domingo, 28 de outubro de 2012

Mário Lisboa entrevista... Joana Bastos

Olá. A próxima entrevista é com a atriz Joana Bastos. Desde muito cedo que se interessou pela representação tendo desenvolvido um percurso que passa essencialmente pelo teatro e pela televisão (onde entrou em produções como "O Olhar da Serpente" (SIC), "Amanhecer" (TVI), "Baía das Mulheres" (TVI), "Fascínios" (TVI) e "Casos da Vida" (TVI) e além da representação também é diretora de atores tendo por exemplo desempenhado essa função na série "Morangos com Açúcar" (TVI) entre 2009 e 2012 e recentemente foi diretora de atores da longa-metragem "Morangos com Açúcar-O Filme" de Hugo de Sousa que foi baseada na série com o mesmo título e que estreou recentemente e fundou juntamente com o decorador Carlos Subtil, a diretora de fotografia Denise Domingos, os atores Heitor Lourenço, João Pedreiro e Maria Henrique, os realizadores Hugo de Sousa e Telma Meira e os produtores Paulo Guedes e Teresa Amaral, a I9-Associação Inovar9 que é um projeto que inclui Teatro, Cinema e Televisão. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 25 de Maio. 

M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
J.B: Quando estava no final do 9º ano (como todos os jovens) tinha de começar a pensar na área a seguir ao 10º ano. Tinha de decidir "o que queria ser, quando fosse grande!". Queria ser muita coisa, gostava de fazer tudo... E a única maneira de o conseguir... Era a representar. Decidi ser atriz! Fui para a Escola Profissional de Teatro de Cascais.


M.L: Durante o seu percurso como atriz fez teatro e televisão, mas pouco cinema. Gostava de trabalhar mais nesse género?
J.B: Basicamente, adoro representar... Desde que esteja a trabalhar, estou feliz!

M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
J.B: Acho que todos os trabalhos que fiz me marcaram muito... Todos me ajudaram a crescer e a aprender. Tenho um carinho muito grande por um espetáculo em particular que foi o "Século da Lua", uma comédia musical no bar do Teatro da Trindade. Não só pelo espetáculo (que me divertia muito a fazer), mas como pelas amizades que fiz com os meus colegas que duram até hoje!

M.L: Já fez telenovelas. Este é um género televisivo que gosta muito de fazer?
J.B: Muito... Tenho uma paixão muito grande por televisão. Sempre gostei. Sinto-me bem a trabalhar no ritmo em que se trabalha em televisão.

M.L: Como lida com a carga horária, quando grava uma telenovela?
J.B: Como disse na resposta anterior, gosto do ritmo de televisão. Claro que as 12 horas de trabalho são excessivas. Deveria-se trabalhar menos horas. Acaba por ser muito cansativo e isso por vezes não é bom para o produto final.

M.L: Em 2002 estreou-se na televisão com a telenovela “O Olhar da Serpente” (SIC), onde interpretou a personagem Lina. Que recordações guarda desse trabalho?
J.B: Tudo o que aprendi. Tive muita sorte em ter como colega de trabalho, o ator Virgílio Castelo. E aprendi muito a observa-lo e a trabalhar com ele. Foi maravilhoso.

M.L: “O Olhar da Serpente” foi o último trabalho do realizador Álvaro Fugulin que morreu pouco tempo depois da telenovela ter estreado. Como foi trabalhar com ele?
J.B: Foi ter a experiência de trabalhar com um dos melhores realizadores. Agradeço ter tido essa oportunidade. É um Homem que deixa muitas saudades e muita sabedoria.

M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o seu percurso como atriz?
J.B: Não posso escolher um momento... Há muitos que me marcaram. Mas tento sempre não me esquecer do que é estar sem trabalho. Temos uma profissão muito ingrata. Sem qualquer apoio, quando estamos desempregados. É muito difícil gerir isso.

M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
J.B: Não se está a atravessar um momento muito bom para todas as áreas. Estamos a viver uma crise. E claro que a cultura é das primeiras áreas a sentir a crise. Mas temos de saber dar a volta, o importante é não deixar de trabalhar, de criar, de construir coisas novas.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
J.B: Como disse anteriormente, gosto de representar e de estar a trabalhar. Gostava (claro) de trabalhar com algumas pessoas que não são portuguesas.

M.L: Este ano celebra 14 anos de carreira desde que começou com a peça “Heróis como Nós” no Teatro Infantil de Lisboa em 1998. Que balanço faz destes 14 anos?
J.B: Faço um balanço positivo! Olhando para trás, fiz parte de projetos dos quais me orgulho muito.

M.L: Além da representação também é diretora de atores tendo por exemplo desempenhado essa função na série “Morangos com Açúcar” (TVI) entre 2009 e 2012. Qual destas funções em que se sente melhor?
J.B: Gosto das duas. Gosto de fazer direção de actores e ainda mais fazer direção de atores de elenco infantil e juvenil, acho que é a minha praia. As crianças e os jovens são muito genuínos no que fazem. Não têm noção do ridículo, por isso não existem barreiras e as coisas que criam e que dão são maravilhosas. E aprende-se muito a trabalhar atrás das câmaras.

M.L: “Morangos com Açúcar” foi cancelada ao fim de quase 10 anos de exibição. Como vê o percurso que a série fez até ser cancelada?
J.B: A série "Morangos com Açúcar" ajudou a descobrir e a formar muitos atores. Para o público também foi um marco. Passou por gerações. Claro que há e sempre vão haver pessoas que não gostam e que critiquem, mas isso é com os “Morangos…” e com qualquer trabalho. Não se pode agradar a gregos e a troianos!!!! Mas a verdade é que é muito bom e muito divertido trabalhar na série e agora no Filme. É um projeto que vai deixar muitas saudades e eu lamento muito que acabe!

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
J.B: Tantas... Trabalhei com profissionais fantásticos ao longo da minha carreira.

M.L: Em 2011, Portugal conquistou o seu segundo Emmy com a telenovela da SIC “Laços de Sangue”. Como vê este reconhecimento internacional?
J.B: Vejo com muito agrado! Era bom que se fizesse mais ficção em Portugal. Acho que é importante haver projetos nacionais com os quais nos possamos identificar.

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
J.B: Muito trabalho, porque nada se consegue sem trabalho. Muita coragem e força de vontade, porque não é uma profissão fácil!

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
J.B: Neste momento, está a ser criada a I9-Associação Inovar9. É um projeto que vai incluir Teatro e Televisão. Estamos a trabalhar... Em breve não percam as novidades da I9!!!!!!

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
J.B: Humm... Há uma Personagem que gostava de fazer! Acredito que um dia a consiga fazer.ML

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