domingo, 28 de outubro de 2012

Brevemente...

Entrevista com... Isabel Alçada (Escritora)

Mário Lisboa entrevista... Joana Bastos

Olá. A próxima entrevista é com a atriz Joana Bastos. Desde muito cedo que se interessou pela representação tendo desenvolvido um percurso que passa essencialmente pelo teatro e pela televisão (onde entrou em produções como "O Olhar da Serpente" (SIC), "Amanhecer" (TVI), "Baía das Mulheres" (TVI), "Fascínios" (TVI) e "Casos da Vida" (TVI) e além da representação também é diretora de atores tendo por exemplo desempenhado essa função na série "Morangos com Açúcar" (TVI) entre 2009 e 2012 e recentemente foi diretora de atores da longa-metragem "Morangos com Açúcar-O Filme" de Hugo de Sousa que foi baseada na série com o mesmo título e que estreou recentemente e fundou juntamente com o decorador Carlos Subtil, a diretora de fotografia Denise Domingos, os atores Heitor Lourenço, João Pedreiro e Maria Henrique, os realizadores Hugo de Sousa e Telma Meira e os produtores Paulo Guedes e Teresa Amaral, a I9-Associação Inovar9 que é um projeto que inclui Teatro, Cinema e Televisão. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 25 de Maio. 

M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
J.B: Quando estava no final do 9º ano (como todos os jovens) tinha de começar a pensar na área a seguir ao 10º ano. Tinha de decidir "o que queria ser, quando fosse grande!". Queria ser muita coisa, gostava de fazer tudo... E a única maneira de o conseguir... Era a representar. Decidi ser atriz! Fui para a Escola Profissional de Teatro de Cascais.


M.L: Durante o seu percurso como atriz fez teatro e televisão, mas pouco cinema. Gostava de trabalhar mais nesse género?
J.B: Basicamente, adoro representar... Desde que esteja a trabalhar, estou feliz!

M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
J.B: Acho que todos os trabalhos que fiz me marcaram muito... Todos me ajudaram a crescer e a aprender. Tenho um carinho muito grande por um espetáculo em particular que foi o "Século da Lua", uma comédia musical no bar do Teatro da Trindade. Não só pelo espetáculo (que me divertia muito a fazer), mas como pelas amizades que fiz com os meus colegas que duram até hoje!

M.L: Já fez telenovelas. Este é um género televisivo que gosta muito de fazer?
J.B: Muito... Tenho uma paixão muito grande por televisão. Sempre gostei. Sinto-me bem a trabalhar no ritmo em que se trabalha em televisão.

M.L: Como lida com a carga horária, quando grava uma telenovela?
J.B: Como disse na resposta anterior, gosto do ritmo de televisão. Claro que as 12 horas de trabalho são excessivas. Deveria-se trabalhar menos horas. Acaba por ser muito cansativo e isso por vezes não é bom para o produto final.

M.L: Em 2002 estreou-se na televisão com a telenovela “O Olhar da Serpente” (SIC), onde interpretou a personagem Lina. Que recordações guarda desse trabalho?
J.B: Tudo o que aprendi. Tive muita sorte em ter como colega de trabalho, o ator Virgílio Castelo. E aprendi muito a observa-lo e a trabalhar com ele. Foi maravilhoso.

M.L: “O Olhar da Serpente” foi o último trabalho do realizador Álvaro Fugulin que morreu pouco tempo depois da telenovela ter estreado. Como foi trabalhar com ele?
J.B: Foi ter a experiência de trabalhar com um dos melhores realizadores. Agradeço ter tido essa oportunidade. É um Homem que deixa muitas saudades e muita sabedoria.

M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o seu percurso como atriz?
J.B: Não posso escolher um momento... Há muitos que me marcaram. Mas tento sempre não me esquecer do que é estar sem trabalho. Temos uma profissão muito ingrata. Sem qualquer apoio, quando estamos desempregados. É muito difícil gerir isso.

M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
J.B: Não se está a atravessar um momento muito bom para todas as áreas. Estamos a viver uma crise. E claro que a cultura é das primeiras áreas a sentir a crise. Mas temos de saber dar a volta, o importante é não deixar de trabalhar, de criar, de construir coisas novas.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
J.B: Como disse anteriormente, gosto de representar e de estar a trabalhar. Gostava (claro) de trabalhar com algumas pessoas que não são portuguesas.

