domingo, 27 de outubro de 2013

Mário Lisboa entrevista... Tânia Orchid

Olá. A próxima entrevista é com a atriz Tânia Orchid. Natural do Porto, desde muito cedo que se interessou pela representação, sendo uma das mais promissoras atrizes da sua geração, da qual tem desenvolvido um interessante percurso que passa, essencialmente, pelo teatro, e, recentemente, foi concorrente do programa "OK KO" (TVI) que foi apresentado por João Paulo Rodrigues e por Vera Fernandes, e, atualmente, é coprotagonista da peça infantil "A Tia Miséria" que é produzida pela companhia Persona D'arte que fundou, juntamente, com a atriz Rafa Santos, da qual vai estar em cena nos fins-de-semana do próximo mês de Novembro no Teatro Rápido em Lisboa. Esta entrevista foi feita no passado dia 10 de Junho no Café Tropical no Porto.

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
T.O: Desde pequena que eu sempre quis ser atriz. Mas a coragem de escolher esta vida, foi por volta de 2007, quando finalizei o secundário e tive que acabar de fazer Matemática, em regime noturno. E foi com essa mudança radical que tive o interesse total de ser artista.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
T.O: Eu não tenho influências.

M.L: Faz, essencialmente, teatro. Gostava de trabalhar mais no audiovisual (Cinema e Televisão)?
T.O: Eu tenho experiência nas três áreas. Mas, onde eu gostava de ter mais experiência, remunerada preferencialmente, é na área de cinema e de televisão.

M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou até agora, enquanto atriz?
T.O: Foi o “Aladino-O Musical no Gelo”.

M.L: Como vê, atualmente, a Cultura em Portugal?
T.O: Vejo muito mal. Porque não temos Ministro da Cultura, porque todos os artistas não são valorizados, são renegados. E não é só o artista que não é valorizado pela sociedade, mas também os artistas não se valorizam uns aos outros, e o facto de trabalharmos com recibos verdes, sem termos subsídios, acho que é muito injusto. É uma profissão que é ingrata, porque não conseguimos viver só disto, ou muitos poucos conseguem, e não há nem uma carteira profissional que prove que somos atores, nem um subsídio de desemprego ou algo do género para termos algum tipo de ajuda.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
T.O: Sim, acho que qualquer ator gostava de o fazer. Mas, enquanto não surgirem oportunidades, às vezes lutar não chega, é preciso o toquezinho de sorte.

M.L: Quais são os atores, em Portugal, com quem gostava de trabalhar no futuro?
T.O: O Ruy de Carvalho, a Eunice Muñoz, o Manuel Cavaco, a Alexandra Lencastre, a Margarida Marinho, a Rita Pereira, o Diogo Infante, o Albano Jerónimo, a Joana Santos, o Joaquim de Almeida, o Rogério Samora… Basicamente, são esses…

M.L: Gostava de, um dia, experimentar outras áreas como, por exemplo, a escrita?
T.O: Eu escrevo os meus próprios textos e sketches, só que são meus, não quero pô-los em público… Portanto, a nível de experiência, já a tenho…

M.L: Tem apostado na formação. Na sua opinião, quem está a iniciar uma carreira na representação, deve, mais do que tudo, apostar na formação?
T.O: Sim, acho que é importante. Eu já apostei na formação e sou licenciada em Teatro na ESAP (Escola Superior Artística do Porto). Acho que quem quer seguir esta área deve fazer, porque, hoje em dia, qualquer pessoa é ator. Acho que também somos desvalorizados, por causa disso. Já fiz trabalhos com atores de formação e com atores sem formação nenhuma e notam-se as diferenças. Porque uma pessoa que tem formação tem as bases e sabe estar no local de trabalho e trabalhar a sério e as outras pessoas não.

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito até agora como atriz?
T.O: Acho que vou evoluindo. Porque eu comecei a minha carreira artística profissional no meu primeiro ano de faculdade e só aí um grande avanço, enquanto estava aprendendo e no que diz respeito à experiência. Desde que acabei a faculdade até agora, a nível de carreira, estou bem melhor e a nível de trabalho, porque vou tendo contactos. Já estive no meu auge que foi o “Aladino-O Musical no Gelo”. Passei da comédia ao drama, fui pelos clássicos, pelo teatro experimental e de formas animadas, fiz revista à portuguesa, musicais. Neste momento, formei a minha própria companhia: a Persona D’arte, com uma outra atriz (Rafa Santos) e criamos a nossa peça infantil e levamos o teatro às escolas. Numa loucura, concorremos ao Teatro Rápido e fomos aceites, vamos estar nos fins-de-semana de Novembro, em Lisboa.ML

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