quarta-feira, 9 de abril de 2014

Mário Lisboa entrevista... Graça Assumpção Moreira

Olá. A próxima entrevista é com a modelo brasileira Graça Assumpção Moreira. Desde muito cedo que se interessou pela Moda, tendo iniciado a sua carreira nessa área, quando era jovem, mas deixou a Moda por razões pessoais e regressou à área, depois de 40 anos parada, como Modelo de Terceira Idade, sendo, atualmente, um exemplo no Brasil para as pessoas mais idosas que precisam de ter autoestima e darem valor a elas próprias. Esta entrevista foi feita no passado dia 7 de Março.

M.L: Quando surgiu o interesse pela Moda?
G.A.M: Aos 5 anos já brincava de modelo nas passerelles imaginárias.

M.L: Quais são as suas influências nesta área?
G.A.M: Não tive influências nesta área. Tenho muitas em outras áreas, claro. Mulheres fantásticas que me influenciaram a seguir a carreira, quando era jovem: Marilyn Monroe, Audrey Hepburn e Sandra Dee.

M.L: Houve algum trabalho que a tenha marcado, até agora, durante o seu percurso como modelo?
G.A.M: Um Desfile Beneficente de Passerelle, cuja renda era para o Hospital do Cancro. Foi emocionante! Desfilei chorando com os aplausos dos internos.

M.L: Começou por ser atriz, mas deixou a representação por razões pessoais. Gostava de, um dia, voltar a representar?
G.A.M: Atualmente, não. Pretendo ficar como Modelo de Terceira Idade, pois só assim é que posso ajudar mais. Por exemplo, levantar a autoestima dos que estão acima dos 50 anos, fazer desfiles beneficentes, etc. Fui convidada para fazer Teatro e uma curta-metragem, mas não aceitei. Ser atriz, neste momento, ia ocupar todo o meu tempo e teria pouco tempo para ajudar.                

M.L: Como vê, atualmente, a Moda, em termos gerais?
G.A.M: A Moda está muito diversa. Está tudo na Moda, desde que se saiba diversificar com bom gosto. Atualmente, há muito absurdo na Moda, cada idade com a sua Moda. Falo aqui no Brasil, onde vivo e sou Modelo de Terceira Idade. A Mulher e o Homem têm belezas e podem ser chiques em todas as idades.

M.L: Regressou à Moda como Modelo de Terceira Idade, depois de 40 anos parada, novamente, por razões pessoais. Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na área da Moda?
G.A.M: Posso dar um conselho em relação à minha área: a terceira idade tem mais exigências, fazer um curso de passerelle é obrigatório. Pessoas com mais de 60 anos podem ter vertigens se forem sem experiência, fazer composite e release. E depois de tudo pronto procurar boas agências. E Boa Sorte!

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até agora, como modelo?
G.A.M: Eu amo a minha profissão. Com ela posso ajudar os idosos a terem autoestima, amarem-se mais. Muito gratificante em todos os aspetos: ser reconhecida na rua, abraçada e ouvir das mulheres acima dos 60 anos que estão a seguir o meu exemplo, que estão a dar valor a elas próprias e a olhar para o espelho e dizer para ser feliz. Sorriso nos lábios, pensamentos positivos, amar a vida e vivê-la. E isso não tem preço!

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
G.A.M: Escrever uma biografia. Quero muito dizer, principalmente às mulheres, que querer é poder. Porque muitas mulheres com 60, 70 anos acham-se “velhas” sem motivação. Ficam em casa fazendo tricô e a cuidar da casa, com baixa autoestima. Depois vem a depressão. Temos que fazer alguma coisa para ocupar a mente. Temos de ser felizes!

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua vida?
G.A.M: Fazer TV e passerelles fora do Brasil. O meu desejo é ser a primeira Modelo de Terceira Idade a ser reconhecida fora do meu país. Querer é poder e eu chego lá com a fé em Deus!ML

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