domingo, 15 de março de 2015

Mário Lisboa entrevista... Carolina Ferreira

Natural de Oliveira do Bairro, o interesse pelo jornalismo surgiu quando era nova e nos últimos 13 anos tem desenvolvido um considerável percurso como jornalista que passa, essencialmente, pela televisão e pela rádio. Trabalhou na SIC Notícias e desde 2003 que trabalha na RTP/Antena 1 na delegação de Coimbra, e nos últimos anos tem sido premiada por algumas das reportagens que tem feito para a emissora de rádio, e gostava de, um dia, viajar pelo Mundo com a família. Esta entrevista foi feita no passado dia 11 de Março.

M.L: Quando surgiu o interesse pelo jornalismo?
C.F: Não me recordo exatamente da data. Sei que na altura da escola secundária já traçava esse objetivo. Fui por isso estudar Jornalismo na Universidade de Coimbra. A paixão não esmoreceu e tornou-se parte da minha vida. Já tentei fazer esse exercício mental, mas na verdade não me consigo imaginar a trabalhar noutra área.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto jornalista?
C.F: Suponho que me pergunta por fontes de inspiração. São muitas e diversas. Desde a Literatura ao Cinema, desde uma viagem até uma pessoa que conheço casualmente. Tudo o que nos rodeia pode fazer despertar uma boa história. Quanto às minhas referências, tenho aprendido muito com os bons profissionais da minha casa, tanto na Antena 1 como na RTP.

M.L: Como jornalista, trabalha na televisão e na rádio. Qual destes meios de comunicação que mais gosta de trabalhar?
C.F: Gosto dos dois. Não de forma igual, cada um com as suas especificidades. A Antena 1 desafia-me frequentemente para trabalhar em grandes formatos, reportagens de maior fôlego, mais pensadas, mais detalhadas. A RTP obriga-me muitas vezes a cobrir determinado assunto em direto, missão que me põe constantemente à prova. Costumo dizer que espero nunca vir a ser obrigada a escolher. Sinto-me realizada assim, com a possibilidade rara de trabalhar para os dois meios. Agradeço a confiança depositada em mim e esforço-me para não defraudar expectativas.

M.L: Trabalhou na SIC Notícias e desde 2003 que trabalha na RTP/Antena 1 na delegação de Coimbra. Que balanço faz do tempo em que trabalha no canal televisivo/emissora de rádio?
C.F: Têm sido 11 anos fantásticos, tecidos de momentos felizes e outros dececionantes, de boas conquistas e alguns falhanços, de muitas alegrias e frustrações ocasionais. Nem podia ser de outra forma. Como apaixonada pelo meu trabalho tenho ao mesmo tempo a fasquia pessoal muito elevada. Sou intolerante com o erro e lido mal com o fracasso. Logo de seguida, vou à luta para tentar fazer mais e melhor. 

M.L: Como vê a evolução que a RTP tem tido, desde que ingressou no canal até agora?
C.F: Vejo que a RTP e a Antena 1, como estações de serviço público, estão sob constante escrutínio público e têm todos os dias de afirmar-se pela qualidade e pela diferença. Estar permanentemente no fio da navalha pode ser cansativo, diria mesmo extenuante. Penso que o maior desafio tem sido esse. Mesmo com as críticas diárias e com a constante saída de profissionais, conseguir que quem aqui trabalha mantenha a mesma dedicação e empenho. 

M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora, durante o seu percurso como jornalista?
C.F: Ser enviada especial a Chipre em 2013, na altura em que eclodiu a crise financeira, para rádio e televisão. Pelo desafio e pela responsabilidade. Mas seria injusta se não referisse muitos outros trabalhos que tenho realizado a partir de Coimbra, com um olhar alargado sobre a região Centro. Interesso-me particularmente por temas relacionados com os direitos humanos e tenho conseguido, de vez em quando, focar-me nessa área.

M.L: Como vê, atualmente, a Comunicação Social em Portugal?
C.F: Penso que não dá para pintar um retrato único. Existem escolas distintas, caminhos diversos de trilhar o jornalismo. Penso que hoje existe oferta para todo o tipo de procura. Algumas respostas com mais qualidade do que outras.

M.L: É natural de Oliveira do Bairro que pertence ao Distrito de Aveiro, onde vive até hoje. Gostava de, um dia, passar a trabalhar e a viver em Lisboa?
C.F: Não tenho esse objetivo. Acredito que nas delegações se pode cumprir tão bom jornalismo quanto nas redações centrais. Defendo que a rede de correspondentes constitui uma das grandes riquezas da Rádio e Televisão de Portugal, dando um forte contributo para a RTP e a Antena 1 marcarem a diferença.

M.L: Nos últimos anos tem sido premiada por algumas das reportagens que tem feito para a Antena 1. Tendo em conta a sua discrição a nível profissional, como lida com este tipo de reconhecimento?
C.F: Lido com normalidade. Claro que sinto orgulho por ver o meu trabalho reconhecido. Mas não deixo de sentir a pressão, a adrenalina e o receio de falhar por causa disso. Cada distinção acaba por ser mais um incentivo, um indicador de que estou a seguir na direção certa, e dá-me sempre vontade de fazer mais e melhores reportagens.

M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na área do jornalismo?
C.F: Refletir bem, porque é uma profissão que exige muito esforço e dedicação. Mas se tem a certeza de que é mesmo este o caminho, então terá de estudar muito, trabalhar muito... e boa sorte! 

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até agora, como jornalista?
C.F: Acho que ainda é cedo para balanços. O que sinto é que sou agora melhor jornalista do que no passado e acredito que vou continuar a ter essa sensação no futuro. Acho que estou constantemente a tentar aprender mais, a pôr-me à prova, a querer superar-me. Gostava de ter mais tempo para me dedicar às grandes reportagens, um formato em que me sinto confortável.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
C.F: Tenho sempre várias ideias de reportagem à espera de oportunidade. Tomo notas no telemóvel e no computador. Algumas chegam a ver a luz do dia. Outras não passam do projeto. Gostava de me conseguir libertar mais das tarefas do dia-a-dia para investir nestes trabalhos. De resto, não tenho neste momento grandes aspirações profissionais. Aos 34 anos atingi um patamar de realização pessoal que me faz sentir feliz exatamente assim como estou, aqui neste mesmo local.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua vida?
C.F: Uma viagem de volta ao Mundo com o meu marido e a minha filha.ML

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