sábado, 26 de janeiro de 2013

Brevemente...

Entrevista com... Virgílio Castelo (Ator)

Mário Lisboa entrevista... Manuela Jorge

Olá. A próxima entrevista é com a atriz Manuela Jorge. Desde muito cedo que se interessou pela representação tendo-se formado na ACT-Escola de Atores e tem desenvolvido um interessantíssimo percurso como atriz que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "Conta-me como foi" (RTP), "Morangos com Açúcar" (TVI) e "5 para a Meia-Noite" (RTP) e além da representação também é produtora e recentemente participou nos programas "Não me Sai da Cabeça", apresentado por Sílvia Alberto, e "Conta-me História", apresentado por Luís Filipe Borges (que também escreveu "Não me Sai da Cabeça") e pelo historiador Fernando Casqueira, estando atualmente em exibição na RTP1. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 20 de Janeiro.

M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
M.J: Desde pequena sempre tive um encanto especial pela área. Ainda hoje guardo a lembrança do fascínio que sentia sempre que eram anunciadas peças de teatro na escola, sendo que nessa altura o sentimento mantinha-se apenas como um sonho ou um desejo enorme. Cheguei a frequentar uma formação de iniciação à prática teatral, na cidade de onde sou natural, ainda sem imaginar que um dia poderia vir a tornar-se algo mais. Entretanto enveredei por outras áreas, nas quais nunca me senti realizada, existindo sempre o sentimento de que me faltava algo, até que decidi procurar escolas de atores em Lisboa, ganhei coragem para mudar tudo, e uns meses mais tarde estava na ACT-Escola de Atores. A partir desse momento senti que encontrara o que queria fazer para o resto da vida.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
M.J: A minha maior influência é a vida e a relação com os outros, tudo depende da personagem que estou a interpretar.

M.L: Fez teatro, cinema e televisão. Qual destes géneros que lhe dá mais gosto de fazer?
M.J: Gosto de todos! O que me faz sentir mesmo feliz é interpretar, independentemente do género. Em qualquer um deles dou o meu melhor e procuro usufruir o máximo possível.

M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que a marcou até agora, enquanto atriz?
M.J: A série "Morangos com Açúcar" (TVI) foi o projeto que mais me marcou pela aprendizagem e pela duração do projeto, que me permitiu desenvolver a minha personagem. Foi um ano muito intenso e cheio de descobertas, tanto a nível profissional, como pessoal.

M.L: Entre 2008 e 2009 participou na 6ª temporada da série “Morangos com Açúcar” (TVI), onde interpretou a personagem Micaela. Que recordações guarda desse trabalho?
M.J: As melhores! Aprendi muito, cresci, enquanto pessoa e atriz, ganhei amizades para a vida, conheci excelentes profissionais, foi um ano muito feliz.

M.L: “Morangos com Açúcar” foi cancelada ao fim de 9 anos de exibição. Como vê o percurso que a série fez até ser cancelada?
M.J: Apesar do síndrome do "Eu não vejo "Morangos…", o que é certo é que foi a série com maior sucesso em Portugal, que acompanhou várias gerações e deu a oportunidade de inicio de carreira a muitos atores e alguns músicos. É um projeto que vai deixar saudades, mas também considero muito importante fechar um ciclo para dar oportunidade à abertura de  outro.

M.L: Qual foi o momento que mais a marcou até agora, enquanto atriz?
M.J: Confesso que todos os projetos em que participo me deixam marcas bastante importantes, no entanto, posso destacar a minha primeira cena na série "Conta-me como foi" (RTP) em que contracenava com a Catarina Avelar e com a Rita Blanco. Foi esse o momento em que me apercebi que a magia da minha infância era agora a minha realidade profissional.

M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
M.J: Estamos a atravessar uma fase mais complicada do que é habitual devido à crise económica que se sente no país. Os apoios à cultura são cada vez menores, os projetos escasseiam e cada vez com menos recursos financeiros, o que limita os elencos. Tirando as dificuldades que fazem parte do quotidiano de quem trabalha nestas áreas, acho que temos sobrevivido e até evoluído tanto em teatro, como em ficção. O importante é não desistir e continuar a acreditar em dias melhores.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
M.J: Eu sou incondicionalmente apaixonada pelo meu trabalho, independente do local, onde me encontro e do formato que me é oferecido. Como é natural, e dado que todas as experiências são enriquecedoras a todos os níveis, gostaria de ter outras experiências que passam também por trabalhar fora de Portugal, julgo que todos os atores o desejam.

M.L: Além da representação também é produtora. Qual destas funções em que se sente melhor?
M.J: A produção nasceu da necessidade de colmatar os períodos de pausa entre projetos, porque existe uma grande dificuldade em fazer face às despesas do dia-a-dia, quando não existe qualquer tipo de rendimento. Felizmente, também esta função se tornou rapidamente mais uma das minhas paixões para a vida, que desempenho com tanta dedicação e orgulho como a representação. No entanto, serei sempre fiel ao meu primeiro amor: a interpretação.

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou até agora, enquanto atriz?
M.J: Tenho algumas pessoas que tiveram e têm um papel muito importante na minha vida profissional, que me ajudam a crescer e a descobrir novos caminhos, que são as pessoas que acreditam em mim, me apoiam e estão sempre ao meu lado. Dada a importância que têm na minha vida, é muito difícil para mim destacar apenas uma.

M.L: Recentemente, as telenovelas “Remédio Santo” da TVI e “Rosa Fogo” da SIC foram nomeadas ao Emmy Internacional na categoria de Telenovela. Como vê este reconhecimento internacional?
M.J: O reconhecimento vem comprovar que temos excelentes profissionais em Portugal. Existe um crescimento notável na área e espero que hajam cada vez mais projetos, com espaço e abertura para dar oportunidade a todos os atores de mostrarem a qualidade do seu trabalho.

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
M.J: Humildade, muito trabalho e uma forte aposta na formação. Agarrem cada oportunidade com paixão. As dificuldades são muitas, mas com coragem e persistência é possível ser feliz a fazer-se o que se ama.

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito até agora como atriz?
M.J: O meu percurso é ainda curto, e portanto não tenho carreira suficiente para poder fazer um balanço, mas gosto do que vivi até hoje. Espero conseguir continuar a lutar, a trabalhar, a crescer. Quero mais!

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
M.J: Vou iniciar esta semana mais um projeto na área de produção, com a produtora de televisão com quem tenho vindo a trabalhar, e vou também gravar uma curta-metragem ainda este mês. Espero que entretanto apareçam mais projetos e que fique sem tempo para respirar.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
M.J: Uma longa-metragem.