M.L: Este ano celebra 14 anos de carreira desde que começou com a peça “Heróis como Nós” no Teatro Infantil de Lisboa em 1998. Que balanço faz destes 14 anos?
J.B: Faço um balanço positivo! Olhando para trás, fiz parte de projetos dos quais me orgulho muito.

M.L: Além da representação também é diretora de atores tendo por exemplo desempenhado essa função na série “Morangos com Açúcar” (TVI) entre 2009 e 2012. Qual destas funções em que se sente melhor?
J.B: Gosto das duas. Gosto de fazer direção de actores e ainda mais fazer direção de atores de elenco infantil e juvenil, acho que é a minha praia. As crianças e os jovens são muito genuínos no que fazem. Não têm noção do ridículo, por isso não existem barreiras e as coisas que criam e que dão são maravilhosas. E aprende-se muito a trabalhar atrás das câmaras.

M.L: “Morangos com Açúcar” foi cancelada ao fim de quase 10 anos de exibição. Como vê o percurso que a série fez até ser cancelada?
J.B: A série "Morangos com Açúcar" ajudou a descobrir e a formar muitos atores. Para o público também foi um marco. Passou por gerações. Claro que há e sempre vão haver pessoas que não gostam e que critiquem, mas isso é com os “Morangos…” e com qualquer trabalho. Não se pode agradar a gregos e a troianos!!!! Mas a verdade é que é muito bom e muito divertido trabalhar na série e agora no Filme. É um projeto que vai deixar muitas saudades e eu lamento muito que acabe!

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
J.B: Tantas... Trabalhei com profissionais fantásticos ao longo da minha carreira.

M.L: Em 2011, Portugal conquistou o seu segundo Emmy com a telenovela da SIC “Laços de Sangue”. Como vê este reconhecimento internacional?
J.B: Vejo com muito agrado! Era bom que se fizesse mais ficção em Portugal. Acho que é importante haver projetos nacionais com os quais nos possamos identificar.

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
J.B: Muito trabalho, porque nada se consegue sem trabalho. Muita coragem e força de vontade, porque não é uma profissão fácil!

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
J.B: Neste momento, está a ser criada a I9-Associação Inovar9. É um projeto que vai incluir Teatro e Televisão. Estamos a trabalhar... Em breve não percam as novidades da I9!!!!!!

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
J.B: Humm... Há uma Personagem que gostava de fazer! Acredito que um dia a consiga fazer.ML

sábado, 27 de outubro de 2012

Brevemente...

Entrevista com... Joana Bastos (Atriz)

Mário Lisboa entrevista... Joana Metrass

Olá. A próxima entrevista é com a atriz Joana Metrass. Desde muito cedo que se interessou pela representação tendo sido formada pela Escola Superior de Teatro e Cinema e estudou em Nova Iorque (EUA) e Itália e tem desenvolvido um interessante percurso que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão e recentemente participou nos telefilmes "Intriga Fatal" (TVI) e "A Princesa" (RTP) e na 9ª e última temporada de Verão da série "Morangos com Açúcar" (TVI). Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 5 de Fevereiro. 

M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
J.M: Eu queria viver muitas experiências diferentes, vidas diferentes, profissões diferentes, épocas diferentes, etc. E percebi que a única maneira de viver tudo isso numa só vida era sendo atriz.


M.L: Quais são as suas grandes influências, enquanto atriz?
J.M: Desde muito pequena que ia bastante ao cinema e (certamente) ter visto tantas e tão diferentes coisas foi uma das minhas grandes influências.

M.L: Fez teatro, cinema e televisão. Qual destes géneros que lhe dá mais gosto em fazer?
J.M: São todos diferentes e como tal gosto de todos, mas por motivos diferentes. Espero poder continuar a trabalhar nas várias áreas ao longo da minha vida. Mas se me apontassem uma arma à cabeça e tivesse mesmo de escolher aí escolhia o cinema.

M.L: Houve algum trabalho num destes géneros que a tenha marcado até agora?
J.M: Todos os trabalhos nos marcam pelo menos a mim que me entrego tanto a cada coisa: ou por serem os primeiros naquela área ou pela personagem em si. Por exemplo: Fazer o filme “E o Tempo Passa” (2011) foi uma grande experiência. A sensação de estar a participar num grande filme, realizado por um realizador consagrado (Alberto Seixas Santos), foi uma responsabilidade enorme. Fazer “A Princesa” (RTP), além da personagem maravilhosa que tinha, pela sua vida dupla e quase dupla personalidade, mas também por saber que estava a fazer algo para alertar as pessoas ou seja que o meu trabalho poderia ajudar alguém. A peça “Hanjo”, além de ter sido a minha estreia em teatro como profissional, por ser no Teatro da Comuna que é o meu teatro preferido e por ser um projeto com pessoas que gosto muito tanto a nível profissional como pessoal. Mas de cada vez que cito um exemplo sinto que estou a ser injusta para cada projeto que não estou a referir.

