Entrevista com... Artur Santana (Diretor de Fotografia)
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Mário Lisboa entrevista... António-Pedro Vasconcelos
Desde muito cedo que se interessou pela arte de contar histórias, primeiro pela Literatura (que é a sua grande paixão ainda hoje) e depois pelo Cinema que foi a área em que enveredou e que o tornou nomeadamente conhecido do grande público, sendo um dos realizadores mais emblemáticos do meio cinematográfico português. Pai da directora de casting Patrícia Vasconcelos e com a habilidade de fazer Cinema comercial com qualidade e que pode atrair o público para ver Cinema falado em português, realizou longas-metragens como "O Lugar do Morto" (1984), “Aqui
D’El Rei!” (1992), "Os Imortais" (2003), "Call Girl" (2007) e "A Bela e o Paparazzo" (2010), e, recentemente, regressou à realização com a longa-metragem "Os Gatos Não Têm Vertigens" que estreou no passado dia 25 de Setembro e desde então tem sido bem-sucedida. Esta entrevista foi feita no Hotel Infante Sagres no Porto.
M.L: Quando surgiu o interesse pelo Cinema?
Esta entrevista não foi convertida sob o novo Acordo Ortográfico.
M.L: Quando surgiu o interesse pelo Cinema?
A.P.V: Eu sempre gostei de
contar histórias. Antes do cinema, comecei por me interessar pela literatura,
pelos romances, devorava livros, desde que me lembro. Na altura em que eu tive
que escolher, se assim posso dizer, a minha vocação, o cinema nos finais dos anos
50 era uma coisa extraordinária, porque simultaneamente na Europa surgiu o
movimento da Nouvelle Vague francesa,
portanto houve oportunidades para jovens de fazerem filmes de outra maneira, e
por outro lado houve a descoberta do cinema americano em grande parte graças à
Cinemateca francesa que recuperou tudo o que pôde recuperar e divulgar da
História do Cinema. Eu vivia em Paris nessa altura e frequentava a Cinemateca
francesa, tendo visto uma média de mais de mil filmes por ano, todos os dias,
durante quase três anos. Foi uma paixão que me surgiu como um prolongamento
daquilo que era a minha curiosidade pelas histórias e achei que era mais
fascinante contar histórias através de imagens, com personagens reais e
filmando a realidade, do que através dos livros - apesar de a literatura ser a
minha grande paixão ainda hoje.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto
realizador?
A.P.V: São imensas. O
cinema americano sempre me marcou muito nomeadamente o film noir. No que diz respeito a realizadores, o John Ford, o
Howard Hawks, o Nicholas Ray, o Otto Preminger, o (Samuel) Fuller, o (Elia)
Kazan, depois o Martin Scorsese dos primeiros filmes, o Clint Eastwood dos
últimos, o Roberto Rossellini, o (Jean) Renoir, mais tarde o Jean-Luc Godard, o
François Truffaut, etc.
M.L: Qual foi o trabalho que mais o marcou, até agora,
durante o seu percurso como realizador?
A.P.V: Há filmes mais difíceis, com mais dificuldades. Os
meus primeiros filmes foram muito difíceis, porque eu era simultaneamente o
realizador e o produtor, portanto é sempre difícil de gerir. Foram filmes que
tiveram muitos problemas, mas isto é como os filhos, a gente gosta de todos.
Depois houve um grande
salto na minha obra que foi o “Aqui D’El Rei!” (1992), porque de repente eu
vejo-me confrontado com um filme que tem um orçamento 30 vezes superior àquilo
que era normal em Portugal e foi um filme que se tornou numa série, com 4 meses
de filmagem, em que me confrontei pela primeira vez com uma estrutura
profissional de produção.
Já neste século, fiz “Os
Imortais” (2003) que teve uma produção difícil e foi um filme bastante mal
produzido, portanto eu tive de me debater contra as dificuldades da produção,
mas desde que trabalho com o Tino Navarro que deixei de ter este tipo de
problemas. “Os Imortais” foi um filme muito difícil e pelo qual eu tenho um
carinho especial, porque acho que é o meu filme que marca a minha maturidade
como realizador e como pessoa.
M.L: “Os Imortais” contou, por exemplo, com a
participação de Nicolau Breyner que interpretou o Inspector Malarranha, e sei
que escreveu o papel a pensar nele. O que o levou a escolhê-lo para interpretar
esta personagem?
A.P.V: Eu sempre achei que o Nico é um actor
absolutamente fora-de-série e que andava perdido a fazer papéis cómicos (que
ele faz muito bem), mas que no fundo nunca tinha tido a oportunidade de fazer
um papel em que tivesse uma paleta tão vasta de representação. Escrevi o papel dele,
em parte, para provar que ele é um actor completo, e foi a única vez na minha
vida que escrevi um papel a pensar num actor; a partir daí o Nicolau passou a
ser olhado de outra maneira. Infelizmente, muitos actores e realizadores
portugueses não têm no seu país a oportunidade de fazerem a carreira que
mereciam. Para mim, o Nico sempre foi um actor extraordinário e no fundo é como
se eu estivesse estado estes anos todos à espera que ele amadurecesse para
fazer o papel da sua vida, porque ele ganhou muito com a idade.MLEsta entrevista não foi convertida sob o novo Acordo Ortográfico.