M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da sua vida?
M.J: Gostava de ver justiça relativamente aos impostos que este setor enfrenta mensalmente, pelo que mudava o regime de trabalho a recibos verdes. Penso que esta pequena grande mudança seria o suficiente para me sentir ainda mais feliz e viver sem andar sempre com o coração nas mãos.ML

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Brevemente...

Entrevista com... Manuela Jorge (Atriz)

Mário Lisboa entrevista... Filomena Crespo

Olá. A próxima entrevista é com a locutora Filomena Crespo. Com um percurso profissional dedicado à rádio, desde muito cedo que se interessou por esse meio tendo iniciado a sua carreira como locutora na Rádio Comercial ao vencer o concurso "Uma Voz para a Rádio" da qual trabalhou na estação, durante 12 anos, depois trabalhou na Rádio Renascença, durante um ano e atualmente trabalha na Antena 1. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 15 de Janeiro.

M.L: Como é que surgiu o interesse pela Comunicação Social?
F.C: O meu interesse sempre foi pela rádio, desde pequena. Tive a sorte de conhecer alguns dos grandes profissionais da altura e o fascínio surgiu. Dura até hoje.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto locutora?
F.C: Não sei ao certo, sei que gosto de boas vozes, de bons comunicadores, de simpatia e espontaneidade ao microfone. E nos anos 80, quando eu comecei a trabalhar, era coisa que não faltava.

M.L: Dedicou a sua vida profissional à rádio. Gostava de ter trabalhado em outros meios de comunicação como a televisão?
F.C: Nunca se proporcionou. Cheguei a participar em alguns programas, mas apenas como convidada. A televisão não exerce um grande fascínio em mim, talvez por não ter uma boa relação com a câmara. Prefiro a rádio, é mais intimista, mais imediata, mais… “verdadeira”. Na televisão, só se fosse uma coisa muito especial, mais próximo daquilo que eu faço na rádio. Vou pensar nisso…

M.L: Trabalhou na Rádio Comercial, na Rádio Renascença e atualmente trabalha na RDP. Que balanço faz do tempo em que está na estação?
F.C: 12 anos de Rádio Comercial, 1 ano de Renascença e 15 de Antena 1. Como o tempo passa… o balanço é muito positivo. Faço o que gosto e sou recompensada por isso, todos os dias.

M.L: Como vê atualmente a RDP?
F.C: A RDP já não existe, faz parte da RTP (Rádio e Televisão de Portugal). A Antena 1 é um dos canais rádio do grupo RTP. Está a viver as incertezas próprias do momento em que o país atravessa, mas vai saber ultrapassá-las. Juntos, chegamos lá…

M.L: Qual foi o trabalho que a marcou, durante o seu percurso como locutora?
F.C: Ao longo destes anos já fiz de tudo um pouco (emissões de estúdio, entrevistas, reportagens…), mas o que eu gosto mais de fazer é conversar. Daí que as entrevistas que fiz ao longo dos anos tenham sido o meu momento de glória. Desde a grande Amália (Rodrigues), até jogadores de futebol. Cantores, músicos, atores, gente com projetos solidários muito interessantes, gente anónima que tem muito para contar. Se me derem um microfone e um convidado que goste de falar há conversa garantida para umas boas horas.

M.L: Como vê atualmente a Comunicação Social em Portugal?
F.C: Não gosto de fazer generalizações. Como em todas as áreas há bons e maus profissionais. Preocupa-me, sim, a quantidade de gente que sai das Universidades todos os anos com “sangue na guelra”, com vontade de fazer coisas novas e muito interessantes, mas sem local para trabalhar.

M.L: Gostava de ter feito uma carreira internacional?
F.C: Não, nunca pensei nisso, mas não tenho espírito de “emigrante”. Não me imagino a viver fora de Portugal.

M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o seu percurso como locutora?
F.C: Ai… não sei. Talvez o início de tudo, quando venci o concurso “Uma Voz para a Rádio” da Rádio Comercial. Sem saber estava a começar esta grande aventura. A minha vida profissional decidiu-se nesse momento.

M.L: Como vê atualmente Portugal e o Mundo?
F.C: Com alguma apreensão. Não sei se os meus filhos vão ter a “sorte” que eu tive de conseguir tirar um curso, arranjar emprego, de fazerem o que gostam e serem remunerados por isso. Não me agrada a ideia de vê-los partir para concretizarem os seus sonhos. Gostava que o meu país fosse um país de oportunidades e que conseguisse sobreviver a esta agitação económica e social que nos tem atormentado. O mundo continua longe de ser um local seguro.

M.L: Qual foi a situação mais embaraçante que a marcou até agora, durante o seu percurso como locutora?
F.C: Ui… várias. Desde esquecer-me de desligar o microfone até às famosas “brancas”, aconteceu de tudo.

M.L: Gostava de experimentar outras áreas como por exemplo a escrita?
F.C: Não acho que tenha jeito para isso. A escrita para mim resume-se ao que vou escrevendo no diário e à lista do supermercado…

M.L: Como vê o futuro da Comunicação Social em geral nos próximos anos?
F.C: Com apreensão. Vamos ter que nos adaptar às novas tendências globais. O digital vai ganhar cada vez mais terreno, mas tenho esperança de que a rádio se saiba adaptar e continue a ser um meio privilegiado de comunicação.

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu percurso como locutora?
F.C: Não consigo escolher uma, foram muitas. Todas as pessoas que me ensinaram o (pouco) que sei.

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na Comunicação Social?
F.C: Força! É um mundo maravilhoso, mas é preciso estar preparado, nem tudo são rosas.

M.L: Que balanço faz da sua carreira?
F.C: É um balanço muito positivo. Poderia ter sido de outra forma, mas a vida trouxe-me até aqui e não me posso queixar. Nunca fiz grandes planos, as coisas sempre foram acontecendo e eu sempre fui aproveitando as oportunidades que foram surgindo.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
F.C: É coisa que eu não faço. Planos, projetos… A vida já me ensinou que devo viver um dia de cada vez e é isso que eu faço. No trabalho e na vida pessoal.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
F.C: Não sei, nunca pensei nisso, não sou muito ambiciosa. Talvez uma grande viagem à volta do mundo…

M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da sua vida?
F.C: Nada. Estou bem assim, mas se me aumentassem o ordenado dava-me um jeitão…ML

domingo, 20 de janeiro de 2013

Brevemente...

