sábado, 6 de setembro de 2014

Mário Lisboa entrevista... Margarida Gil

O interesse pelo cinema surgiu naturalmente, tornando-se num dos nomes mais respeitados do
Cinema em Portugal, com um percurso como realizadora que também passa pela televisão (tendo trabalhado na RTP). Presidente da Associação Portuguesa de Realizadores, foi casada com o falecido realizador João César Monteiro, e em 2012 realizou a longa-metragem "Paixão" que foi protagonizada por Ana Brandão e Carloto Cotta e em 2013 recebeu 2 nomeações para os Prémios Sophia nas categorias de Melhor Argumento Original (Margarida Gil e Maria Velho da Costa) e Melhor Fotografia (Acácio de Almeida). Esta entrevista foi feita no dia 7 de Dezembro de 2012 na Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira.

M.L: Quando surgiu o interesse pelo cinema?
M.G: Foi surgindo. Por um lado, foi com o conhecimento do João César Monteiro, e por outro lado fui trabalhar para a televisão muito cedo, e comecei a trabalhar em cinema ao mesmo tempo que trabalhava na RTP. Aconteceu naturalmente.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto realizadora?
M.G: Eu acho que desejo ter uma voz autónoma, pessoal e diferente dos outros, porque senão não vale a pena.

M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora, durante o seu percurso como realizadora?
M.G: Talvez o meu primeiro filme “Relação Fiel e Verdadeira” (1987).

M.L: Como realizadora, também trabalhou na televisão. Que recordações guarda do tempo em que trabalhou nessa área?
M.G: Guardo algumas recordações muito boas. Eu gostei imenso de trabalhar em televisão, guardo situações muito boas.

M.L: Como vê, atualmente, o Cinema, em termos gerais?
M.G: Existe uma colonização na exibição e distribuição, em Portugal, como no resto da Europa, do Cinema Americano. Existe uma tendência para o imitar, mas em 1º lugar, muito desse cinema tenta também ele escapar, e há filmes muito bons. (Francis Ford) Coppola, por exemplo: e no resto do Mundo há gente que resiste, por exemplo em Portugal...

M.L: Gostava de ter feito uma carreira internacional?
M.G: Nunca pensei nisso.

M.L: Foi casada com o realizador João César Monteiro que faleceu em 2003. Como vê o percurso que ele desenvolveu até falecer?
M.G: Um percurso de grande resistência, alguém que muito teimosamente confrontou com todos os poderes. Uma grande sensibilidade artística e uma grande admiração por ele como realizador.

M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na realização?
M.G: É preciso ter coragem. Vale a pena pensar muitas vezes. Tem que se ter alguma coisa a dizer.

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até agora, como realizadora?
M.G: Podia ser melhor.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua vida?
M.G: Gostava de fazer uma ópera.ML

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