M.L: Quando surgiu o interesse pelo jornalismo?
A.S.D: Na verdade, foi um
acaso. Nunca tinha pensado em ser jornalista, a intenção era estudar História.
Mas depois comecei a trabalhar e gostei, fui ficando com prazer.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto
jornalista?
A.S.D: Até certa altura,
as influências eram os mais velhos, os que me ensinaram numa altura em que não
havia curso de jornalismo em Portugal. Agora aprendo com aqueles, cujo trabalho
me agrada mais: novos, velhos, assim-assim.
M.L: Durante o seu percurso como jornalista, trabalhou
na imprensa, na rádio e na televisão. Qual destes meios de comunicação que mais
gosta de trabalhar?
A.S.D: Eu sou da
imprensa, mas gostei muito de todos os outros meios, quer a televisão, quer a
rádio, quer a agência (trabalhei na Agência Lusa e foi uma bela experiência).
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, durante o
seu percurso como jornalista?
A.S.D: O meu trabalho mais marcante é sempre o que está mais próximo no tempo. O
de ontem, o de hoje, o que preparo para amanhã.
M.L: Entre 2001 e 2007, apresentou o programa “Por
Outro Lado” que marcou a sua estreia na televisão, da qual foi exibido na RTP2.
Que recordações guarda desse trabalho?
A.S.D: Foi uma boa
experiência e teve uma enorme visibilidade. Tive o privilégio de, nesses anos
todos, ter uma total liberdade na escolha dos entrevistados.
M.L: Como vê, atualmente, a Comunicação Social em
Portugal?
A.S.D: Com
preocupação, naturalmente, e, ao mesmo tempo, com expectativa: o futuro é ainda
mais incerto do que sempre foi.
M.L: Gostava de ter feito uma carreira internacional?
A.S.D: Uma carreira
internacional no jornalismo é uma coisa muito rara. Nunca pensei nisso.
M.L: Em 2015, celebra 40 anos de carreira, desde que
iniciou a sua carreira de jornalista em 1975. Que balanço faz destes 40 anos?
A.S.D: Esta profissão permitiu-me conhecer pessoas e situações a que nunca
teria tido acesso sem ela e como, para mim, o mais importante, no meio de tudo
isto, são as pessoas, o balanço é muito positivo.
M.L: Atualmente, é assessora de imprensa da Fundação
José Saramago. Que balanço faz do tempo em que exerce essa função?
A.S.D: Tem sido
muito estimulante participar na instalação e nas atividades da Fundação. É um
trabalho muito interessante, este contacto com não apenas os jornalistas, mas
também com os visitantes da Casa dos Bicos.
M.L: José Saramago faleceu em Junho de 2010. Como vê o
percurso que ele fez até falecer?
A.S.D: Sou leitora
da obra de José Saramago e conheci-o pessoalmente. Um autodidata que chega ao
Nobel da Literatura só pode ser uma pessoa especial.
M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira no jornalismo?
A.S.D: Que tenha sempre
curiosidade e que nunca esqueça os princípios deontológicos.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
A.S.D: Não
sei, francamente.ML
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