Entrevista com... Filomena Crespo (Locutora)

Mário Lisboa entrevista... Rute Miranda

Olá. A próxima entrevista é com a atriz Rute Miranda. Natural do Porto, desde muito cedo que se interessou pela representação tendo desenvolvido um brilhante e versátil percurso como atriz que passa essencialmente pelo teatro e pela televisão (onde entrou em produções como "Baía das Mulheres" (TVI), "Como uma Onda" (TV Globo), "Dei-te Quase Tudo" (TVI), "Morangos com Açúcar" (TVI), "Casos da Vida" (TVI), "Rebelde Way" (SIC), "Olhos nos Olhos" (TVI), "Deixa Que Te Leve" (TVI), "Sedução" (TVI) e "Rosa Fogo" (SIC) e atualmente participa na peça "Casas Pardas" de Maria Velho da Costa, com adaptação e dramaturgia de Luísa Costa Gomes e encenação de Nuno Carinhas da qual esteve em cena no Teatro Nacional S. João no Porto, durante o passado mês de Dezembro e vai estar em cena no Teatro Municipal São Luiz em Lisboa entre 24 e 27 de Janeiro. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 10 de Janeiro.

M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
R.M: Desde que me lembro de mim, por volta dos 4/5 anos, que adorava ouvir e reproduzir histórias, quando aprendi a ler e escrever, ganhei um gosto particular por contar histórias e improvisar… Daqui e até aos 16 anos (altura em que fui estudar Teatro) foi um ápice… o interesse surgiu realmente através da leitura, ouvir e reproduzir histórias em criança.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
R.M: A verdade é que não tenho influências… sou influência de mim própria.

M.L: Durante o seu percurso como atriz fez teatro e televisão, mas pouco cinema. Gostava de trabalhar mais neste género?
R.M: Nos últimos 20 anos, e desde que me estreei a minha vertente profissional por opção, tem vindo a ser maioritariamente o Teatro e toda a sua envolvente. Gosto muito de fazer televisão sempre que posso e me identifique com o projeto, em relação ao cinema, nunca foi uma opção conquistar o mercado por falta de oportunidades apenas. Depois da minha participação no filme/série “Florbela” (2012) de Vicente Alves do Ó, tenho já agendado um novo projeto de cinema para este ano, que poderei falar nele a partir de Abril.

M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
R.M: Todos os trabalhos me marcam, e isto não é cliché, de uma forma geral uns mais do que outros, mas todos os trabalhos me marcaram, até os que não quero voltar a repetir, ou os que deixam saudades, pelo texto, pela equipa, pelo público, etc.etc. De todos eles, sem exceção levo sempre alguma coisa, pois dei sempre muito de mim.

M.L: Já fez telenovelas. Este é um género televisivo que mais gosta de fazer?
R.M: Como referi acima, gosto de fazer televisão, sim. Seja Ficção, Apresentação, Locução, etc. Gosto particularmente de estar motivada no trabalho e identificar-me com o projeto. É uma área, onde me sinto à vontade e ainda tenho muito para explorar, particularmente o registo cómico, o qual já explorei bastante em Teatro. Mais surpresas virão por aí.

M.L: Como lida com a carga horária, quando grava uma telenovela?
Lido bastante bem, é a antítese da carga horária do Teatro e o biorritmo modifica, faz-me bem modificar horários de vez em quando, e gosto particularmente de acordar cedo, durante alguns períodos.

M.L: Entre 2005 e 2006 participou na telenovela “Dei-te Quase Tudo” (TVI), onde interpretou a personagem Paula Valentim. Que recordações guarda desse trabalho?
R.M: Guardo tudo de bom. Foi 80% da minha mudança do Porto para Lisboa. Foi a minha primeira novela de longa duração, foram 8 meses, onde a minha personagem foi crescendo sempre até ao final. Fiquei muito feliz, porque a evolução da “Paula” deveu-se à minha prestação e empenho, ter autores a escreverem cada vez mais, para a nossa personagem, é um luxo. Relembro a equipa com saudades, embora me vá cruzando com alguns deles de vez em quando noutros trabalhos, alguns ficaram amigos desde então. Relembro os planos, as luzes, os desenhos de cenas, cenários, etc. etc. Guardo todas e as melhores recordações.

M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o seu percurso como atriz?
R.M: Sempre que inicio e termino um projeto… é o momento que mais me marca, como se fosse único… o contraste entre o entusiasmo do início e a nostalgia do final são os momentos que me marcaram sempre no meu percurso.

M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
R.M: Neste momento e neste dia (início de Janeiro), não vejo nada… O Teatro está em standby até saírem os resultados do concurso, serão apenas 30 companhias a terem apoio, até lá está tudo parado… ou à espera da morte certa ou à espera da certeza… Existirá uma grande e infeliz reviravolta no Teatro em Portugal, quando saírem os resultados dos apoios… Estou envolvida num pontual e também eu, aguardo até ao final do mês, o resultado… até lá não vejo nada… mesmo. A ficção terá de continuar a ser produzida entre as duas maiores produtoras nacionais, a SP (Televisão) e Plural, talvez com mais cortes, mas terá de continuar, porque produz receitas, é um mercado que vai continuar a ser explorado, embora esteja também um pouco parado, mas por pouco tempo, considero.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
R.M: Quando tinha 19 anos e a meio dos meus estudos Teatrais, fiz um estágio em Inglaterra que me permitiu perceber, se gostaria de evoluir a nível Internacional, não tomei essa opção e considero que hoje aos 37 anos, tenho outras prioridades. Talvez no próximo ano esteja no Brasil com uma peça que ando a adiar… vamos ver.

M.L: Vive em Lisboa, mas nasceu no Porto. Já alguma vez se arrependeu de ter decidido ir viver para Lisboa?
R.M: Eu não vivo em Lisboa… Tenho casa no Porto e em Lisboa, como tenho no Algarve ou em Évora, onde tenho familiares… A minha residência depende um pouco do local de trabalho, estou mais instalada no Porto nos últimos dois anos, porque os projetos têm passado por lá, mas os próximos já descerão até Lisboa, voltando sempre ao Porto que é onde tenho a minha vida pessoal construída.

