domingo, 5 de outubro de 2014

Mário Lisboa entrevista... Sandra Cóias

Estreou-se na representação em 1997 com a telenovela "A Grande Aposta" (RTP) e desde aí tem desenvolvido um percurso como atriz que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "Terra Mãe" (RTP), "Alves dos Reis" (RTP), "Um Estranho em Casa" (RTP), "O Processo dos Távoras" (RTP), "Morangos com Açúcar" (TVI), "Tu e Eu" (TVI), "Detetive Maravilhas" (TVI), "Casos da Vida" (TVI) e "Pai à Força" (RTP). Uma das atrizes mais acarinhadas pelo público português, é defensora dos Animais e da Natureza, e, recentemente, participou na longa-metragem "Eclipse em Portugal" que foi realizada, produzida e escrita por Alexandre Cebrian Valente. Esta entrevista foi feita no passado dia 10 de Setembro.

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
S.C: Acho que foi desde a primeira vez ao cinema com a minha mãe e vi o filme “Música no Coração” (1965). Fiquei apaixonada por cinema. Tenho esse momento muito presente.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
S.C: Acabamos por ser influenciados pelos filmes que vemos, e por outros atores que admiramos ver a trabalhar e pelo conhecimento que vamos adquirindo. Mas não posso deixar de referir duas pessoas muito importantes no início da minha carreira, a atriz Manuela Maria e Nicolau Breyner que apostaram em mim.

M.L: Faz teatro, cinema e televisão. Qual destes géneros que mais gosta de fazer?
S.C: São todos eles diferentes, com formas diferentes de trabalhar que os distinguem, gosto de todos. Mas a minha grande paixão é o cinema.

M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora, durante o seu percurso como atriz?
S.C: O primeiro nunca esquecemos, quer pela grande aventura que foi. Fui escolhida num casting e a primeira vez que gravei foi longe daqui, em Macau. Mas as que me marcaram mais, talvez tenha sido a D. Teresa de Távora, em “O Processo dos Távoras” (RTP), pela carga emocional que tinha esta personagem e por esta pessoa ter realmente existido. E no Teatro ter feito “Catarinas de Baleizão”, baseado na história de vida da Catarina Eufémia e ter na noite de estreia o marido de Catarina emocionado e no final a chorar, dar-me os parabéns por lhe ter dado vida e mostrar a força daquela pequena, grande mulher.

M.L: Em 2008, protagonizou o telefilme “Roleta Russa” da série “Casos da Vida” (TVI), na qual interpretou a personagem Cristina. Que recordações guarda desse trabalho?
S.C: Guardo ótimas recordações. Foi uma semana muito intensa de trabalho, com uma equipa fantástica dirigida pelo querido Nicolau Breyner, onde nos divertimos muito e aprendi muito.

M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção nacional?
S.C: Acho que o Teatro enfrenta grandes dificuldades, não só na falta de apoios como nas bilheteiras. A ficção nacional tem vindo a crescer em qualidade e espero que assim se mantenha.

M.L: Em 2014, celebra 17 anos de carreira, desde que se estreou como atriz com a telenovela “A Grande Aposta” da RTP em 1997. Que balanço faz destes 17 anos?
S.C: O balanço é muito positivo, fiz trabalhos de que me orgulho muito de ter feito e só tenho a agradecer a confiança que depositaram em mim e a todos os que me ajudaram a crescer como atriz. Aprendi muito. Tive anos de estar a fazer 3 trabalhos completamente diferentes em cinema e TV em simultâneo. E outros mais tranquilos, mas confesso que tenho saudades de estar mais ativa.

M.L: Como lida com o público que acompanha sua carreira há vários anos?
S.C: Sempre tive muita atenção e carinho do público, e isso é muito gratificante. É bom quando recebemos elogios pelo nosso trabalho.

M.L: É defensora dos Animais e da Natureza. Na sua opinião, o que é preciso para que, nos tempos atuais, as pessoas consigam preservar os próprios Animais e a própria Natureza?
S.C: É preciso sensibilidade! Que o Ser Humano seja responsável pelos seus atos, que não se considere no topo da cadeia subjugando Animais e a Natureza de forma egoísta. Todos os Animais têm direito à vida, é esse o desejo de qualquer Ser vivo. A Natureza não precisa do Homem para sobreviver, mas o Homem depende exclusivamente dela para a sua sobrevivência e se todos tivessem esse conhecimento presente… como tudo seria diferente!

M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
S.C: Se for esse realmente o seu sonho, deve ir atrás dele. Aprender o que engloba esta profissão, ser persistente, saber ouvir e observar e que tenha um forte carácter para saber lidar com os “nãos”.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua vida?
S.C: São tantas. Há sempre tanto ainda para fazer que não é fácil escolher apenas uma. Mas ver o meu programa ecológico no ar também é uma delas.ML

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