segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mário Lisboa entrevista... Lídia Franco

Olá. A próxima entrevista é com a atriz Lídia Franco. Desde muito cedo que se interessou pela representação tornando-se numa das figuras mais marcantes e memoráveis do panorama artístico português com um percurso que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "O Tal Canal" (RTP), "Humor de Perdição" (RTP), "Passerelle" (RTP), "Casino Royal" (RTP), "A Banqueira do Povo" (RTP), "Xica da Silva" (TV Manchete), "Herman Enciclopédia" (RTP), "Terra Mãe" (RTP), "Jardins Proibidos" (TVI), "Nunca Digas Adeus" (TVI), "Fala-me de Amor" (TVI), "A Outra" (TVI), "Equador" (TVI) e "Meu Amor" (TVI) e recentemente participou na telenovela "Rosa Fogo" (SIC) que está nomeada para o Emmy Internacional na categoria de Telenovela e atualmente protagoniza a peça "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa" de Eric-Emmanuel Schmitt que estreou pela primeira vez em 2009 no Teatro Nacional D. Maria II e que desde aí anda em digressão pelo país. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 12 de Outubro. 

M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação? 
L.F: Desde miúda que me lembro de passar o tempo a cantar, dançar, representar em casa, na casa dos vizinhos, nas festas do Colégio… Era a minha forma natural de comunicar com os outros.


M.L: Quais são as suas grandes influências, enquanto atriz?
L.F: As minhas Grandes influências são os outros, a Vida, a Literatura, a Pintura, a Música...

M.L: Fez teatro, cinema e televisão. Qual destes géneros que lhe dá mais gosto em fazer?
L.F: O Teatro é a Arte do Ator. O Cinema é a Arte do Realizador. A Televisão é uma Indústria, onde por vezes se consegue colocar um pouco de Arte. É no Teatro que vou sempre tentando evoluir na minha Arte.

M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
L.F: O maravilhoso Monólogo "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa" de Eric-Emmanuel Schmitt que estreei em 2009 no Teatro Nacional D. Maria II e com o qual continuo a percorrer o País. É a Peça que neste momento faz parte da minha vida. Mas como o mais importante é sempre o nosso próximo Projeto estou já a preparar a minha próxima Produção no Teatro.

M.L: Já fez telenovelas. Este é um género televisivo que gosta muito de fazer?
L.F: A Televisão tem também a vantagem de nos dar uma "Plateia" de milhares e milhares de pessoas.

M.L: Como lida com a carga horária, quando grava uma telenovela?
L.F: Até aqui tenho sobrevivido à carga horária das gravações das Novelas!

M.L: Um dos seus trabalhos mais marcantes em televisão foi a telenovela “Terra Mãe” (RTP), onde interpretou a personagem Isabel Carvalho. Que recordações leva desse trabalho?
L.F: "Terra Mãe" já foi há tantos anos! Tive a sorte de fazer uma Personagem que mudava muito de Personalidade e isso é aliciante para uma atriz, claro.

M.L: Qual foi o momento que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
L.F: O momento mais marcante do meu Percurso de atriz até hoje é sem dúvida o Monólogo "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa".

M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
L.F: O terrível momento que Portugal atravessa sente-se ainda mais na Cultura e nas Artes. Passaram a Produzir-se muito menos obras de ficção. Mas como ser Atriz não é só uma Profissão, mas sim uma maneira de estar na Vida, eu nunca poderei desistir tentando sempre atravessar todos os períodos de crise por piores que sejam. E já atravessei muitos!

M.L: Já trabalhou no estrangeiro. Gostava de ter ficado lá?
L.F: Convidaram-me para Trabalhar em Espanha e em França. Havia uma condição: Tinha que viver lá. O meu filho era adolescente e precisava de mim. Voltei e Não Me Arrependo.

M.L: Como lida com o público que acompanha a sua carreira há vários anos?
L.F: Não existe Teatro sem Público. Sou atriz justamente para comunicar com ele. E ele comunica comigo nos silêncios, nos risos, nas palmas e às vezes nos encontros fortuitos em que me abordam. É uma Partilha.

M.L: Atualmente protagoniza a peça “Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa” de Eric-Emmanuel Schmitt que estreou pela primeira vez em 2009 no Teatro Nacional D. Maria II e que desde aí anda em digressão pelo país. Como é que está a correr a peça?
L.F: A Digressão do Monólogo "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa" continua e só irá parar, quando eu não puder mesmo continuar, pois é um Texto absolutamente Maravilhoso e há muitas pessoas que já assistiram várias vezes ao Espetáculo.

M.L: Como é que surgiu esta peça?
L.F: Ao descobrir este Autor deparei-me com este Texto que está hoje a ser representado em todo o Mundo. Ainda hesitei por ser um Monólogo. Nunca tinha ousado fazer um Monólogo, mas por outro lado também pensei que um Monólogo seria menos difícil para tentar fazer uma Digressão Nacional. E foi assim...

M.L: Como é que se sente ao fazer um monólogo?
L.F: Estou sozinha em Cena, durante cerca de uma hora e meia fazendo várias Personagens com um Texto Muito Belo e Muito Forte a nivel físico e psicológico.

M.L: Como tem sido a reação do público a esta peça até agora?
L.F: Há silêncios palpáveis no ar intercalados com explosões de risos e choros e muitas palmas.

M.L: Como classifica esta peça?
L.F: Esta Peça é uma Lição de Vida.

M.L: Trabalhou com o falecido realizador brasileiro Walter Avancini nas telenovelas “A Banqueira do Povo” da RTP e “Xica da Silva” da TV Manchete. Que recordações leva dele?
L.F: Walter Avancini era um Artista. Era um dos que levavam a Arte para à Indústria que é a Televisão. Tenho muitas saudades dele.

M.L: A telenovela da SIC “Rosa Fogo” da qual participou está nomeada para o Emmy Internacional na categoria de Telenovela. Como vê esta nomeação?
L.F: É Muito Agradável. E mais uma vez dá para perceber que em Portugal há Atores maravilhosos!

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
L.F: As pessoas que me têm marcado na minha Arte são alguns atores com quem tenho contracenado e alguns Mestres que me têm dirigido como por exemplo a Marcia Haufrecht (uma das Fundadoras do Actor's Studio de Nova Iorque) com quem eu faço Aulas há 20 anos e que já me dirigiu em três Peças de Teatro: "Vidas Publicadas", "Frozen" e "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa".

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
L.F: Que sinta se esta é realmente a sua Paixão e que saiba que independentemente do seu grau de talento só se progride com muito, muito trabalho.

M.L: Que balanço faz da sua carreira?
L.F: Estou sempre a recomeçar (Como na Vida).

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
L.F: Continuo com este Monólogo. Dou aulas de Teatro e preparo uma nova Produção no Teatro com um Texto de Luísa Costa Gomes. Gostaria também de Publicar a Tradução que juntamente com Ivone Moura fiz deste Monólogo "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa".

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua vida?
L.F: Um Bom Filme, por exemplo.ML

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