M.L: Recentemente participou nos telefilmes “Intriga Fatal” e “A Princesa” respetivamente da TVI e da RTP. Como correu estes dois trabalhos?
J.M: Acho que correram muito bem. Eu gostei imenso de os fazer e estou muito agradecida pela oportunidade que tive de fazer duas personagens tão interessantes e por ter trabalhado com atores incríveis.

M.L: Como é que surgiu o convite para participar nestes dois projetos?
J.M: A Plural (que produziu “Intriga Fatal” para a TVI e “A Princesa” para a RTP) conhecia o meu trabalho e assumo que tenham achado que eu seria uma boa escolha para o papel visto que me escolheram.

M.L: Como vê esta aposta nos telefilmes por parte da TVI e da RTP?
J.M: Acho muito importante que isto esteja a ser feito. Acho que pode ajudar muito a desenvolver o cinema português, habituando as pessoas em casa a ver filmes portugueses, o que fará com que comecem a ver mais filmes nossos nos cinemas.

M.L: Houve algum momento que a tenha marcado até agora, enquanto atriz?
J.M: Se em cada trabalho que faço não houvesse sempre momentos que me marcassem não teria escolhido esta profissão. Sou completamente apaixonada pela representação e isso vem do fato dela me proporcionar tantos momentos especiais.

M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
J.M: Acho que tanto a nível de cinema como de teatro, as coisas estão a mudar. É verdade que os subsídios estão a diminuir ou mesmo a acabar, mas isso não fará com que o teatro e o cinema em Portugal desapareçam. Fará sim com que haja cada vez mais projetos independentes em que as pessoas arranjam os seus próprios patrocínios e em que será cada vez mais necessária a presença de público nas salas.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
J.M: Gostava muito, faz parte do sonho. Até porque desde sempre quis viver em várias partes diferentes do mundo. Cheguei inclusive a ir fazer o liceu para os EUA sozinha, num programa de intercâmbio, quando tinha 16 anos. Gosto de aventura e de viver em sítios diferentes e assim continuar a minha profissão nos sítios, onde estiver.

M.L: Quais são os atores em Portugal com quem gostava de trabalhar no futuro?
J.M: Isso é uma pergunta injusta. Há tantos atores e atrizes com quem gostaria de trabalhar que seria injusto dizer nomes, pois estaria sempre a deixar alguns de fora.

M.L: Recentemente foi criada a Academia Portuguesa de Cinema que é equivalente à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Como vê esta iniciativa?
J.M: Acho uma ótima iniciativa e até já dei início à minha inscrição na Academia. Tantos países têm Academias de Cinema, que já estava na hora de criar a portuguesa. Os seus fundadores merecem uma salva de palmas!

M.L: Houve alguma pessoa que a tenha marcado até agora, enquanto atriz?
J.M: No meio profissional houve várias e a nível académico também, mas para escolher uma que me tenha marcado particularmente escolho uma amiga de liceu que provavelmente nem sabe que teve esta importância, mas a quem devo estar aqui. Foi a primeira pessoa a acreditar em mim e a fazer-me acreditar que tudo isto seria possível e esse primeiro passo foi o que mudou tudo.

M.L: A telenovela portuguesa celebra este ano 30 anos de existência. Que balanço faz destes 30 anos?
J.M: Não posso fazer um balanço dos 30 anos, porque não os acompanhei. Mas do período que conheço acho que os projetos são cada vez melhores. Além de que (claramente) houve um enorme crescimento na quantidade de produção nacional de telenovelas e isso é uma constatação evidente.

