Desde muito cedo que se interessou pela representação, tornando-se numa das atrizes mais respeitadas e versáteis do meio artístico português, com um percurso que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "Jardins Proibidos" (TVI), "Capitão Roby" (SIC), "Filha do Mar" (TVI), "Ilha dos Amores" (TVI), "Casos da Vida" (TVI), "Liberdade 21" (RTP), "Perfeito Coração" (SIC), "República" (RTP), "Rosa Fogo" (SIC) e "Depois do Adeus" (RTP). Além da representação, também é encenadora e diretora de atores, e, recentemente, participou na telenovela "Sol de Inverno" que esteve em exibição na SIC. Esta entrevista foi feita no passado dia 22 de Setembro.
M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
A.N: Muito cedo.
Gostava de me mascarar, vestir vestidos até aos pés. Em 1974, foi quando
assisti pela primeira vez a uma peça de teatro, lembro-me que enquanto aplaudia
já tinha a certeza que iria ser atriz.
M.L: Faz teatro, cinema e televisão. Qual destes
géneros que mais gosta de fazer?
A.N: São três
tempos diferentes de representação.
No teatro experimenta-se a efemeridade, aqui
tudo se passa entre os atores e o público.
No cinema há o tempo da escolha do que o
realizador quer que se veja.
Na televisão quase que não há tempo (risos).
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
A.N: O trabalho que
mais me marcou foi sempre o último que fiz, quer seja pela positiva ou pela
negativa.
M.L: Além da representação, também é encenadora e
diretora de atores. Em qual destas funções em que se sente melhor?
A.N: Perguntam-me
muitas vezes, mas são processos tão diferentes. Quando se está de fora, a
encenar por exemplo, o trabalho é objetivo. Trata-se de juntar o trabalho de
todos os criativos (cenógrafo, figurinista, luminotécnico, sonoplasta,
coreógrafo, etc.) e orientar a criação dos atores para o objeto final, o
espetáculo. Quando se é ator o trabalho é subjetivo, uma espécie de filigrana
interior.
M.L: Em 2008, participou como atriz e como co-diretora
de atores no telefilme “Todos os Homens Nascem Iguais” da série “Casos da Vida”
(TVI), na qual interpretou a personagem Fátima. Que recordações guarda desse
trabalho?
A.N: Lembro-me
que o realizador era o Nicolau Breyner e que o último dia de gravações foi numa
sexta-feira Santa.
M.L: Como lida com o público que acompanha sua
carreira há vários anos?
A.N: Com muito
carinho. Trabalho para o público.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
A.N: Eu acho que
só se sobrevive nesta área se representar for uma necessidade.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como atriz?
A.N: Não faço
balanços. Vivo cada trabalho com a consciência de que são pedaços da minha
vida. Com muito respeito e intensamente, claro.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
A.N: No dia 26 de
Setembro, a convite e a propósito dos 20 anos do Teatro Extremo, estreia uma
encenação minha da peça da autora Timberlake Wertenbaker, “Depois de Darwin”. Em
Outubro estarei num filme da Patrícia Sequeira com a Maria João Luís, a Rita
Blanco, a Ana Padrão e a Fátima Belo. Em Novembro começo os ensaios do espetáculo
“Portugal, Meu Remorso” a partir da obra de Alexandre O’Neill que estrearei com
o João Reis no Teatro São Luiz no dia 22 de Fevereiro de 2015.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
A.N:
Ser livre.MLFotografia: Carlos Ramos
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