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Mário Lisboa entrevista... Sofia Nicholson
Filha do actor, escritor e encenador Francisco Nicholson, desde muito cedo que se interessou pela representação, tornando-se numa das melhores e mais acarinhadas actrizes da sua geração, com um percurso que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "Cinzas" (RTP), "A Lenda da Garça" (RTP), "Ajuste de Contas" (RTP), "Olhos de Água" (TVI), "A Senhora das Águas" (RTP), "O Olhar da Serpente" (SIC), "Ilha dos Amores" (TVI), "Morangos com Açúcar" (TVI), "A Outra" (TVI), "Deixa Que Te Leve" (TVI), "Espírito Indomável" (TVI), "Doce Tentação" (TVI) e "Giras e Falidas" (TVI). Empenhada e apaixonada pela sua arte, recentemente participou na telenovela "O Beijo do Escorpião" que esteve em exibição na TVI. Esta entrevista foi feita no passado dia 25 de Outubro.
Esta entrevista não foi convertida sob o novo Acordo Ortográfico.
M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
S.N: Desde que me conheço.
Cresci em teatros, e estúdios de televisão, sempre foi um mundo que me fascinou.
Fiz o meu 1º curso de representação aos 14 anos. Mas desde miúda que brincava
aos teatrinhos sozinha no meu quarto.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto actriz?
S.N: Para começar o meu
pai. Não que me tenha incentivado, que não o fez, mas vê-lo trabalhar enquanto
actor e encenador, e assistir aos seus espectáculos ajudou muito na minha
opção. Depois existem actores e actrizes que admiro e que são fontes de
inspiração brutais a nível nacional e internacional, filmes que me marcaram,
músicas, pessoas, sobretudo pessoas.
M.L: Faz teatro, cinema e televisão. Qual destes
géneros que mais gosta de fazer?
S.N: Não posso afirmar que
prefiro uma área à outra. São linguagens e formas de trabalhar diferentes. De alguma
forma são trabalhos de actor que se completam; cada um tem a sua adrenalina e
todos são prazerosos. Não consigo preferir um a outro, nem conseguiria abdicar
de nenhuma das áreas. Mas confesso que gostava de fazer mais cinema.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como actriz?
S.N: Todos me marcam de uma forma ou de outra. Seja pelo papel em si, pelo
ambiente que se viveu durante o processo de trabalho, ou pelo impacto que teve.
Tenho um carinho particular por todos quanto mais não seja por ter dado um
pouco de mim e eles terem-me dado algo também. Cresço e aprendo em cada
trabalho que faço. Quer profissionalmente quer a nível pessoal.
M.L: Entre 2001 e 2002, participou na telenovela “A
Senhora das Águas” que foi exibida na RTP, na qual interpretou a personagem Sónia Mendes
Bernardes. Que recordações guarda desse trabalho?
S.N: A Sónia é
me particularmente querida por ter sido o 1º e talvez o único papel menos
simpático que desempenhei. Gostava de me descolar mais da imagem de boazinha
que me é na maioria dos casos atribuída, é verdade. Talvez por isso goste desta
Sónia por ser tão diferente da Sofia. Guardo boas recordações deste projecto.
M.L:
Como vê, actualmente, o teatro e a ficção nacional?
S.N: Estamos a
falar de dois sectores totalmente diferentes. A ficção nacional tem
financiamento que poucos teatros têm. No entanto folgo em ver que estão em cena
muitos espectáculos, mas é preciso ter consciência que muitos deles representam
um investimento pela parte da produção dos mesmos que na maioria dos casos não
tem retorno. E isso entristece-me. São muito poucos os que conseguem ganhar a
vida só a fazer teatro. E orgulho-me de quem não desiste apesar de saber que a
fraca receita de bilheteira pode apenas vir a cobrir os custos de produção e
pouco mais. Devia ser dada muito mais atenção e existir mais subsídios nesta área.
A novela faz parte do
quotidiano de muitos portugueses, as séries que têm sido produzidas também são
muito bem recebidas; a ficção nacional ganhou o seu lugar no panorama
audiovisual. E dá trabalho a muita gente, quer a actores, quer a técnicos. Tem
de ser acarinhada por isso e tratada com cuidado para continuar a investir
nela. Não usar a crise como desculpa até porque está provado que em tempos de
crise as pessoas veem mais televisão.
M.L:
Como lida com o público que acompanha sua carreira há vários anos?
S.N: Muito bem.