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito até agora como atriz?
J.M: Estou muito contente com o meu percurso. Eu decidi investir primeiro na minha formação e escolher muito bem os projetos que fazia. Acho que tive mesmo muita sorte e tendo em conta o pouco tempo que passou, ter conseguido acabar o Conservatório (Escola Superior de Teatro e Cinema), estudar em Nova Iorque e Itália com grandes mestres, ter conseguido trabalhar nas três áreas: Cinema, Teatro e Televisão, é para mim um grande motivo de orgulho.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
J.M: Tenho neste momento um convite para um projeto em televisão e para 2013, um projeto de teatro meu encenado por um conhecido encenador americano a quem apresentei o projeto e que quis ser ele a encena-lo.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
J.M: Tantas. Tenho vários realizadores portugueses com quem gostaria de trabalhar, bem como encenadores. Tenho personagens que gostaria muito de fazer, mudanças radicais de imagem, etc. E espero que assim continue até ao fim da minha vida. Espero ter sempre coisas para fazer, que ainda não tenha feito.

M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da sua vida?
J.M: As coisas estão verdadeiramente a correr tão bem que não gostaria que nada mudasse, para já. Desejo apenas que continuem a evoluir de forma a eu poder realizar todos os projetos e sonhos que descrevi ao longo desta entrevista.ML

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Mário Lisboa entrevista... Sandra Santos

Olá. A próxima entrevista é com a guionista Sandra Santos. Começou por ser jornalista, mas depois enveredou pelo guionismo estando a trabalhar na Casa da Criação (a empresa que desde a sua fundação é responsável pela escrita de várias produções da TVI da qual é dirigida pelo ator e encenador Adriano Luz) há vários anos, onde trabalhou em produções como "Anjo Selvagem" (TVI), "Queridas Feras" (TVI), "Morangos com Açúcar" (TVI), "Deixa-me Amar" (TVI), "Feitiço de Amor" (TVI), "Deixa Que Te Leve" (TVI) e "Espírito Indomável" (TVI) e recentemente escreveu a telenovela "Doce Tentação" que está em exibição na TVI. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 26 de Março na altura em que a entrevistada estava a escrever a telenovela "Doce Tentação".

M.L: Como é que surgiu o interesse pela escrita? 
S.S: Sempre gostei de escrever, por isso formei-me em jornalismo. Fui jornalista, durante algum tempo e a minha incursão na escrita de argumentos foi completamente por acaso. Um daqueles "acidentes" felizes, por assim dizer. Fui convidada a experimentar e cá estou eu, dez anos depois de ter experimentado. Acho que encontrei o meu caminho.


M.L: Quais são as suas grandes influências, enquanto guionista?
S.S: O cinema e as séries norte-americanas. Adoro e quero um dia poder dizer que em Portugal se fazem coisas assim, de qualidade internacional.

M.L: Qual foi o trabalho que a marcou, durante o seu percurso como guionista?
S.S: Foram vários trabalhos, mas destaco o “Anjo Selvagem” (TVI): o meu primeiro amor e o “Espírito Indomável” (TVI): uma experiência diferente, algo que já queria fazer há muito tempo.

M.L: Além do guionismo também teve experiência como jornalista. Que recordações guarda dessa experiência?
S.S: Já lá vai muito tempo, mas do que sinto mais falta é do "estar no terreno", da ação, do correr atrás da notícia. Eram dias mais agitados.

M.L: Gostava de voltar a trabalhar na Comunicação Social?
S.S: Quem sabe um dia? É uma hipótese que não descarto até porque gosto bastante.

M.L: Um dos seus trabalhos mais marcantes, enquanto guionista foi a telenovela “Espírito Indomável” (TVI) que foi exibida entre 2010 e 2011. Que recordações guarda desse trabalho?
S.S: Do ritmo frenético, da reação do público e do próprio elenco. Foi uma novela em que tudo se enquadrou lindamente desde o argumento, à realização, à representação...

M.L: Como vê o enorme sucesso que a telenovela teve, durante a sua exibição?
S.S: Com muita satisfação. É para isto que trabalhamos.

M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o seu percurso como guionista?
S.S: A morte do Francisco Adam. Estávamos a escrever a série de Verão dos “Morangos com Açúcar” (TVI) e foi difícil lidar na vida real e enquadrar na narrativa uma morte tão prematura.

M.L: Como vê atualmente a ficção nacional?
S.S: Penso que está em constante evolução e é disso que precisamos.

M.L: Em 2011, Portugal conquistou o seu segundo Emmy com a telenovela da SIC “Laços de Sangue”. Como vê este reconhecimento internacional?
S.S: Fantástico! Não posso estar mais orgulhosa de fazer parte desta máquina e de compartilhar com os meus colegas argumentistas mais este sucesso.

M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
S.S: É o meu sonho, mas sei que é difícil.

M.L: Trabalha na Casa da Criação há vários anos. Que balanço faz do tempo em que está na empresa?
S.S: Positivo.

