sábado, 4 de agosto de 2012

Mário Lisboa entrevista... Carla Baptista

Olá. A próxima entrevista é com a produtora Carla Baptista. Desde muito cedo que se interessou pela produção, quando era bailarina clássica e devido a um problema de saúde teve de abandonar essa vertente, mas nessa altura prometeu a si mesma que não estaria em cima de um palco, mas que estaria atrás de um e desde aí desenvolveu um percurso como produtora que passa por áreas como o audiovisual, a música e a produção de eventos (tendo por exemplo produzido em 2007 a cerimónia das 7 Maravilhas do Mundo) e recentemente trabalhou na edição deste ano do The Famous Humour Fest-Festival de Humor de Lisboa que ocorreu no Cinema São Jorge em Lisboa e atualmente trabalha com o cantor Fernando Pereira que celebra este ano 30 anos de carreira. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 6 de Fevereiro. 

M.L: Como é que surgiu o interesse pela produção?
C.B: Surgiu bem cedo. Eu era bailarina clássica e devido a um problema de saúde tive de abandonar essa minha vertente, mas nesse mesmo instante prometi a mim mesma: não estou em cima de um palco, mas estarei atrás de um. Era uma criança, mas sabia bem o que queria para mim.

M.L: Qual foi o trabalho que a marcou, durante o seu percurso como produtora?
C.B: Tenho vários por diversas razões... o meu primeiro programa de TV, o meu primeiro direto, o primeiro evento, a primeira película, todos os trabalhos me marcam... todos eles são especiais e guardo-os com muito carinho. Mas as 7 Maravilhas do Mundo, esse marcou e bem, a responsabilidade era bem acrescida. Muitas equipas, muitos meios, pouco tempo e muito para fazer. Posso dizer que nos últimos dias só saía do Estádio da Luz para ir a casa trocar de roupa.

M.L: Durante o seu percurso como produtora trabalhou em áreas como o audiovisual, a música e a produção de eventos (tendo por exemplo produzido em 2007 a cerimónia das 7 Maravilhas do Mundo). Qual destas áreas em que se sente melhor?
C.B: Sinceramente, sinto-me confortável em qualquer uma das áreas, cada uma tem especificações diferentes. O meu empenho e dedicação são sempre os mesmos. A diferença aqui é apenas o grau de adrenalina, os diretos e os eventos ao vivo são sempre os mais excitantes, "Live Without a Net", não há tempo para falhas... tudo tem de estar perfeito.

M.L: Qual foi o momento que a marcou, durante o seu percurso como produtora?
C.B: Arrepiou-me fazer o Euro 2004, o patriotismo e a solidariedade que vi... marcou-me.

M.L: Como vê atualmente a Cultura em Portugal?
C.B: O estado da Cultura em Portugal... pois bem, esse é um assunto bastante delicado para mim. Pois sempre entendi e me esforçei para levar cultura a todo o Portugal. Com o passar dos anos, os apoios, os esforços, o empenho tem vindo a diminuir... por dificuldades do País, é a resposta correta. Infelizmente penso que neste momento estamos à beira de sermos um País inculto por culpa de todos nós. Não apontemos dedos só a uma ou outra pessoa, a realidade é que deixou de haver um esforço generalista. A cultura começou a sair cara... e desistiram dela.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
C.B: Claro que sim, cada vez mais tenho consciência de que lá fora ainda há muito para se fazer. E para se crescer e aprender tem de se trabalhar com os melhores e esses neste momento agora estão lá fora!

M.L: Qual foi a situação mais embaraçante que a marcou até agora, durante o seu percurso como produtora?
C.B: O meu primeiro encontro com um ídolo meu... fiquei parada a olhar uns segundos sem conseguir responder a nada... corei, foi bastante embaraçoso para mim.

M.L: Em 2000 trabalhou na série “Crianças SOS” que foi produzida pela NBP (atual Plural) para a TVI na parte da produção e contratação de atores. Que recordações leva desse trabalho?
C.B: Belos tempos, recordo com grande carinho todo esse tempo. Principalmente, o Senhor Ruy de Carvalho: grande Homem, um Ser Humano sem igual, aprendi muito com ele. Foi um trabalho bem distinto dos que já fiz, fazer uma série com crianças não é fácil, elas não têm a paciência de um adulto e filmar 8 horas por dia... não é pêra doce. Mas permitiu-me conhecer grandes nomes do nosso leque de atores, o que para mim foi uma honra.

M.L: Qual foi a personalidade que a marcou, durante o seu percurso como produtora?
C.B: Sem sombra de dúvidas o meu mentor, Sr. Manuel Falcão. Muito do que sei aprendi com ele, ficarei eternamente grata!

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira no mundo do espetáculo?
C.B: O melhor conselho que posso dar é que antes de mais façam esta pergunta a si próprios: O que não é possível fazer? Só existe uma resposta possível... nada, tudo é possível! Só se tiverem essa atitude é que conseguiram ultrapassar os obstáculos que vão aparecendo. Mas sem nunca perder a gentileza, a humildade e a palavra.

M.L: Está com quase 40 anos. Como é que se sente ao chegar a esta idade?
C.B: É verdade, daqui a um ano e pouco lá chegam os 40!! Sinto-me bastante tranquila e serena, adquiri sabedoria, experiência e felicidade!

M.L: Que balanço faz da sua carreira?
C.B: Sou uma privilegiada, trabalhei em projetos únicos e marcantes que ficaram na história e ainda por cima adoro o que faço!

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
C.B: Esses estão ainda nos segredos dos Deuses! A seu tempo serão divulgados ao grande público.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
C.B: Uma digressão Mundial, mas a seu tempo a oportunidade irá surgir!

M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da sua vida?
C.B: O que mudava eu na minha vida? Boa pergunta... em mim nada. Mas gostava de mudar nos outros: que as pessoas não se esquecessem do seu lado humano, da palavra, da honestidade, da sinceridade, da humildade, de olhar para o lado e fazer o bem. Não sejam gananciosos, a maior riqueza que podem ter desta Vida não é material... nada paga um sorriso, um abraço, uma palavra. Só assim será possível a Humanidade sobreviver... sejam felizes todos os dias!ML

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