M.L: Recentemente participou na peça “Casas Pardas” de Maria Velho da Costa, com adaptação e dramaturgia de Luísa Costa Gomes e encenação de Nuno Carinhas da qual esteve em cena no Teatro Nacional S. João no Porto. Como correu este trabalho?
R.M: É um trabalho que está a correr lindamente, ainda não terminou, porque vamos dentro de uma semana para o Teatro (Municipal) S. Luiz em Lisboa. Foi um processo longo e muito interessante, aprendi muito e aprender para mim, é o meu maior luxo…

M.L: Como é que surgiu o convite para participar nesta peça?
R.M: Fiz audição para o penúltimo espetáculo do Teatro Nacional (S. João) “Alma”, correu muito bem, não fiquei, porque realmente não tinha perfil para o papel, mas convidaram-me poucos meses depois para o espetáculo “Casas Pardas”, o que reflete que a sensação que tive na audição estava certa, tinha corrido bem, e senti que talvez me chamassem para uma outra oportunidade, assim foi.

M.L: Como foi trabalhar com Nuno Carinhas?
R.M: Quando se trabalha com um encenador, pela primeira vez, os primeiros dias são de reserva e observação. Com o tempo fui entendendo o encenador e juntamente com ele e com a equipa chegámos ao resultado final, que é excelente. Foi um processo muito interessante e de descoberta, o Nuno Carinhas é um encenador muito generoso, inteligente e sensível aos atores. É um ser humano muito interessante e honesto, gosta de atores, e eu gosto de encenadores que gostam de atores.

M.L: Como foi a reação do público a esta peça, durante a sua exibição?
R.M: Foi muito boa. O Público aceitou muito bem o texto, compreendeu-o e aplaudiu a generosidade que cada Ator emprestou às personagens. O Feedback foi muito positivo, o que me deixa feliz.

M.L: Recentemente, a telenovela da SIC “Rosa Fogo” da qual participou foi nomeada para o Emmy Internacional na categoria de Telenovela. Como vê este reconhecimento internacional?
R.M: Não o vejo por mim, vejo pela equipa e pela evolução da ficção em Portugal, estamos todos de parabéns, embora a minha participação tenha sido curta, fico feliz pela evolução e sou a favor de mais e mais.

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
R.M: Não tenho ninguém em particular, talvez algumas pessoas especiais que rodeiam a minha vida e que me deram força para resistir em alturas menos boas, que me ajudaram a caminhar em frente e não para trás. Os amigos que me acompanham há 20 anos sabem que isto é verdade. Apenas isso.

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
R.M: Aquilo que digo sempre: estudem. Muito! Sejam persistentes perante as adversidades, quando se quer muito, se trabalha muito e se tem talento é meio caminho para o sucesso.

M.L: Que balanço faz da sua carreira?
R.M: Positivo. Os melhores anos ainda estão a chegar.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
R.M: São alguns e diversificados: Catálogo Primavera/Verão da Primadona, já é a segunda campanha que faço, e fico muito feliz por ser escolhida, vamos fotografar este mês no Porto e após vou estar no Teatro (Municipal) S. Luiz com “Casas Pardas”, no final de Março um novo projeto de cinema e para já é só… gosto de pensar a médio prazo.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
R.M: Aumentar a família, estrear um espetáculo em S. Paulo e ir de férias até à Polinésia e Austrália.ML

sábado, 19 de janeiro de 2013

Brevemente...

Entrevista com... Rute Miranda (Atriz)

Mário Lisboa entrevista... Helena Ignez

Olá. A próxima entrevista é com a atriz brasileira Helena Ignez. Interessou-se pela representação aos 17 anos, quando matriculou-se na Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal da Bahia e desde aí tem desenvolvido um marcante percurso como atriz que passa essencialmente pelo teatro e pelo cinema sendo uma das mais importantíssimas figuras do cinema brasileiro e foi casada com os realizadores Glauber Rocha (1939-1981), com quem teve uma filha (Paloma Rocha) e Rogério Sganzerla (1946-2004), com quem teve duas filhas (Sinai Sganzerla e a atriz Djin Sganzerla) e além da representação também tem experiência como realizadora e atualmente está a preparar a sua terceira longa-metragem como realizadora intitulada "Ralé" que é livremente inspirada na peça "Ralé" de Máximo Gorki, com o pensamento do antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro. Esta entrevista foi feita por vai email no passado dia 9 de Janeiro.

M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
H.I: Surgiu aos 17 anos, quando matriculei-me na Escola de Teatro e Dança da Universidade (Federal) da Bahia.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
H.I: As minhas influências vêm do método de Stanislavski e Bertolt Brecht.

M.L: Durante o seu percurso como atriz fez teatro e cinema, mas pouca televisão. Gostava de ter trabalhado mais neste género?
H.I: Teatro e cinema absorveram a minha vida e a televisão ficou por fora. Não tive grande interesse por este género. Atualmente, fui convidada para dirigir uma mini-série adaptada do filme “Luz nas Trevas-A Volta do Bandido da Luz Vermelha” (2010).

M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
H.I: “O Bandido da Luz Vermelha” (1968), “A Mulher de Todos” (1969) -ambos de Rogério Sganzerla- foram um marco na minha vida e no cinema nacional. Recentemente fiz no teatro “Os Sete Afluentes do Rio Ota” de Robert Lepage, que ficou 3 anos em cartaz e co-dirigi Djin Sganzerla em “O Belo Indiferente” de Jean Cocteau, também fiz “Vestido de Noiva” de Nelson Rodrigues interpretando o papel de Madame Clessi.

M.L: Além da representação também tem experiência como realizadora. Qual destas funções em que se sente melhor?
H.I: Sinto-me bem situada em ambas realizações artísticas.

M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o seu percurso como atriz?
H.I: O meu trabalho com Rogério Sganzerla e também a Belair, produtora fundada por Rogério Sganzerla, Júlio Bressane e por mim mesma que produziu 7 filmes seminais para o cinema brasileiro.

M.L: Como vê atualmente o teatro e o audiovisual (Cinema e Televisão) no Brasil?
H.I: Estamos num momento de renovação e pesquisa e de uma maneira interessante e criativa que remete ao final dos anos 60, momento mágico do cinema brasileiro e das artes em geral, engajados na luta pela liberdade de expressão contra a ditadura militar.

M.L: Gostava de ter feito uma carreira internacional?
H.I: De momento, a repercussão da minha carreira é internacional. Mostras e homenagens nos festivais internacionais como: em 2006 no 20º Festival (International) de Films de Fribourg, Suíça com a Mostra “La Femme du Bandit”, no 22° Torino Film Festival-Itália, 8º Festival I Mille Occhi, Trieste-Itália, no 28º Filmfest München, na Alemanha em 2010, no 12º BAFICI em Buenos Aires. A estreia da minha longa-metragem “Luz nas Trevas-A Volta do Bandido da Luz Vermelha” foi no 63º Locarno Film Festival em 2010 junto com a exibição de “O Bandido da Luz Vermelha” e recentemente, em Dezembro de 2012, uma homenagem na Índia no 17th International Film Festival of Kerala.

