terça-feira, 1 de julho de 2014

Mário Lisboa entrevista... Cátia Nobre

Olá. A próxima entrevista é com a jornalista Cátia Nobre. Desde muito cedo que se interessou pelo jornalismo, apesar de ter desejado várias profissões como Professora de História ou Educadora de Infância, e, aos 24 anos de idade, tem desenvolvido um sólido percurso como jornalista que passa, essencialmente, pela televisão (trabalhou na TV Record Europa e, atualmente, trabalha na CMTV). Tem, como influências, jornalistas como Ana Leal, Clara de Sousa e José Alberto Carvalho, e gostava de entrevistar importantes personalidades políticas. Esta entrevista foi feita no passado dia 16 de Junho.

M.L: Quando surgiu o interesse pelo jornalismo?
C.N: Surgiu quando ainda era muito pequena. Quis ter várias profissões como Professora de História ou Educadora Infantil… Mas com o passar do tempo fui percebendo que a informação é poder, ou seja, quanto mais informado está, mais poder tem sobre uma situação. Este dado não tem de ser mau, tem de ser visto como o ponto de partida para uma forma de estar na vida. Percebi que a figura do jornalista tem um peso e uma importância sem igual nas sociedades. Não é, nem pode ser, uma vaidade. Tem de ser uma missão.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto jornalista?
C.N: Cresci a ler revistas e a ver caras de que gostava muito na televisão. Há nomes incontornáveis para mim como a Ana Leal, Clara de Sousa, Margarida Marante nos seus comentários com o Miguel Sousa Tavares, José Alberto Carvalho.

M.L: Como jornalista, trabalha, essencialmente, na televisão. Gostava de, um dia, trabalhar em outros meios de comunicação como, por exemplo, a imprensa?
C.N: Sim, gostava. No futuro, quem sabe, talvez pudesse passar essencialmente pela escrita, mas numa revista semanal (um género que me agrada bastante). Mas, a par da televisão, a rádio é uma das minhas paixões.

M.L: Na televisão, trabalhou na TV Record Europa e, atualmente, trabalha na CMTV. Que balanço faz do tempo em que trabalha no canal?
C.N: O melhor. Tem sido difícil e exigente, não o nego, mas até agora cresci profissionalmente como não podia imaginar ter crescido antes de completar 25 anos. Tenho tido oportunidades que pouco provavelmente teria noutros locais. Por isso, só posso estar grata, feliz, e com vontade de continuar. No entanto, o horário madrugador da equipa da qual faço parte, nem sempre é fácil de gerir, mas faz parte!

M.L: A CMTV foi lançada em Março de 2013. Como vê o percurso que o canal tem feito, desde a sua fundação até agora?
C.N: A CMTV tem o peso (enorme) da responsabilidade de ser o rosto do jornal Correio da Manhã. Levamos até ao espectador as imagens das notícias que todos os dias milhares de pessoas lêem no papel e online. Penso que o país precisava de um projeto do género. Como em todas as ideias que realmente avançam, a CMTV teve os seus percalços no início, mas soube e sabe crescer. Fá-lo todos os dias. Tem sido uma ótima aventura, que encaro, encaramos, todos os dias com responsabilidade e altruísmo.

M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora, durante o seu percurso como jornalista?
C.N: O meu percurso enquanto jornalista é ainda muito recente, estou prestes a completar apenas cinco anos enquanto profissional. Ainda assim (já na CMTV), destaco a notícia em primeira mão da demissão de Miguel Relvas. Na altura era eu quem estava no ar, a CMTV tinha apenas dois meses, e lá estávamos nós a marcar a atualidade política nacional, ao avançar que o Ministro de quem toda a gente falava ia demitir-se. Destaco ainda a revelação, também em primeira mão, do aparecimento do bebé Daniel. Foi um momento feliz. Mais recentemente, a entrevista com o Ricardo Araújo Pereira.

M.L: Como vê, atualmente, a Comunicação Social em Portugal?
C.N: Por vezes vejo, confesso, com alguma desilusão. Muitas vezes pelos protagonistas “escolhidos” e também pela forma como conduzimos as coisas. Fico triste também pelo efeito “carneirada” de que muitas vezes sofremos. Hoje, o assunto não sai de antena, mas amanhã pode não ser bem assim. Não sei que efeitos terá no nosso futuro. Talvez seja um sinal dos tempos.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
C.N: Admiro quem consegue fazê-lo, mas a língua deve ser respeitada. No meu caso, não seria uma boa jornalista num país cuja língua não fosse a minha. Não é uma ambição que tenha. Gostaria, isso sim, de continuar a trabalhar no meu país e tentar ser melhor naquilo que faço.

M.L: Tem, atualmente, 24 anos de idade e já tem experiência como pivô em dois canais de televisão (que é uma coisa que muitos demoram algum tempo a conseguirem). Qual o conselho que daria, nesta altura, a alguém que queira ingressar numa carreira no jornalismo?
C.N: Os canais do cabo têm aberto portas a muitas pessoas novas, que de outra forma não teriam um lugar a apresentar um Jornal principal ou até mesmo secundário. Tenho plena noção disso. Trabalho, talvez seja esse conselho! Mas prefiro não dar conselhos a ninguém, até porque o meu percurso tem sido feito com base em muito trabalho e de alguns acasos.

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até agora, como jornalista?
C.N: Até agora, faço o melhor balanço possível, mas sinto que preciso de aprender muitas coisas. Preciso de dar “mais notícias”! Tenho tanto a aprender, a evoluir, que ainda me é difícil fazer um balanço. Há algo que gosto de realçar: os colegas mais velhos que tenho encontrado. Ajudam-me imenso e fazem-me sentir que ainda há muitos bons profissionais no nosso meio. Só por isso, já vale a pena!

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
C.N: O meu projeto é a CMTV, é aqui que planeio permanecer, é aqui que quero crescer.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua vida?
C.N: Gostava de entrevistar importantes figuras políticas, mas sei que ainda não tenho a maturidade e os conhecimentos para desempenhar esse papel da melhor forma.ML

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