sexta-feira, 18 de abril de 2014

Mário Lisboa entrevista... Magali Santana

Olá. A próxima entrevista é com a maquilhadora Magali Santana. Filha do diretor de fotografia Artur Santana, desde muito cedo que se interessou pela maquilhagem, tendo-se tornado numa das profissionais mais reputadas do meio artístico português, com um percurso como maquilhadora que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão, e gostava de trabalhar numa longa-metragem de ficção científica e de fantasia. Esta entrevista foi feita no dia 25 de Agosto de 2013.

M.L: Quando surgiu o interesse de ser maquilhadora?
M.S: O interesse surgiu, quando ainda era uma criança. Sempre gostei de tudo o que tinha a ver com a imagem das pessoas, sempre me interessei não só pela maquilhagem como também pelas roupas e pelos cabelos, com a Moda no seu geral.

M.L: Quais são as suas influências nesta área?
M.S: Não tenho uma influência direta, sigo as tendências, e depois adapto-me ao trabalho que estiver a fazer. Mas posso dizer que, pessoalmente, tudo o que vem de Tim Burton fascina-me e esse estilo está sempre presente em algum pormenor dos trabalhos que faço.

M.L: Como maquilhadora, trabalha para teatro, cinema e televisão. Qual destes géneros que mais gosta de trabalhar?
M.S: Gosto de trabalhar em todos os géneros. Cada um tem uma característica diferente, cada género tem necessidades diferentes de maquilhagem, o que faz com que o meu trabalho nunca seja igual, obriga-me a estar sempre atenta a todas as tendências para poder levar a todos os géneros o meu melhor.

M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, durante o seu percurso como maquilhadora?
M.S: Houve vários trabalhos que me marcaram. Posso dizer que fui uma privilegiada ao fazer parte de grandes projetos da ficção nacional como “Inspetor Max” (TVI), “Floribella” (SIC), “Vingança” (SIC), que a nível de caracterização foi muito gratificante para mim, etc. Também fiz parte da equipa do filme "Comboio Noturno para Lisboa" (2013) assim como da equipa da série "Maison Close" (Canal +), trabalhos onde também aprendi muito como profissional e como pessoa.

M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção nacional?
M.S: Atualmente, acho que a nível de teatro temos muita qualidade e ainda muito para oferecer, é uma pena que não se invista tanto neste setor e as poucas ajudas que os teatros recebiam muitas delas foram cortadas, o que complica muito a situação do teatro em Portugal e não deixa este setor crescer.

A nível da ficção nacional, a meu ver, a qualidade baixou muitíssimo nos últimos anos, hoje em dia pode-se quase dizer que as novelas são feitas numa "fábrica", antigamente tudo era muito diferente, mas infelizmente a crise que se vive hoje em dia, a meu ver, prejudicou e muito este setor, claro que temos grandes atores e atrizes e principalmente grandes técnicos que fazem com que as coisas aconteçam. 

M.L: É filha do diretor de fotografia Artur Santana. Como vê o percurso que o seu pai tem feito até agora?
M.S: O meu pai é um grande profissional, posso dizer, e sei que parece suspeito visto ser filha dele, mas a luz que o meu pai consegue fazer às vezes deixa-me sem palavras, já vi muita coisa feita por ele como é óbvio, tanto a nível de televisão como em cinema, e o trabalho dele tem estado sempre a evoluir, é uma pessoa que está sempre informado das novas tendências e faz tudo para trazer a Portugal o que de melhor encontra pelo Mundo fora. Acredito que o meu pai ainda tem muito para dar.

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira como maquilhador/a?
M.S: Esta carreira não é fácil, sobretudo no início, até se ganhar algum reconhecimento. Trabalhar muitas horas seguidas, às vezes em condições que não são as melhores, a pessoa tem de estar preparada para certos sacrifícios, mas acho que isto acontece em quase todas as profissões. Aconselho a pessoa a lutar por aquilo que realmente quer e estudar e isso é fundamental.

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito até agora como maquilhadora?
M.S: O balanço que faço é, sem sombra de dúvida, positivo. Sinto que ainda tenho muito para percorrer, muito para aprender e, sobretudo, muitíssimo para dar, adoro o que faço e não me imagino a fazer outra coisa que não esteja ligada à minha profissão. 

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
M.S: Gostava muito de fazer a caracterização de um filme de ficção científica, assim como participar num filme fantástico, adoro tudo o que tem fadas e duendes, são trabalhos que me trazem muita satisfação. 

M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da sua vida?
M.S: Nesta fase, a única coisa que mudaria seria a minha situação económica. Posso dizer que me sinto realizada tanto a nível pessoal como profissional.ML

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