domingo, 6 de janeiro de 2013

Mário Lisboa entrevista... Kris Rosa

Olá. A próxima entrevista é com a cantora brasileira Kris Rosa. Desde muito cedo que se interessou pela música tendo iniciado a sua carreira como vocalista de uma banda atuando por todo o Brasil, durante 15 anos. É casada com o músico português José Carolino que era guitarrista da banda, quando se conheceram e desde 2004 que vive em Portugal e atualmente está a editar o seu 1º álbum de originais em Portugal. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 27 de Dezembro.

M.L: Como é que surgiu o interesse pela música?
K.R: A minha família sempre foi muito ligada a música, desde o meu avô paterno que tocava vários instrumentos musicais, aos meus pais que eram músicos e de 2 dos meus 4 irmãos que já estudavam música. Ao vê-los a praticar senti que era mesmo aquilo que queria para mim. Comecei a estudar música aos 7 anos, era a minha brincadeira favorita.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto cantora?
K.R: As minhas primeiras influências foram os meus pais e à medida que o tempo passava e eu estudava, este leque de influências só aumentava como os grandes nomes da MPB (Música Popular Brasileira) -Elis Regina, Gal Costa, Simone, Zizi Possi, Cássia Eller, Djavan, Oswaldo Montenegro... e nomes internacionais como Liza Minnelli, Dulce Pontes, Diana Krall, Freddie Mercury... e até hoje estes nomes estão constantemente a aumentar na minha lista como influência no meu canto, portanto o melhor é eu parar por aqui, porque senão esta listagem vai ficar muito longa, pois nem cheguei aos atuais ...

M.L: Qual foi o trabalho que a marcou, durante o seu percurso como cantora?
K.R: Foram muitos, mas em especial, no Brasil foi atuar com a Banda, a qual eu era a cantora na altura, na abertura de um Concerto mágico da cantora Simone, foi uma noite linda e especial. E em Portugal foi, com certeza, a temporada no Casino Estoril com a minha Banda (Quinteto de Kris Rosa), foram quase um ano de atuações todos os fins-de-semana, e nas grandes Galas, a fazer parte de uma agenda fantástica tendo a possibilidade de conhecer músicos maravilhosos.

M.L: Nasceu no Brasil e vive em Portugal desde 2004. O que a levou a querer viver em Portugal?
K.R: O meu marido é português, para ser bem sincera um português-brasileiro, pois viveu 25 anos no Brasil, por isso, depois de vir a Portugal visitar a família dele e o fato de ele ter estado tanto tempo longe da família, achamos que era hora de fazer esta grande mudança na nossa vida: viver em Portugal. O que me conforta até hoje é que o público português foi sempre espetacular e ajuda-me a suportar a ausência que, agora eu, sinto da minha família no Brasil.

M.L: Como vê atualmente Portugal?
K.R: O meu otimismo, como brasileira que sou, prevalece. Acredito na melhora, numa adaptação à crise,  mas com uma certa preocupação. O mercado de trabalho está ficando muito instável, mas isso não é novidade para ninguém não é?

M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o seu percurso como cantora?
K.R: Foram dois: um, onde tive que cantar a um grande público no Brasil, num concerto que não podia ser adiado, mesmo sabendo um pouco antes do concerto, da morte do meu avô paterno, o qual eu tive mais contato e tinha muito carinho. O outro foi recente, em Maio de 2012: ter que atuar e o meu marido e companheiro musical, no Hospital a se recuperar de uma cirurgia de urgência que se não tivesse sido feita poderia ter sido fatal. Foram momentos muito difíceis. O meu avô querido continua no meu coração e sabe que aquele concerto foi para ele e o meu marido, graças a Deus está mais rijo do que nunca e a atuar comigo por todo o Portugal.

M.L: Como vê atualmente a Música tanto no Brasil, como em Portugal?
K.R: Como o Brasil é muito grande é claro que a diversidade é maior que em Portugal, mas mesmo sendo um país tão grande se assemelha em Portugal a um fator que na minha opinião é muito negativo: o que mais se ouve nas rádios é que o dinheiro manda, não sou preconceituosa, quanto ao que é popular e para brincadeira, até porque acho isso muito importante para ambos os países, mas é pena que muito do que é NACIONAL, novo, novos sons, novos compositores sejam conhecidos por poucos, por ser considerado pouco rentável e não ser popular. Isso acho mau. Mas fico feliz que tanto no Brasil, quanto em Portugal, a música esteja em constante movimento.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
K.R: Gostava, mas vou ser sincera: gosto muito de viver um dia de cada vez, sem planear demais os projetos a longo prazo, que por acaso este seria um deles. Mas quem sabe?

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu percurso como cantora?
K.R: Sem dúvida, o meu marido. Até hoje, a opinião dele é muito importante para mim e aprendi muito com ele.

M.L: Gostava de experimentar outras áreas como por exemplo a representação?
K.R: A representação nunca foi um objetivo, mas participar num Musical sim, mesmo a representação estando presente, seria uma área que eu gostava de experimentar.

M.L: Como vê o futuro da Música em geral nos próximos anos?
K.R: Acho que cada vez mais estamos voltando no tempo e recriando novas canções inspirado no que foi feito no passado, acho que cada vez mais isso vai acontecer. Mas também vejo uma era musical tecnológica cada vez mais espantosa.

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na música?
K.R: Estudar música e a viver com paixão. Não pensar em viver somente da música profissionalmente, tem mesmo que ser. Estudar, estudar...

M.L: Que balanço faz da sua carreira?
K.R: Maravilhosa. Considero-me uma artista com sorte, que é necessária, tanto quanto o talento na música.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
K.R: Editar o meu 1º CD de originais em Portugal e continuar com as minhas aulas de Canto no estúdio que tenho em casa e com os meus alunos incentivar muitas pessoas pelo gosto e estudo da música.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
K.R: Que engraçado, esta foi a pergunta mais difícil... mas gostava muito de cantar, pelo menos uma vez, com uma orquestra. Uma grande orquestra.

M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da sua vida?
K.R: Nada. Tenho um filho e um marido maravilhoso, uma família espetacular, tenho amigos especiais, tenho um nome pelo qual tenho muito orgulho que foi feito com muita dedicação, amor a Música e humildade.ML

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