M.L: Como é que surgiu o interesse pela música?
K.R: A minha família sempre foi muito ligada
a música, desde o meu avô paterno que tocava vários instrumentos musicais, aos
meus pais que eram músicos e de 2 dos meus 4 irmãos que já estudavam música. Ao
vê-los a praticar senti que era mesmo aquilo que queria para mim. Comecei a
estudar música aos 7 anos, era a minha brincadeira favorita.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto cantora?
K.R: As minhas primeiras influências
foram os meus pais e à medida que o tempo passava e eu estudava, este leque de
influências só aumentava como os grandes nomes da MPB (Música Popular
Brasileira) -Elis Regina, Gal Costa, Simone, Zizi Possi, Cássia Eller, Djavan,
Oswaldo Montenegro... e nomes internacionais como Liza Minnelli, Dulce Pontes,
Diana Krall, Freddie Mercury... e até hoje estes nomes estão constantemente a
aumentar na minha lista como influência no meu canto, portanto o melhor é eu
parar por aqui, porque senão esta listagem vai ficar muito longa, pois nem
cheguei aos atuais ...
M.L: Qual foi o trabalho que a marcou, durante o seu
percurso como cantora?
K.R: Foram muitos, mas em especial, no
Brasil foi atuar com a Banda, a qual eu era a cantora na altura, na abertura de
um Concerto mágico da cantora Simone, foi uma noite linda e especial. E em Portugal
foi, com certeza, a temporada no Casino Estoril com a minha Banda (Quinteto de
Kris Rosa), foram quase um ano de atuações todos os fins-de-semana, e nas
grandes Galas, a fazer parte de uma agenda fantástica tendo a possibilidade de
conhecer músicos maravilhosos.
M.L: Nasceu no Brasil e vive em Portugal desde 2004. O
que a levou a querer viver em Portugal?
K.R: O meu marido é português, para ser bem
sincera um português-brasileiro, pois viveu 25 anos no Brasil, por isso, depois
de vir a Portugal visitar a família dele e o fato de ele ter estado tanto tempo
longe da família, achamos que era hora de fazer esta grande mudança na nossa
vida: viver em Portugal. O que me conforta até hoje é que o público português
foi sempre espetacular e ajuda-me a suportar a ausência que, agora eu, sinto da
minha família no Brasil.
M.L: Como vê atualmente Portugal?
K.R: O meu otimismo, como brasileira
que sou, prevalece. Acredito na melhora, numa adaptação à crise, mas com
uma certa preocupação. O mercado de trabalho está ficando muito instável, mas
isso não é novidade para ninguém não é?
M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o
seu percurso como cantora?
K.R: Foram dois: um, onde tive que cantar a
um grande público no Brasil, num concerto que não podia ser adiado, mesmo
sabendo um pouco antes do concerto, da morte do meu avô paterno, o qual eu tive
mais contato e tinha muito carinho. O outro foi recente, em Maio de 2012: ter
que atuar e o meu marido e companheiro musical, no Hospital a se
recuperar de uma cirurgia de urgência que se não tivesse sido feita poderia ter
sido fatal. Foram momentos muito difíceis. O meu avô querido continua no meu coração e sabe que aquele concerto foi para
ele e o meu marido, graças a Deus está mais rijo do que nunca e a atuar comigo
por todo o Portugal.
M.L: Como vê atualmente a Música tanto no Brasil, como
em Portugal?
K.R: Como o Brasil é muito grande é
claro que a diversidade é maior que em Portugal, mas mesmo sendo um país tão
grande se assemelha em Portugal a um fator que na minha opinião é muito
negativo: o que mais se ouve nas rádios é que o dinheiro manda, não sou
preconceituosa, quanto ao que é popular e para brincadeira, até porque acho
isso muito importante para ambos os países, mas é pena que muito do que é
NACIONAL, novo, novos sons, novos compositores sejam conhecidos por poucos, por
ser considerado pouco rentável e não ser popular. Isso acho mau. Mas fico feliz
que tanto no Brasil, quanto em Portugal, a música esteja em constante
movimento.
M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
K.R: Gostava, mas vou ser sincera: gosto
muito de viver um dia de cada vez, sem planear demais os projetos a longo
prazo, que por acaso este seria um deles. Mas quem sabe?
M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu
percurso como cantora?
K.R: Sem dúvida, o meu marido. Até
hoje, a opinião dele é muito importante para mim e aprendi muito com ele.
M.L: Gostava de experimentar outras áreas como por
exemplo a representação?
K.R: A representação nunca foi um
objetivo, mas participar num Musical sim, mesmo a representação estando
presente, seria uma área que eu gostava de experimentar.
M.L: Como vê o futuro da Música em geral nos próximos
anos?
K.R: Acho que cada vez mais estamos voltando
no tempo e recriando novas canções inspirado no que foi feito no passado, acho
que cada vez mais isso vai acontecer. Mas também vejo uma era musical
tecnológica cada vez mais espantosa.
M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na música?
K.R: Estudar música e a viver com paixão.
Não pensar em viver somente da música profissionalmente, tem mesmo que ser.
Estudar, estudar...
M.L: Que balanço faz da sua carreira?
K.R: Maravilhosa. Considero-me uma
artista com sorte, que é necessária, tanto quanto o talento na música.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
K.R: Editar o meu 1º CD de originais
em Portugal e continuar com as minhas aulas de Canto no estúdio que tenho
em casa e com os meus alunos incentivar muitas pessoas pelo gosto e estudo da
música.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda?
K.R: Que engraçado, esta foi a
pergunta mais difícil... mas gostava muito de cantar, pelo menos uma vez, com
uma orquestra. Uma grande orquestra.
M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da
sua vida?
K.R: Nada. Tenho um filho e um marido
maravilhoso, uma família espetacular, tenho amigos especiais, tenho um nome pelo
qual tenho muito orgulho que foi feito com muita dedicação, amor a Música e
humildade.ML
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