domingo, 15 de dezembro de 2013

Mário Lisboa entrevista... Joana Oliveira

Olá. A próxima entrevista é com a atriz e apresentadora Joana Oliveira. Desde muito cedo que se interessou pela representação e pela Comunicação Social, e tem desenvolvido, nos últimos anos, um interessante percurso como atriz e como apresentadora. Como atriz, faz, essencialmente, televisão (onde entrou em produções como "Fala-me de Amor" (TVI), "Chiquititas" (SIC) e "Lua Vermelha" (SIC), e como apresentadora, conduziu programas como "Dá-lhe Gás" (SIC) e "My Games" (SIC Radical). Esta entrevista foi feita, por via email, no passado dia 26 de Agosto.

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação e pela Comunicação Social?
J.O: Quando era pequenina, era uma filha única extremamente introvertida. No entanto, fascinava-me pelo mundo do fantástico e pelas estórias que ouvia. Sempre tive um fascínio por pessoas, pelos seus modos, tiques e gestos e pelas peripécias das suas vidas. Tanto como atriz e como jornalista, é isso que se procura: algo que nos impressione e cative a atenção. Temos o privilégio de contar estórias.

M.L: Quais são as suas influências nestas duas áreas?
J.O: As influências têm sido tantas, quanto os estados de espírito que se vão tendo ao longo do tempo. Conta a curiosidade pelo mundo da interpretação, mas não só. Também outras áreas como a música, a literatura, a História, o jornalismo, a arquitetura inspiram qualquer observador atento, tanto como outras figuras, conhecidas, amigas ou anónimas. Estórias que se sabem e que se contam. Tudo isso enriquece o nosso imaginário e faz de nós melhores pessoas, loucos por tantos estímulos e melhores artistas.

M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora, tanto como atriz e como apresentadora?
J.O: Essa questão é um pouco ingrata de se responder. Cada trabalho lançou desafios, criou circunstâncias, apresentou-me a novas pessoas, expôs-me a algo que será irrepetível pela novidade e pela surpresa. Gosto, sobretudo, de trabalhar. Acho que todas as experiências são enriquecedoras, fazem-nos aperfeiçoar sempre um pouco mais, quer pessoal, como profissionalmente.

M.L: Como atriz, faz, essencialmente, Televisão. Gostava de trabalhar no Teatro e no Cinema?
J.O: Com certeza. São espaços diferentes, não só pelo contacto com o público, mas também pelo próprio método em si. A Televisão é uma academia emocional para os atores em que, todos os dias, a personagem cresce um pouco mais. Interessa a imagem, há um cuidado pelo pequeno pormenor ampliado. No Teatro, há espaço para trabalhar a personagem, dentro de uma narrativa fechada, durante alguns meses. Conhecemos toda a sua viagem, desde o primeiro dia. No entanto, todos os espetáculos são diferentes. No Teatro, há a reação direta e descomprometida do público em massa. Em Televisão, temos, como primeiro público, a equipa que nos filma. Não há muito tempo para repetir. Sempre que tenho oportunidade, procuro participar em cursos de interpretação ou em peças de teatro amador e até participar em curtas-metragens para a universidade. Não perco uma oportunidade. São formas que me fazem feliz de estar sempre pertinho do mundo da representação.

M.L: Em 2006, participou na telenovela “Fala-me de Amor” que foi exibida na TVI, da qual interpretou a personagem Clara Vilar. Que recordações guarda desse trabalho?
J.O: Guardo as melhores recordações. Foi a primeira novela em que participei. Conheci os melhores profissionais de Televisão e fui sempre muito acarinhada. A Clara era uma filha problemática com muitos problemas vividos pelos adolescentes da sua idade. É muito engraçado criar personagens que traduzem as dores e os conflitos de muita gente. Obriga a uma pesquisa e muitos pormenores para que tudo faça sentido.

M.L: Como vê, atualmente, a Cultura e a Comunicação Social em Portugal?
J.O: Acho que somos uns privilegiados pela liberdade e pela oferta que dispomos. Penso que temos sempre ainda muita coisa por fazer.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
J.O: Penso que inevitavelmente, como em qualquer profissão, devemos tentar sempre evoluir e fazer o nosso melhor. Sobretudo, não descartando oportunidades.  

M.L: Quais são os atores, em Portugal, com quem gostava de trabalhar no futuro?
J.O: Qualquer pessoa que seja generosa e que esteja disponível para estar. Isso já seria uma virtude.

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até agora, como atriz e como apresentadora?
J.O: Acho que sou uma privilegiada por já ter tido a oportunidade de concretizar um sonho. No entanto, sou realista e nem tudo depende de sorte, experiência e talento, por isso tenho tentado conciliar a paixão pela representação com a carreira académica.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
J.O: Vou agora para Zurique para acabar o mestrado. Entretanto, contínuo atenta a novas oportunidades no mundo da representação. A ideia de estar parada faz-me muita confusão.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua vida?
J.O: Acho sempre que ainda tenho tanto para fazer. Só assim vale a pena.ML

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