.L: Como lida com o público que acompanha a sua carreira há vários anos?
L.S: São meus amigos, são pessoas que fazem parte desse processo tanto quanto eu, um não existe sem o outro.

M.L: Atualmente participa na telenovela “Salve Jorge” da autoria de Gloria Perez e que estreou na TV Globo no passado dia 22 de Outubro da qual interpreta a personagem Antônia. Como estão a correr as gravações?
L.S: Começamos bem, ainda não sei direito os rumos da personagem, mas é sempre muito bom trabalhar com uma equipa de atores e técnicos tão eficientes e talentosos.

M.L: Como é que surgiu o convite para participar nesta telenovela?
L.S: Eu soube que a Gloria Perez estava escrevendo uma novela sobre a Turquia, escrevi para ela e ela me retornou. Fiz uma vasta pesquisa inspirada no “giro sufi” para a montagem do espetáculo “O Falcão e o Imperador”, onde além de atuar, assinei a direção. Foi incrível no primeiro capítulo de “Salve Jorge”, a imagem dos “Dervishes” girando e abrindo a novela.

M.L: Esta é a 2ª vez que trabalha com Gloria Perez, depois da mini-série “Amazônia, de Galvez a Chico Mendes” (TV Globo) em 2007. Como é trabalhar com ela?
L.S: Tenho profundo respeito e admiração pela Gloria e pela sua obra. Esta personagem agora, a Antônia é um grande desafio assim como foi a Anália de “Amazônia…”.

M.L: Que expectativas têm em relação a este projeto?
L.S: Vai bombar (como se diz aqui no Brasil)!

M.L: Em 1999 trabalhou com Anthony Quinn na longa-metragem “Oriundi” de Ricardo Bravo. Que recordações guarda dele?
L.S: Uma grande lição para mim contracenar com o maior ator que já conheci.

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
L.S: O Anthony Quinn.

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
L.S: Depende da paixão de cada um. O ator tem que estudar muito, tem que se dedicar. Eu comecei pelo teatro, mas tem atores que começam na TV, outros no cinema.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
L.S: Realizar a longa-metragem “O Casamento de Gorete”.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
L.S: Um filme com o (Pedro) Almodóvar.ML

Fotografia: Marcos Ribeiro

Sem comentários:

Enviar um comentário