M.L: Foi casada com o realizador Rogério Sganzerla até ao seu falecimento em 2004 e é mãe da atriz Djin Sganzerla. Como vê o percurso que o seu marido fez até falecer e o percurso que a sua filha tem feito até agora?
H.I: O percurso cinematográfico de Rogério Sganzerla é brilhante e a sua luz original começa a ser vista no mundo inteiro. Djin Sganzerla (a minha filha) é uma atriz premiada no Brasil e em Portugal e a sua carreira tem sido esculpida por momentos significantes no teatro e no cinema.

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
H.I: Os realizadores com quem trabalhei como Rogério Sganzerla, Júlio Bressane e Joaquim Pedro de Andrade e o encenador José Celso Martinez (Corrêa).

M.L: Como vê o futuro do Cinema em geral nos próximos anos?
H.I: Com duas vertentes, o cinema livre e poético e um percurso comercial a que tende o cinema brasileiro. Acredito no cinema autoral que mantenha o contato com o público.

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
H.I: Prepare-se. De todas as maneiras, com informações técnicas e informação poética, que desde (Georges) Méliès existe nesta arte.

M.L: Que balanço faz da sua carreira?
H.I: Original, prazerosa e que me dê grande energia para me manter nela.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
H.I: “Ralé”, uma adaptação livre de “Ralé” de (Máximo) Gorki, com o pensamento do antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua vida?
H.I: Ao mesmo tempo TUDO e NADA.ML

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Brevemente...

Entrevista com... Helena Ignez (Atriz)

Mário Lisboa entrevista... Ana Varela

Olá. A próxima entrevista é com a atriz Ana Varela. Estreou-se na representação em 2009 com a série "T2 para 3 Remodelado" (RTP) e desde aí tem desenvolvido uma promissora carreira como atriz que passa essencialmente pelo teatro e pela televisão (onde entrou em produções como "Morangos com Açúcar" (TVI), "A Família Mata" (SIC), "Pai à Força" (RTP) e o telefilme "Noite de Paz" (RTP) e em 2011 fundou a H!T Management que pretende ser uma agência inovadora da qual os seus agenciados são em grande parte atores com menor visibilidade e atualmente participa na peça "Bolas de Neve" de Susana Romana e com encenação de Bernardo Gomes de Almeida da qual protagoniza ao lado de Ricardo de Sá e está em cena no Teatro Rápido, durante o mês de Janeiro. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 8 de Janeiro.

M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
A.V: De entre muitas concorrentes, fui escolhida para o elenco de "T2 para 3 Remodelado" (RTP) - o meu primeiro projeto. Quando comecei a trabalhar o guião, quando fiz o teste de imagem para a personagem e, principalmente, quando comecei a gravar, fiquei completamente apaixonada por esta área. Costumo dizer que “O “T2…” descobriu-me e fez com que eu me descobrisse a mim mesma".

M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
A.V: A minha principal influência é a vida. Como diz um dos meus professores: "Acting is a reflexion of human behavior" (“A representação é uma reflexão do comportamento humano”).

M.L: Fez essencialmente teatro e televisão. Qual destes géneros que mais gosta de fazer?
A.V: Adoro fazer TV, amo fazer Teatro. Talvez tenha maior prazer em fazer Teatro, pois permite uma extrapolação maior do ator.

M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que a marcou até agora, enquanto atriz?
A.V: O meu primeiro trabalho em Teatro: "Doce da Casa". Marcou-me imenso. Foi um projeto muito longo e com o qual aprendi e cresci imenso. Neste projeto, partimos do nada: não tínhamos texto, personagens e nem uma ideia do que íamos fazer. Tudo nasceu de nós, dos nossos devaneios artísticos e das nossas improvisões. Foi um projeto que me enriqueceu imenso.

M.L: Entre 2011 e 2012 participou na série “Pai à Força” que foi exibida na RTP da qual interpretou a personagem Laura. Que recordações guarda desse trabalho?
A.V: O "Pai à Força" foi-me colocado como um grande desafio. A "Laura" era uma personagem muito forte e com grande incidência na história. Senti uma grande responsabilidade a princípio. Felizmente tudo correu lindamente! Orgulho-me bastante do resultado.

M.L: “Pai à Força” foi produzida pela SP Televisão que existe desde 2007. Como vê o percurso que a produtora tem feito até agora?
A.V: Gosto imenso do trabalho da SP. É uma produtora muito eficaz e que apresenta trabalhos de grande versatilidade (adoro as séries!). E apesar dos bons resultados até agora, é uma produtora que procura sempre crescer e melhorar. Apesar da crise no setor, acredito que a SP conseguirá resistir e até superar-se.

M.L: Qual foi o momento que mais a marcou até agora, enquanto atriz?
A.V: Não consigo destacar um momento. Existem tantos momentos que guardo com carinho: a primeira vez que vi o primeiro episódio de "T2 para 3 Remodelado", os espetáculos em "Morangos com Açúcar-Geração Fame" (TVI), a ansiedade antes do abrir do pano em "Doce da Casa", as palmas no fim do espetáculo, a euforia de ter sido escolhida para o "Pai à Força"… São momentos únicos, que ficarão, para sempre, guardados.

M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
A.V: Tal como toda a economia nacional em geral, o setor da representação está a passar por uma grande crise… Os projetos escasseiam, os cachets estão mais baixos do que nunca, a maior parte do teatro é remunerado à bilheteira… É com muita pena que vejo a nossa ficção a estagnar. No entanto, acredito que este é um período de mudanças, de reflexão e que nos tornará mais fortes e com maior qualidade no futuro.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
A.V: Sinceramente, não tenho pretensões internacionais. Sou portuguesa, quero interpretar em português!

M.L: Em 2011 fundou a agência H!T Management que pretende ser uma agência inovadora da qual os seus agenciados são em grande parte atores com menor visibilidade. Como é que surgiu a ideia de fundar a agência?
A.V: A H!T nasceu do desejo de introduzir no mercado atores jovens em espírito, dinâmicos, apaixonados pela arte e que muitas vezes não têm as oportunidades devidas nesta área, por vezes, demasiado comercial. A H!T representa atores com menor visibilidade, é verdade, mas todos eles têm imensa qualidade. Lutamos, todos os dias, para levar ao topo as suas carreiras.

