sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Mário Lisboa entrevista... Rita Frazão

Estreou-se na representação em 1996 com a telenovela "Roseira Brava" (RTP) e desde aí tem desenvolvido um apaixonante percurso como atriz que já conta com quase 20 anos de existência. Sonhadora e admiradora da sua arte, também tem experiência como professora na área teatral, e, atualmente, participa na telenovela "Coração D'Ouro" que está em exibição na SIC. Esta entrevista foi feita no passado dia 17 de Novembro.

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
R.F: O interesse surgiu num grupo cultural de Paço de Arcos! Eu fazia alguns saraus de poesia e começamos a fazer teatro! E das primeiras experiências fiz logo uma peça que me envolveu muito, "A Birra do Morto" de Vicente Sanches! A partir daí não quis parar, tinha 15 anos e tornou-se num vício meu fazer teatro! 

M.L: Quais são as suas referências, enquanto atriz?
R.F: Quando era mais miúda a primeira atriz que me apaixonou foi a Meryl Streep no filme “África Minha” (1985)! Depois segui sempre o seu percurso e acho-a fascinante enquanto atriz! Acho que as minhas referências tendem a ir mudando mas esta é assim uma atriz que mantive como uma referência, um bom exemplo mesmo como atriz, mulher e todo seu percurso e escolhas! Muitas vezes os atores não têm escolha! Isso é sempre triste!  

M.L: De todos os trabalhos que tem feito até agora como atriz, qual foi o mais marcante para si nomeadamente do ponto de vista emocional?
R.F: Há personagens que realmente nos tocam mais, às vezes não tanto pela densidade mas até por naquele momento da nossa vida serem mais próximas! A personagem que mais me emocionou foi a Filomena (da peça “Queres Fazer Amor Comigo?”), uma mulher funcionária pública muito repreendida pela sociedade mas principalmente por ela mesma! Uma mulher sofrida e incapaz de sentir qualquer prazer pela vida! Foi um processo intenso e difícil para mim mas estas personagens difíceis de chegar são as melhores em termos de processo! Depois o resultado é muito gratificante! 

M.L: Como vê, hoje em dia, a arte da representação a nível global?
R.F: Globalmente hoje creio que os atores e atrizes se tornaram muito os reis e rainhas do pop! Mas isto é só uma ideia muito generalista! Isto acontece quando a arte é deixada para trás! Felizmente não é sempre assim! Continuo a acreditar na profissão de ator como algo realmente significativo na sociedade! Os atores comunicam e contam histórias, comovem, fazem-nos rir e chorar. São veículos, agentes, médiuns! É aqui que moram as musas da inspiração; o romantismo, a análise, a intuição, a razão, o conceptual. Admiro muito esta profissão e tenho muito respeito!

M.L: Em 2016 celebra 20 anos de carreira, desde que se estreou como atriz com a telenovela “Roseira Brava” da RTP em 1996. Que balanço faz destes 20 anos?
R.F: 20 anos! Pois nem acredito! Sinto-me uma miúda ainda! Cresci muito, enquanto ser humano essencialmente! Caí muito, levantei, desisti várias vezes, voltei a apaixonar-me. Perdi-me e encontrei-me! Sou otimista e tenho muita fé e assim nada me assusta! 

M.L: Também tem experiência como professora na área teatral. De que forma esta passagem pelo ensino artístico modificou-a tanto como atriz e como pessoa?
R.F: Dar aulas foi uma descoberta fantástica! Nunca quis ser aquela professora que vai parar ao ensino porque não consegue trabalhar na sua área. Sofri esse trauma com uma professora de biologia! Mas curiosamente tudo aconteceu em simultâneo e descobri que adoro ensinar e até sei algumas coisas... E principalmente descobri que o teatro muda mesmo muitas vidas! Fazer a diferença na vida de outras pessoas é uma dádiva muito especial! Aprendo muito a dar aulas! 

M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
R.F: Acho que é mais interessante a ideia de ser atriz do que realmente sê-lo! Acredito em talentos mas acho que nada se consegue sem trabalho e dedicação! Creio que Disciplina e empenho são as chaves para qualquer profissão.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua vida?
R.F: Sonhos vou ter sempre, muitos mesmo! Mas a nível profissional, ainda falta muita coisa e ainda bem! Pessoalmente adorava viajar num balão! Ou fazer a Route 66! Sonhos que vão chegar!ML

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