sábado, 15 de fevereiro de 2014

Mário Lisboa entrevista... Cláudia Manuel Silva

Olá. A próxima entrevista é com a atriz Cláudia Manuel Silva. Natural de Esmoriz, desde muito cedo que se interessou pela representação, sendo um dos talentos mais promissores da nova geração de atores, com um percurso como atriz que passa, essencialmente, pelo teatro e pelo cinema. Além da representação, também é cantora, sendo mentora, ao lado de Inês Pinto Leite, do projeto "Ecos Tradicionais" que é dedicado à música tradicional portuguesa, e, recentemente, participou na telenovela "Sol de Inverno" (SIC) e nas séries "I Love It" (TVI) e "Os Filhos do Rock" (RTP). Esta entrevista foi feita no dia 23 de Junho de 2012 na Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira.

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
C.M.S: O interesse pela representação surgiu, desde muito nova. Eu comecei a trabalhar com a Art’Encena que é uma associação em Santa Maria da Feira. Comecei a trabalhar em feiras medievais e foi a partir daí que eu descobri que queria ser atriz e que queria seguir essa carreira.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
C.M.S: Não tenho, propriamente, uma influência. Eu gosto um pouco de tudo. Acho que as maiores influências são as pessoas que me acompanham ao longo do tempo: os meus professores, tive um encenador (João Paulo Costa) que me marcou imenso, que me acompanhou, durante três anos, e que me deu aulas. Acho que ele é uma das minhas grandes influências.

M.L: Faz, essencialmente, teatro e cinema. Gostava de trabalhar mais em televisão?
C.M.S: Sim, gostava de fazer televisão. Eu fui para Lisboa com o intuito de também trabalhar em televisão, embora a minha grande paixão seja o teatro e o cinema. Mas a televisão, neste momento, é um mercado, onde os atores têm uma facilidade maior de gerir a sua vida.

M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, durante o seu percurso como atriz?
C.M.S: Em teatro, acho que a peça que mais me marcou foi “As Danaides” que eu fiz com João Paulo Costa. Foi uma das peças que me deu mais gozo de fazer. Em cinema, eu comecei com a curta-metragem “Azeitona” (2008) e foi marcante, porque também foi a primeira experiência que tive em cinema e foi aí que eu percebi, realmente, que gostava imenso de cinema.

M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção nacional?
C.M.S: O teatro está paradíssimo. É muito difícil para os novos atores conseguirem fazer bom teatro, porque não há apoios, a situação do nosso país está como toda a gente sabe, há teatros a fechar, porque não têm forma de sobreviver. A ficção é uma indústria de muita competitividade, é complicado entrar na ficção nacional, hoje em dia, mas eu sou apologista de que quando nós temos uma boa formação, de que quando gostamos imenso daquilo que fazemos e trabalhamos para isso, vamos ter as nossas oportunidades.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
C.M.S: Eu não sou uma atriz que sonha em ir para Hollywood, eu gosto de trabalhar cá… Aliás, o cinema que eu mais gosto nem é, propriamente, o cinema mainstream americano… É cinema francês, cinema brasileiro… Todos os atores e atrizes gostavam de expandir o seu trabalho por mais do que o seu país.

M.L: Vive em Lisboa, mas é natural de Esmoriz. Já alguma vez se arrependeu de ter decidido ir viver para Lisboa?
C.M.S: No início, foi um bocadinho complicado nos primeiros três meses, porque fui para Lisboa, deixei cá a família, os amigos, tudo aquilo que fazia parte da minha vida e lancei-me para um sítio que eu não conhecia… Mas, hoje em dia, não me arrependo de nada, estou a adorar estar em Lisboa, estou a gostar imenso.

M.L: É agenciada pela H!T Management que foi fundada pela também atriz Ana Varela e que pretende ser uma agência inovadora, cujos seus agenciados são, em grande parte, atores com menor visibilidade. Como vê o percurso que a agência tem feito, desde a sua fundação até agora?
C.M.S: Eu, praticamente, acompanhei o início. Quando me mudei para Lisboa, eles tinham um pouco mais do que três meses de empresa. Eu cheguei a trabalhar com eles, ajudá-los mesmo em trabalho de agência, tal como atriz. Portanto, estou completamente dentro daquilo que é o trabalho da H!T. A H!T pegou inicialmente em atores que não têm grande visibilidade na ficção e, neste momento, já estamos com um leque de atores muito maior. Isso é um sinal de que a agência é boa (a meu ver).

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até agora, como atriz?
C.M.S: O meu percurso ainda é pequeníssimo, eu ainda estou a começar. Acho que nós estamos sempre a aprender, tem de ser tudo muito devagarinho, mas eu estou muito satisfeita, já trabalhei em muitas áreas que eu sempre quis trabalhar e acho que estou num bom caminho.ML

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