M.L: Como vê o percurso que a agência tem feito desde a sua fundação até agora?
A.V: A H!T resultou muito bem! Arrisco-me a dizer que, em tempos de crise, conseguimos um milagre. Entrámos muito bem no mercado e hoje, passado pouco mais de um ano, todos nos conhecem pelo nosso esforço e dedicação. Os nossos atores "circulam" com bastante frequência e, a cada dia que passa, a agência têm maior credibilidade. Orgulho-me bastante do trabalho que a nossa equipa desenvolve todos os dias.

M.L: Qual foi a situação mais embaraçante que a marcou até agora, enquanto atriz?
A.V: Uma vez, em palco, as minhas calças rasgaram-se por completo!!! Fiquei completamente exposta…

M.L: Recentemente, as telenovelas “Remédio Santo” da TVI e “Rosa Fogo” da SIC foram nomeadas para o Emmy Internacional na categoria de Telenovela. Como vê este reconhecimento internacional?
A.V: Somos ótimos em ficção! Poucos são os países que produzem ficção com a nossa qualidade. Estou certa de que, apostando em qualidade, muitos mais Emmys virão!

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
A.V: "Estudem, estudem, estudem! Armem-se de todas as ferramentas, enquanto atores e enquanto pessoas que são e preparem-se para uma longa jornada…"

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito até agora como atriz?
A.V: Tive uma boa ascensão como atriz. Comecei do nada e os positivos feedbacks fizeram-me alcançar variados projetos, em variadas produtoras. 2011 foi o meu "ano de ouro". Entretanto, no final desse mesmo ano fiquei grávida e desde aí até agora estive, inevitavelmente, afastada dos palcos e dos ecrãs. Assim que me foi possível voltei a procurar formação, recuperei a minha forma física e já comecei 2013 a trabalhar: estou, durante este mês de Janeiro, em cena com "Bolas de Neve" no Teatro Rápido. Um espetáculo encenado por Bernardo (Gomes) de Almeida que conta também com o ator Ricardo de Sá. Estou com um bom feeling e acredito que este novo ano me trará muito trabalho!!!

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
A.V: Por enquanto, estou concentrada em "Bolas de Neve". Quando terminar estes espetáculos, verei o que me espera…

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
A.V: Cinema.

M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da sua vida?
A.V: Gostava que as salas de teatro estivessem cheias, que as sessões para cinema nacional esgotassem e que os projetos em Televisão abundassem para que, tanto eu, como os meus colegas atores, conseguíssemos ter uma vida mais estável e prazerosa e para que não faltasse nada aos nossos filhos.ML


Fotografia: Maria Vasconcelos
Styling: Ana Fontinha
Make-up e Hairstyling: Danila Hatzakis

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Brevemente...

Entrevista com... Ana Varela (Atriz)

Fotografia: Maria Vasconcelos
            Styling: Ana Fontinha
 Make-up e Hairstyling: Danila Hatzakis

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Mário Lisboa entrevista... Mafalda Mendes de Almeida

Olá. A próxima entrevista é com a produtora Mafalda Mendes de Almeida. Desde muito cedo que se interessou pelo audiovisual sendo atualmente a diretora-geral da produtora Mandala que fundou em 1989 e que produziu programas como "Contra-Informação" (RTP), "Danza Café" (RTP), "O Sentido do Gosto" (RTP), "Prove Portugal" (RTP) e a série "A Sagrada Família" (RTP) e recentemente produziu o programa "Construtores de Impérios" (RTP), a 3ª temporada do programa "Salvador" (RTP) que é apresentado por Salvador Mendes de Almeida (seu sobrinho) e a série "Hotel 5 Estrelas" que vai estrear na RTP no próximo dia 19 de Janeiro e atualmente produz o programa "JA ao Lume" que é apresentado pelo conceituado chef de cozinha José Avillez e exibido na SIC Mulher. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 6 de Janeiro.

M.L: Como é que surgiu o interesse pelo audiovisual?
M.M.D.A: Nasceu comigo.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto produtora?
M.M.D.A: O mundo. O tema do futuro? A solidariedade.

M.L: Qual foi o trabalho que a marcou, durante o seu percurso como produtora?
M.M.D.A: O programa “Salvador” (RTP).

M.L: É diretora-geral da produtora Mandala que existe desde 1989. Como é que surgiu a ideia de fundar a produtora?
M.M.D.A: No meio do medo.

M.L: Que balanço faz do percurso que a produtora tem feito até agora?
M.M.D.A: Positivo.

M.L: Entre 1996 e 2010 produziu o programa “Contra-Informação” que foi exibido na RTP. Que recordações guarda desse trabalho?
M.M.D.A: Muito boas.

M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o seu percurso como produtora?
M.M.D.A: O futuro.

M.L: Como vê atualmente o audiovisual em Portugal?
M.M.D.A: Tremendo, mas cheio de luz pela frente.

M.L: Gostava de ter feito uma carreira internacional?
M.M.D.A: Ainda penso fazê-la. O formato “Salvador” foi vendido para a Irlanda.

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu percurso como produtora?
M.M.D.A: Todas.

M.L: Recentemente, as telenovelas “Remédio Santo” da TVI e “Rosa Fogo” da SIC foram nomeadas para o Emmy Internacional na categoria de Telenovela. Como vê este reconhecimento internacional?
M.M.D.A: Maravilhoso.

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira no audiovisual?
M.M.D.A: Sentido da responsabilidade.

M.L: Que balanço faz da sua carreira?
M.M.D.A: A minha carreira está ligada à Mandala.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
M.M.D.A: Vão começar a aparecer nas TVs em breve.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
M.M.D.A: Descansar. E depois internacionalizar.

M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da sua vida?
M.M.D.A: Nada, creio eu.ML

domingo, 13 de janeiro de 2013

Brevemente...

Entrevista com... Mafalda Mendes de Almeida (Produtora)

2 anos de existência

No passado dia 11 de Janeiro, o blogue "Mário Lisboa entrevista..." celebrou 2 anos de existência. Eu quero agradecer à minha família (principalmente o meu irmão Victor) pelo apoio e iniciativa que têm dado ao trabalho que tenho feito até agora, às pessoas que acreditaram no meu trabalho e que tiveram a gentileza de concederem-me as entrevistas que tenho feito ao longo destes 2 anos e às pessoas que ajudaram a divulgar o meu trabalho e que têm seguido o meu trabalho no blogue. Muitíssimo obrigado a todos!!!

