M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
H.M: Desde
muito cedo, quando andava a estudar, já queria ser duas coisas: ou era atriz ou
era hospedeira. Como isso não se realizou, entretanto emigrei, estive a viver
em Paris e em Milão, e, na altura, optei pela dança (fui bailarina
profissional), fui deixando a representação de lado, não houve oportunidade, até
que cheguei a Portugal e fui empresária na área da moda, mas o gosto pela
representação sempre esteve presente em mim. Até que mais tarde, surgiu a
oportunidade de fazer um curso de formação de atores, e a ideia surgiu
novamente. Fiz o curso já tarde, mas nunca é tarde para os nossos sonhos, com
persistência e dedicação, penso que conseguimos tudo aquilo que queremos. E a
partir daí fiz vários cursos.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
H.M: A nível nacional: o
Ruy de Carvalho e a Eunice Muñoz. E a nível internacional: o Al Pacino, o
Harrison Ford…
M.L: Faz, essencialmente, cinema e televisão. Gostava
de trabalhar mais em teatro?
H.M: Gostava de ter mais
essa experiência do teatro. Ainda não tive essa oportunidade.
M.L: Como vê, atualmente, o audiovisual (Cinema e
Televisão) em Portugal?
H.M: Neste
momento, está em grande crescimento. Acho que o audiovisual tem potencial para
crescer cada vez mais, fazer coisas com qualidade e, neste momento, já se fazem
grandes produções.
M.L: Já trabalhou no estrangeiro. Gostava de ter
ficado lá?
H.M: Itália
ainda está no meu coração. Se me perguntar, se estou arrependida!? Apesar de
Portugal ser um país fantástico e lindíssimo, em Itália podia ter tido uma
outra oportunidade.
M.L: Dedicou, praticamente, a sua vida profissional no
Porto. Gostava de trabalhar mais em Lisboa?
H.M: Eu
sou uma saudosista e gosto muito do Porto. Esse é o meu problema. Se estivesse
em Lisboa, seria mais fácil, pois a maioria das produtoras estão todas em
Lisboa.
M.L: Começou, tardiamente, na representação. Na sua
opinião, acha que as pessoas mais velhas terão, no futuro, o seu devido lugar
no meio artístico?
H.M: Sim,
penso que as pessoas não devem desistir pela idade. Tenho-me apercebido
principalmente nas agências, que me dizem que precisam de pessoas da minha
idade. Acho que, independentemente da idade que tenham, se gostam e querem,
sejam profissionais, apostem na formação. Não é só querer, é também saber.
M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
H.M: A
minha opinião é difícil. Neste país, uma carreira destas para viver só disso
não é fácil, portanto há que ter sempre duas opções: sejam persistentes, sigam
os vossos sonhos, mas ter sempre uma outra opção. Viver só da representação, nem
sempre se consegue.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito até
agora como atriz?
H.M: O
meu percurso na representação começou tardiamente. Tenho colegas que, na
altura, fizeram formação comigo e que não tiveram a oportunidade de terem uma
participação numa novela de horário nobre. Por exemplo, em “Laços de Sangue”
(SIC) e outras, esforcei-me, fiz vários cursos e fui persistente. Claro que
gostaria de muito mais…
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
H.M: Eu estou sempre
aberta a projetos.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda?
H.M: Fazer parte do elenco de uma novela ou de uma
longa-metragem.ML
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