M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
T.O: Desde pequena que eu
sempre quis ser atriz. Mas a coragem de escolher esta vida, foi por volta de
2007, quando finalizei o secundário e tive que acabar de fazer Matemática, em
regime noturno. E foi com essa mudança radical que tive o interesse total de
ser artista.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
T.O: Eu não tenho
influências.
M.L: Faz, essencialmente, teatro. Gostava de trabalhar
mais no audiovisual (Cinema e Televisão)?
T.O: Eu tenho experiência
nas três áreas. Mas, onde eu gostava de ter mais experiência, remunerada
preferencialmente, é na área de cinema e de televisão.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou até agora,
enquanto atriz?
T.O: Foi o “Aladino-O Musical
no Gelo”.
M.L: Como vê, atualmente, a Cultura em Portugal?
T.O: Vejo muito mal.
Porque não temos Ministro da Cultura, porque todos os artistas não são
valorizados, são renegados. E não é só o artista que não é valorizado pela
sociedade, mas também os artistas não se valorizam uns aos outros, e o facto de
trabalharmos com recibos verdes, sem termos subsídios, acho que é muito
injusto. É uma profissão que é ingrata, porque não conseguimos viver só disto,
ou muitos poucos conseguem, e não há nem uma carteira profissional que prove
que somos atores, nem um subsídio de desemprego ou algo do género para termos
algum tipo de ajuda.
M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
T.O: Sim, acho que
qualquer ator gostava de o fazer. Mas, enquanto não surgirem oportunidades, às
vezes lutar não chega, é preciso o toquezinho de sorte.
M.L: Quais são os atores, em Portugal, com quem
gostava de trabalhar no futuro?
T.O: O Ruy de Carvalho, a
Eunice Muñoz, o Manuel Cavaco, a Alexandra Lencastre, a Margarida Marinho, a
Rita Pereira, o Diogo Infante, o Albano Jerónimo, a Joana Santos, o Joaquim de
Almeida, o Rogério Samora… Basicamente, são esses…
M.L: Gostava de, um dia, experimentar outras áreas
como, por exemplo, a escrita?
T.O: Eu escrevo os meus
próprios textos e sketches, só que
são meus, não quero pô-los em público… Portanto, a nível de experiência, já a
tenho…
M.L: Tem apostado na formação. Na sua opinião, quem
está a iniciar uma carreira na representação, deve, mais do que tudo, apostar
na formação?
T.O: Sim, acho que é
importante. Eu já apostei na formação e sou licenciada em Teatro na ESAP
(Escola Superior Artística do Porto). Acho que quem quer seguir esta área deve
fazer, porque, hoje em dia, qualquer pessoa é ator. Acho que também somos
desvalorizados, por causa disso. Já fiz trabalhos com atores de formação e com
atores sem formação nenhuma e notam-se as diferenças. Porque uma pessoa que tem
formação tem as bases e sabe estar no local de trabalho e trabalhar a sério e
as outras pessoas não.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito até
agora como atriz?
T.O: Acho que vou evoluindo. Porque eu comecei a minha
carreira artística profissional no meu primeiro ano de faculdade e só aí um
grande avanço, enquanto estava aprendendo e no que diz respeito à experiência. Desde
que acabei a faculdade até agora, a nível de carreira, estou bem melhor e a
nível de trabalho, porque vou tendo contactos. Já estive no meu auge que foi o
“Aladino-O Musical no Gelo”. Passei da comédia ao drama, fui pelos clássicos,
pelo teatro experimental e de formas animadas, fiz revista à portuguesa,
musicais. Neste momento, formei a minha própria companhia: a Persona D’arte, com
uma outra atriz (Rafa Santos) e criamos a nossa peça infantil e levamos o teatro
às escolas. Numa loucura, concorremos ao Teatro Rápido e fomos aceites, vamos
estar nos fins-de-semana de Novembro, em Lisboa.ML
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