Mário Lisboa

Mário Lisboa entrevista... Luís Vicente

Olá. A próxima entrevista é com o ator Luís Vicente. Interessou-se pela representação, quando andava na escola primária tendo iniciado a sua carreira como ator aos 13 anos e desde aí tem desenvolvido um interessantíssimo percurso que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "Duarte e Companhia" (RTP), "Vidas de Sal" (RTP), "Filhos do Vento" (RTP), "A Grande Aposta" (RTP), "Terra Mãe" (RTP), "O Olhar da Serpente" (SIC), "Morangos com Açúcar" (TVI), "Vingança" (SIC), "Resistirei" (SIC), "Casos da Vida" (TVI), "Lua Vermelha" (SIC), "Pai à Força" (RTP) e "Rosa Fogo" (SIC) e também é diretor artístico e de produção da ACTA-A Companhia de Teatro do Algarve da qual é um dos fundadores e recentemente participou na telenovela "Doce Tentação" que atualmente está em exibição na TVI e atualmente participa na peça "Timão de Atenas" de William Shakespeare que está em cena no Teatro Municipal de Almada até ao próximo dia 3 de Fevereiro e que foi a última encenação de Joaquim Benite que faleceu no passado dia 5 de Dezembro tendo sido substituído por Rodrigo Francisco. Esta entrevista foi feita no passado dia 23 de Novembro nos Paços da Cultura em S. João da Madeira na altura em que o entrevistado passou pela cidade a propósito da peça "Cavalo Manco Não Trota". 

M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
L.V: Nem eu sei bem, aconteceu. Eu andava na escola primária, foi o meu professor da escola primária que me pôs a fazer isto e depois foi acontecendo. Nunca elaborei grandemente acerca disso e nem nunca houve assim nenhum ímpeto particular de uma grande paixão, aquelas coisas que às vezes alguns colegas têm e que são muito curiosas, muito interessantes, de estarmos a ver um palco e dizer: “Eu gostava de estar ali.”... Não, comigo nunca se passou, lembro-me de mim a fazer teatro desde os 13 anos e nunca deixei de fazer.

M.L: Quais são as suas grandes influências, enquanto ator?
L.V: Um colega com quem eu contracenei, durante vários anos e que foi absolutamente decisivo na maneira como eu faço o meu trabalho, que é um colega que já faleceu chamado (Henrique) Canto e Castro.

M.L: Fez teatro, cinema e televisão. Qual destes géneros que lhe dá mais gosto em fazer?
L.V: É claramente o teatro.

M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que o marcou, durante o seu percurso como ator?
L.V: É difícil responder a essa questão, porque são vários trabalhos, mas eu tenho o privilégio de já ter feito textos de dramaturgos importantes, talvez dos mais importantes dramaturgos da História da Humanidade, eu já fiz textos de Sófocles, eu já fiz textos de (William) Shakespeare, já fiz textos de Gil Vicente, já fiz textos de Thomas Bernhard...

M.L: Já fez telenovelas. Este é um género televisivo que gosta muito de fazer?
L.V: Não é uma coisa que me apaixone, mas gosto o suficiente para o fazer.

M.L: Um dos seus trabalhos mais marcantes em televisão foi a telenovela "A Grande Aposta" (RTP), onde interpretou o vilão Maurício. Que recordações guarda desse trabalho?
L.V: Guardo boas recordações de ter passado alguns momentos agradáveis em Macau com amigos meus, com o Luís Esparteiro, com a Sandra Cóias, com o Nicolau Breyner (o produtor de “A Grande Aposta”). Passei bons momentos lá nessa altura.

M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
L.V: Está tudo a passar por uma grande crise, conforme está pela Europa toda, não é só cá, é na Europa toda.

M.L: Gostava de ter feito uma carreira internacional?
L.V: Sim, gostava. Tenho algumas experiências de âmbito internacional, mas não posso dizer que tenho uma carreira internacional. A verdade é que nunca me preocupei com isso, isso nunca esteve nos meus horizontes, nunca constituiu assim para mim um grande objetivo. Hoje, nos tempos em que vivemos, neste momento que estamos a viver, eu penso que antes deveria ter preocupado com isso e não preocupei.

M.L: Como lida com o público que acompanha a sua carreira há vários anos?
L.V: Lido bem. São pessoas como eu e eu sou uma pessoa como elas.

M.L: É pai da atriz Sara Vicente com quem trabalhou recentemente na série "Lua Vermelha" que foi exibida na SIC entre 2010 e 2012. Como vê o percurso que a sua filha tem feito até agora?
L.V: A minha filha está no início daquilo que pode ser uma boa carreira. Está apenas no início, ela vai agora estudar para o estrangeiro, pode ter uma grande carreira à frente dela, sim...

M.L: Atualmente é diretor artístico e de produção da ACTA-A Companhia de Teatro do Algarve da qual é um dos fundadores. Que balanço faz do tempo em que está nos dois cargos?
L.V: Só posso fazer um balanço muito positivo...

M.L: Como é que surgiu o convite para ser um dos fundadores da companhia?
L.V: Foi através de um amigo meu que era, na altura, professor na Universidade do Algarve e que me chamou lá para ver se havia condições para criar uma estratura profissional, porque as pessoas com quem ele andava a trabalhar lá num grupo de teatro da Universidade andavam a falar nisso e eu cheguei lá para ver se seria possível e eu concluí que sim, que era possível e avançámos. Foi assim.

M.L: Recentemente, a telenovela da SIC "Rosa Fogo" da qual participou foi nomeada para o Emmy Internacional na categoria de Telenovela. Como vê este reconhecimento internacional?
L.V: Eu vejo de uma maneira que, seguramente, os responsáveis em Portugal não vêem. Não conseguem ver o que está a acontecer em Portugal, estão haver coisas de grande qualidade, está haver um trabalho artístico de grande qualidade em Portugal e não há um olhar sério sobre isso... Por parte dos responsáveis, não há um olhar sério sobre isso, nós temos umas elites muito deficientes, nem sei se nós temos elites, somos um país muito fraco em elites...

M.L: Qual foi a pessoa que o marcou, durante o seu percurso como ator?
L.V: Já lhe referi: o (Henrique) Canto e Castro que foi um grande ator, que nunca foi devidamente apreciado neste país, em qualquer parte do mundo seria um grande ator...

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
L.V: Não dou conselhos a ninguém...

