domingo, 16 de março de 2014

Mário Lisboa entrevista... Ana Rita Pinto

Olá. A próxima entrevista é com a atriz Ana Rita Pinto. Natural do Porto, desde muito cedo que se interessou pela representação, e tem desenvolvido um promissor percurso como atriz que passa, essencialmente, pelo teatro, e desde Janeiro de 2014 que é atriz residente da companhia Persona D'arte que foi fundada pela atrizes Tânia Orchid e Rafa Santos. Esta entrevista foi feita no passado dia 5 de Dezembro na Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira.

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
A.R.P: Desde muito pequena que sempre estive ligada a grupos de teatro e quando acabei o 9º ano já vinha com o gosto anterior pelo palco e pelas artes e surgiu a oportunidade de investir na minha formação e foi quando comecei a estudar Teatro e formei-me em Teatro no Balleteatro Escola Profissional.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
A.R.P: Tenho várias. Não consigo dizer só um nome, porque há muita gente que eu gosto de ver, há atores muito bons e de todos eles eu consigo retirar um bocadinho o que há de bom.

M.L: Faz, essencialmente, teatro. Gostava de trabalhar mais no audiovisual (Cinema e Televisão)?
A.R.P: O cinema é uma área que me fascina muito. Eu acho que qualquer ator pretende, um dia, chegar à televisão, não vou dizer que seja o meu objetivo maior, porque não é, mas tenho a noção de que, um dia, vou precisar de fazer televisão até para conseguir viver no teatro que não é fácil.

M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora, enquanto atriz?
A.R.P: Houve dois trabalhos. O primeiro foi “Peter Pan-O Musical” que foi a minha grande estreia no teatro, foi um dos meus melhores trabalhos e foi onde eu percebi que este era, realmente, o meu caminho. Depois foi o “Aladino e a Gruta Mágica-O Musical no Gelo”, porque para além de ter tudo o que um musical tem que é a dança, a interpretação e a música, também tinha a patinagem que era maravilhoso.

M.L: “Aladino e a Gruta Mágica-O Musical no Gelo” foi coproduzido pela Yellow Star Company do casal Paulo Sousa Costa e Carla Matadinho. Como foi trabalhar com eles?
A.R.P: Foi muito bom, aliás toda a experiência do “Aladino…” foi muito interessante. Começando pela produção (Yellow Star Company) e continuando com toda a equipa que era realmente maravilhosa.

M.L: Como vê, atualmente, a Cultura em Portugal?
A.R.P: Infelizmente, os artistas são muito pouco valorizados, porque as pessoas ainda não perceberam que é impossível viver sem as artes. O nosso país valoriza muito pouco a Cultura.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
A.R.P: Eu gostava muito de completar a minha formação noutro país e de ter a oportunidade de ir para outros caminhos, para alargar horizontes.

M.L: Tem desenvolvido o seu percurso como atriz no Porto. Gostava de trabalhar mais em Lisboa?
A.R.P: Eu já trabalhei em Lisboa várias vezes. Na verdade, o público do Porto é mais caloroso do que o público de Lisboa.

M.L: Nos últimos anos, tem surgido jovens que enveredaram pela representação influenciados pelo fascínio transmitido pela televisão, através dos seus produtos de ficção (nomeadamente telenovelas). Na sua opinião, acha que, um dia, esse fascínio diminuirá e que os jovens irão enveredar-se pela representação de uma maneira mais séria?
A.R.P: Eu espero sinceramente que sim. É um facto de que cada vez mais as crianças e os jovens são influenciados por aquele “mundo maravilha” que vêm nas televisões. O que é um grande erro, pois ser ator ou atriz é muito mais do que aquilo e muitas vezes a única parte maravilhosa é fazermos o que gostamos. É essencial que se comece a dar valor à formação nestas áreas.

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até agora, como atriz?
A.R.P: Dependendo de como estão as coisas no nosso país e na Cultura. Felizmente, não me posso queixar, acho que sou mesmo uma privilegiada, eu ainda não tinha acabado o meu curso e já trabalhava profissionalmente como atriz e desde que acabei o curso acho que as coisas têm corrido muito bem.ML

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