M.L: Como é que é a sua rotina, quando escreve uma telenovela?
S.S: Frenética.

M.L: Gostava de trabalhar em outras áreas como a literatura e o cinema?
S.S: Já fiz uma pequena incursão na literatura com os livros dos “Morangos…”, mas gostava obviamente de ir mais longe. E adorava escrever um guião para cinema, mas creio que este ainda é um meio pequeno e muito fechado em Portugal, aberto apenas a alguns nomes. Talvez um dia. Seja como for, não é fácil escrever uma novela a par com um livro ou um guião de cinema. Por isso, tem sido também um sonho adiado.

M.L: Ajuda na escolha do elenco de um projeto seu?
S.S: O elenco é sempre sugerido pela Plural e aprovado pela TVI. Obviamente dou a minha opinião.

M.L: Atualmente está a escrever a telenovela “Doce Tentação” que está em exibição na TVI. Como é que está a correr este trabalho?
S.S: A “Doce Tentação” está a correr muito bem e dentro das expectativas.

M.L: Como é que surgiu a ideia de escrever esta telenovela?
S.S: Dos contos de fadas.

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu percurso como guionista?
S.S: Duas pessoas: A Maria João Mira por me ter ensinado. E o André Cerqueira. Foi alguém que fez muito pela Plural e pela Casa da Criação e que ousou apostar em novos autores.

M.L: Que balanço faz da sua carreira?
S.S: Muito positivo.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
S.S: Irei descansar a seguir à “Doce Tentação” e depois a TVI decidirá o meu futuro.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
S.S: Ganhar um Óscar!

M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da sua vida?
S.S: Gostava de escrever uma série televisiva.

M.L: Se não fosse a Sandra Santos, qual era a guionista que gostava de ter sido?
S.S: Tantos...ML

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mário Lisboa entrevista... Lídia Franco

Olá. A próxima entrevista é com a atriz Lídia Franco. Desde muito cedo que se interessou pela representação tornando-se numa das figuras mais marcantes e memoráveis do panorama artístico português com um percurso que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "O Tal Canal" (RTP), "Humor de Perdição" (RTP), "Passerelle" (RTP), "Casino Royal" (RTP), "A Banqueira do Povo" (RTP), "Xica da Silva" (TV Manchete), "Herman Enciclopédia" (RTP), "Terra Mãe" (RTP), "Jardins Proibidos" (TVI), "Nunca Digas Adeus" (TVI), "Fala-me de Amor" (TVI), "A Outra" (TVI), "Equador" (TVI) e "Meu Amor" (TVI) e recentemente participou na telenovela "Rosa Fogo" (SIC) que está nomeada para o Emmy Internacional na categoria de Telenovela e atualmente protagoniza a peça "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa" de Eric-Emmanuel Schmitt que estreou pela primeira vez em 2009 no Teatro Nacional D. Maria II e que desde aí anda em digressão pelo país. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 12 de Outubro. 

M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação? 
L.F: Desde miúda que me lembro de passar o tempo a cantar, dançar, representar em casa, na casa dos vizinhos, nas festas do Colégio… Era a minha forma natural de comunicar com os outros.


M.L: Quais são as suas grandes influências, enquanto atriz?
L.F: As minhas Grandes influências são os outros, a Vida, a Literatura, a Pintura, a Música...

M.L: Fez teatro, cinema e televisão. Qual destes géneros que lhe dá mais gosto em fazer?
L.F: O Teatro é a Arte do Ator. O Cinema é a Arte do Realizador. A Televisão é uma Indústria, onde por vezes se consegue colocar um pouco de Arte. É no Teatro que vou sempre tentando evoluir na minha Arte.

M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
L.F: O maravilhoso Monólogo "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa" de Eric-Emmanuel Schmitt que estreei em 2009 no Teatro Nacional D. Maria II e com o qual continuo a percorrer o País. É a Peça que neste momento faz parte da minha vida. Mas como o mais importante é sempre o nosso próximo Projeto estou já a preparar a minha próxima Produção no Teatro.

M.L: Já fez telenovelas. Este é um género televisivo que gosta muito de fazer?
L.F: A Televisão tem também a vantagem de nos dar uma "Plateia" de milhares e milhares de pessoas.

M.L: Como lida com a carga horária, quando grava uma telenovela?
L.F: Até aqui tenho sobrevivido à carga horária das gravações das Novelas!