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
L.V: Nem eu sei, vamos ver... Se o Estado achar que sim faço umas coisas, se o Estado achar que não vou fazer outras, inclusive não está fora de causa ir embora daqui para fora.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
L.V: Gostava de ser jardineiro.ML

domingo, 6 de janeiro de 2013

Brevemente...

Entrevista com... Luís Vicente (Ator)

Mário Lisboa entrevista... Kris Rosa

Olá. A próxima entrevista é com a cantora brasileira Kris Rosa. Desde muito cedo que se interessou pela música tendo iniciado a sua carreira como vocalista de uma banda atuando por todo o Brasil, durante 15 anos. É casada com o músico português José Carolino que era guitarrista da banda, quando se conheceram e desde 2004 que vive em Portugal e atualmente está a editar o seu 1º álbum de originais em Portugal. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 27 de Dezembro.

M.L: Como é que surgiu o interesse pela música?
K.R: A minha família sempre foi muito ligada a música, desde o meu avô paterno que tocava vários instrumentos musicais, aos meus pais que eram músicos e de 2 dos meus 4 irmãos que já estudavam música. Ao vê-los a praticar senti que era mesmo aquilo que queria para mim. Comecei a estudar música aos 7 anos, era a minha brincadeira favorita.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto cantora?
K.R: As minhas primeiras influências foram os meus pais e à medida que o tempo passava e eu estudava, este leque de influências só aumentava como os grandes nomes da MPB (Música Popular Brasileira) -Elis Regina, Gal Costa, Simone, Zizi Possi, Cássia Eller, Djavan, Oswaldo Montenegro... e nomes internacionais como Liza Minnelli, Dulce Pontes, Diana Krall, Freddie Mercury... e até hoje estes nomes estão constantemente a aumentar na minha lista como influência no meu canto, portanto o melhor é eu parar por aqui, porque senão esta listagem vai ficar muito longa, pois nem cheguei aos atuais ...

M.L: Qual foi o trabalho que a marcou, durante o seu percurso como cantora?
K.R: Foram muitos, mas em especial, no Brasil foi atuar com a Banda, a qual eu era a cantora na altura, na abertura de um Concerto mágico da cantora Simone, foi uma noite linda e especial. E em Portugal foi, com certeza, a temporada no Casino Estoril com a minha Banda (Quinteto de Kris Rosa), foram quase um ano de atuações todos os fins-de-semana, e nas grandes Galas, a fazer parte de uma agenda fantástica tendo a possibilidade de conhecer músicos maravilhosos.

M.L: Nasceu no Brasil e vive em Portugal desde 2004. O que a levou a querer viver em Portugal?
K.R: O meu marido é português, para ser bem sincera um português-brasileiro, pois viveu 25 anos no Brasil, por isso, depois de vir a Portugal visitar a família dele e o fato de ele ter estado tanto tempo longe da família, achamos que era hora de fazer esta grande mudança na nossa vida: viver em Portugal. O que me conforta até hoje é que o público português foi sempre espetacular e ajuda-me a suportar a ausência que, agora eu, sinto da minha família no Brasil.

M.L: Como vê atualmente Portugal?
K.R: O meu otimismo, como brasileira que sou, prevalece. Acredito na melhora, numa adaptação à crise,  mas com uma certa preocupação. O mercado de trabalho está ficando muito instável, mas isso não é novidade para ninguém não é?

M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o seu percurso como cantora?
K.R: Foram dois: um, onde tive que cantar a um grande público no Brasil, num concerto que não podia ser adiado, mesmo sabendo um pouco antes do concerto, da morte do meu avô paterno, o qual eu tive mais contato e tinha muito carinho. O outro foi recente, em Maio de 2012: ter que atuar e o meu marido e companheiro musical, no Hospital a se recuperar de uma cirurgia de urgência que se não tivesse sido feita poderia ter sido fatal. Foram momentos muito difíceis. O meu avô querido continua no meu coração e sabe que aquele concerto foi para ele e o meu marido, graças a Deus está mais rijo do que nunca e a atuar comigo por todo o Portugal.

M.L: Como vê atualmente a Música tanto no Brasil, como em Portugal?
K.R: Como o Brasil é muito grande é claro que a diversidade é maior que em Portugal, mas mesmo sendo um país tão grande se assemelha em Portugal a um fator que na minha opinião é muito negativo: o que mais se ouve nas rádios é que o dinheiro manda, não sou preconceituosa, quanto ao que é popular e para brincadeira, até porque acho isso muito importante para ambos os países, mas é pena que muito do que é NACIONAL, novo, novos sons, novos compositores sejam conhecidos por poucos, por ser considerado pouco rentável e não ser popular. Isso acho mau. Mas fico feliz que tanto no Brasil, quanto em Portugal, a música esteja em constante movimento.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
K.R: Gostava, mas vou ser sincera: gosto muito de viver um dia de cada vez, sem planear demais os projetos a longo prazo, que por acaso este seria um deles. Mas quem sabe?

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu percurso como cantora?
K.R: Sem dúvida, o meu marido. Até hoje, a opinião dele é muito importante para mim e aprendi muito com ele.

M.L: Gostava de experimentar outras áreas como por exemplo a representação?
K.R: A representação nunca foi um objetivo, mas participar num Musical sim, mesmo a representação estando presente, seria uma área que eu gostava de experimentar.

M.L: Como vê o futuro da Música em geral nos próximos anos?
K.R: Acho que cada vez mais estamos voltando no tempo e recriando novas canções inspirado no que foi feito no passado, acho que cada vez mais isso vai acontecer. Mas também vejo uma era musical tecnológica cada vez mais espantosa.

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na música?
K.R: Estudar música e a viver com paixão. Não pensar em viver somente da música profissionalmente, tem mesmo que ser. Estudar, estudar...

M.L: Que balanço faz da sua carreira?
K.R: Maravilhosa. Considero-me uma artista com sorte, que é necessária, tanto quanto o talento na música.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
K.R: Editar o meu 1º CD de originais em Portugal e continuar com as minhas aulas de Canto no estúdio que tenho em casa e com os meus alunos incentivar muitas pessoas pelo gosto e estudo da música.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
K.R: Que engraçado, esta foi a pergunta mais difícil... mas gostava muito de cantar, pelo menos uma vez, com uma orquestra. Uma grande orquestra.

M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da sua vida?
K.R: Nada. Tenho um filho e um marido maravilhoso, uma família espetacular, tenho amigos especiais, tenho um nome pelo qual tenho muito orgulho que foi feito com muita dedicação, amor a Música e humildade.ML