domingo, 17 de abril de 2016

"Cinzas": Mário Lisboa entrevista... Júlio César


A nova entrevista publicada no âmbito da telenovela "Cinzas", desta feita ao ator Júlio César que interpretou o vilão "Jaime Abreu" que era casado com Matilde Veiga (Maria João Luís), a filha meio desequilibrada do protagonista, Rui Veiga (Armando Cortez). Esta entrevista foi feita no dia 5 de Março de 2013.
M.L: Quando surgiu o convite para participar na telenovela “Cinzas”?
J.C: Já não me lembro muito bem, mas penso que o convite foi feito pelo Nicolau Breyner. Ele é, de facto, o “pai das telenovelas portuguesas”.

M.L: “Cinzas” foi escrita por Francisco Nicholson em parceria com Ângelo Granja. Qual foi a sua sensação, quando leu o guião escrito por ambos?
J.C: Lembro-me de ter lido uma sinopse e de ter gostado da “estória” principal. Depois, à medida que os episódios iam surgindo, é que tomávamos conhecimento das cenas e da trama a desenvolver...

M.L: Em “Cinzas”, interpretou o vilão Jaime Abreu que era casado com Matilde Veiga (Maria João Luís), a filha do protagonista Rui Veiga (Armando Cortez). Que recordações guarda da sua personagem?
J.C: Não andava muito longe da “estória” de qualquer vilão. Era um tipo “meio vigarista” que se insinuava muito perante o sogro e aturava uma mulher meio desequilibrada.

M.L: Houve algum momento marcante para si, durante as gravações de “Cinzas”?
J.C: Todos os momentos eram marcantes. Sabíamos todos que estávamos a dar os primeiros passos numa indústria nova, para nós, e que tínhamos a grande concorrência das telenovelas brasileiras.

M.L: “Cinzas” foi realizada pelo falecido realizador brasileiro Regis Cardoso. Que recordações guarda dele?
J.C: Sempre tive uma boa relação com o Regis. Era um realizador ágil, que pensava rápido, com grande experiência na profissão. Ficámos amigos e visitou-me várias vezes... sempre que vinha a Portugal.

M.L: Como foi trabalhar com o elenco de “Cinzas”?
J.C: Lembro-me de um grande ambiente em estúdio. Todos empenhados em dar o seu melhor. Guardo gratas recordações do Armando Cortez e da Marianinha Rey Monteiro. Tenho saudades deles. Grandes Mestres!

M.L: O que é que achou do trabalho de Francisco Nicholson e de Ângelo Granja na escrita de “Cinzas”?
J.C: Uma grande capacidade de trabalho. Muita dedicação. Muitas noites sem dormir. Lembro-me do Chico Nicholson andar de gravador no carro, para onde debitava cenas e ideias que mais tarde nos apareciam em forma de texto...

M.L: Como era o ambiente nas gravações de “Cinzas”?
J.C: Boa energia, gente nova e mais velha que se respeitava e divertia imenso com o trabalho. Não havia tanta pressão...

M.L: Que recordações guarda do tempo em que trabalhou em “Cinzas”?
J.C: Guardo boas recordações de todos os meus trabalhos. Ontem como hoje levo estas coisas com muito entusiasmo e prazer. Divirto-me a gravar e ainda por cima me pagam...

M.L: “Cinzas” celebrou 20 anos de existência em 2012. Tem saudades deste trabalho?
J.C: Já passaram 20 anos? Pois é. A vida passa rápido... mas tenho mais saudades do que está para vir...

M.L: “Cinzas” foi a primeira telenovela produzida pela NBP (atual Plural) que foi fundada por Nicolau Breyner (que também participou em “Cinzas”). Como vê o percurso que a produtora tem desenvolvido até agora?
J.C: Os tempos são outros, a responsabilidade é maior. Penso que valeu a pena dar passos e construir um caminho para a ficção portuguesa. As produtoras portuguesas estão de parabéns. A NBP desbravou caminhos novos e o Nicolau merece a nossa admiração.ML

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