M.L: Um dos seus trabalhos mais marcantes em televisão foi a telenovela “Terra Mãe” (RTP), onde interpretou a personagem Isabel Carvalho. Que recordações leva desse trabalho?
L.F: "Terra Mãe" já foi há tantos anos! Tive a sorte de fazer uma Personagem que mudava muito de Personalidade e isso é aliciante para uma atriz, claro.

M.L: Qual foi o momento que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
L.F: O momento mais marcante do meu Percurso de atriz até hoje é sem dúvida o Monólogo "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa".

M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
L.F: O terrível momento que Portugal atravessa sente-se ainda mais na Cultura e nas Artes. Passaram a Produzir-se muito menos obras de ficção. Mas como ser Atriz não é só uma Profissão, mas sim uma maneira de estar na Vida, eu nunca poderei desistir tentando sempre atravessar todos os períodos de crise por piores que sejam. E já atravessei muitos!

M.L: Já trabalhou no estrangeiro. Gostava de ter ficado lá?
L.F: Convidaram-me para Trabalhar em Espanha e em França. Havia uma condição: Tinha que viver lá. O meu filho era adolescente e precisava de mim. Voltei e Não Me Arrependo.

M.L: Como lida com o público que acompanha a sua carreira há vários anos?
L.F: Não existe Teatro sem Público. Sou atriz justamente para comunicar com ele. E ele comunica comigo nos silêncios, nos risos, nas palmas e às vezes nos encontros fortuitos em que me abordam. É uma Partilha.

M.L: Atualmente protagoniza a peça “Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa” de Eric-Emmanuel Schmitt que estreou pela primeira vez em 2009 no Teatro Nacional D. Maria II e que desde aí anda em digressão pelo país. Como é que está a correr a peça?
L.F: A Digressão do Monólogo "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa" continua e só irá parar, quando eu não puder mesmo continuar, pois é um Texto absolutamente Maravilhoso e há muitas pessoas que já assistiram várias vezes ao Espetáculo.

M.L: Como é que surgiu esta peça?
L.F: Ao descobrir este Autor deparei-me com este Texto que está hoje a ser representado em todo o Mundo. Ainda hesitei por ser um Monólogo. Nunca tinha ousado fazer um Monólogo, mas por outro lado também pensei que um Monólogo seria menos difícil para tentar fazer uma Digressão Nacional. E foi assim...

M.L: Como é que se sente ao fazer um monólogo?
L.F: Estou sozinha em Cena, durante cerca de uma hora e meia fazendo várias Personagens com um Texto Muito Belo e Muito Forte a nivel físico e psicológico.

M.L: Como tem sido a reação do público a esta peça até agora?
L.F: Há silêncios palpáveis no ar intercalados com explosões de risos e choros e muitas palmas.

M.L: Como classifica esta peça?
L.F: Esta Peça é uma Lição de Vida.

M.L: Trabalhou com o falecido realizador brasileiro Walter Avancini nas telenovelas “A Banqueira do Povo” da RTP e “Xica da Silva” da TV Manchete. Que recordações leva dele?
L.F: Walter Avancini era um Artista. Era um dos que levavam a Arte para à Indústria que é a Televisão. Tenho muitas saudades dele.

M.L: A telenovela da SIC “Rosa Fogo” da qual participou está nomeada para o Emmy Internacional na categoria de Telenovela. Como vê esta nomeação?
L.F: É Muito Agradável. E mais uma vez dá para perceber que em Portugal há Atores maravilhosos!

M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu percurso como atriz?
L.F: As pessoas que me têm marcado na minha Arte são alguns atores com quem tenho contracenado e alguns Mestres que me têm dirigido como por exemplo a Marcia Haufrecht (uma das Fundadoras do Actor's Studio de Nova Iorque) com quem eu faço Aulas há 20 anos e que já me dirigiu em três Peças de Teatro: "Vidas Publicadas", "Frozen" e "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa".

M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
L.F: Que sinta se esta é realmente a sua Paixão e que saiba que independentemente do seu grau de talento só se progride com muito, muito trabalho.

M.L: Que balanço faz da sua carreira?
L.F: Estou sempre a recomeçar (Como na Vida).

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
L.F: Continuo com este Monólogo. Dou aulas de Teatro e preparo uma nova Produção no Teatro com um Texto de Luísa Costa Gomes. Gostaria também de Publicar a Tradução que juntamente com Ivone Moura fiz deste Monólogo "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa".

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua vida?
L.F: Um Bom Filme, por exemplo.ML