Sinto-me acarinhada. E sou-lhe grata porque no fundo o reconhecimento do público
é que me dá trabalho e vontade de fazer mais e melhor.
M.L:
É filha do actor, escritor e encenador Francisco Nicholson. Como vê o percurso
que o seu pai tem feito até agora?
S.N: O meu pai
é um grande senhor. Não há nada que não tenha feito. Trabalhou em todas as
áreas para todos os géneros. E muitas vezes contra corrente. Passou pela
censura, teve de contornar muitos obstáculos muitos deles políticos. Não teve
medo de fazer a Revolução aproveitando a área em que se movimentava melhor, a
sua forma de expressão. Fez de um barracão um teatro que vi maioritariamente de
plateia cheia e que fez nome. Os tempos eram outros, mais rijos, no entanto a
sala enchia. Escreveu a 1ª novela portuguesa (“Vila Faia” (RTP), a 2ª também (“Origens”
(RTP). Ele tem um currículo invejável e louvável. Só posso ter orgulho nele. Quem
me dera aos 45 anos ter conseguido fazer metade do que ele já tinha feito com a
mesma idade. Agora vai lançar o seu 1º romance (“Os Mortos Não Dão Autógrafos”),
aos 76 anos. Ele só prova que quem quer pode. É um grande exemplo.
M.L:
Em 2013, participou no musical “O Despertar da Primavera” de Steven Sater e Duncan Sheik e encenado por Fernando
Pinho, na qual esteve em cena na Casa da Criatividade em S. João da Madeira.
Como é que se sentiu ao participar no espectáculo inaugural de um espaço
cultural?
S.N: Este
processo foi mágico. E inauguramos com ele um espaço magnífico que em nada fica
atrás de salas de renome internacional, muito pelo contrário. Foi muito
emocionante até porque a responsabilidade e o empenho que toda a equipa teve e
sentiu por inaugurar a Casa da Criatividade foram recompensados por ovações de
pé de uma sala de quase 500 pessoas em todas as representações. Senti um
orgulho enorme.
M.L:
Qual conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na
representação?
S.N: Empenho,
humildade, persistência e aceitar que vai ouvir muitos "nãos".
M.L:
Que balanço faz do percurso que tem feito, até agora, como actriz?
S.N: Tenho tido
a possibilidade de trabalhar de forma regular quer em televisão quer em teatro.
Optei por uma vida bastante instável de muita incógnita o que é um desafio para
quem procura segurança e certezas. Acho sempre que podia ter feito melhor mas o
actor é assim mesmo, insatisfeito por natureza. Quero sempre mais e melhor, mas
quem não quer? Não tenho razão de queixa no fundo. Estou grata por ter conseguido
até agora manter-me na área que escolhi.
M.L:
Quais são os seus próximos projectos?
S.N: Estou
neste momento a preparar-me para uma peça de teatro a estrear em 2015. E espero
em breve voltar ao pequeno ecrã.
M.L:
Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua
vida?
S.N:
Tanta coisa! Tenho 45 anos, mal seria se tivesse feito
tudo, e nada ou pouco faltasse. Julgo que nunca conseguimos fazer tudo, fica
sempre algo por fazer. Olha, vou fazendo conforme vão surgindo as
oportunidades. E que viva ainda muitos e bons anos para fazer o mais possível!MLEsta entrevista não foi convertida sob o novo Acordo Ortográfico.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
"Virados do Avesso"
O "Mário Lisboa entrevista..." têm o prazer de apoiar "Virados do Avesso", a nova longa-metragem realizada por Edgar Pêra e que conta com a participação de atores como Diogo Morgado, Jorge Corrula, Diana Monteiro, Nicolau Breyner (que também é produtor desta longa-metragem, enquanto co-fundador da produtora Cinecool), Marina Albuquerque, Nuno Melo, Rui Melo, Álvaro Faria, Isabel Medina (http://mlisboaentrevista.blogspot.pt/2011/09/mario-lisboa-entrevista-isabel-medina.html), Melânia Gomes, Rui Unas, José Wallenstein, o cantor Anselmo Ralph e a apresentadora Bárbara Guimarães, na qual tem estreia marcada para o próximo dia 27 de Novembro.
"Certo dia, um homossexual (Diogo Morgado) acorda e esquece-se que o é. Não percebe o que está outro homem a fazer na sua cama e, para surpresa do companheiro de há cinco anos (Jorge Corrula) e de toda a família, torna-se um solteiro folião."
O seguinte trailer de "Virados do Avesso":
Mário Lisboa
Mário Lisboa entrevista... Patrícia Vasconcelos
Filha do realizador António-Pedro Vasconcelos, começou como diretora de casting em 1989 e tornou-se numa pioneira nessa área específica em Portugal, com um percurso que passa, essencialmente, pelo audiovisual. Também é cantora e em 2011 estreou-se na realização com o documentário "O Meu Raul", na qual era dedicado ao falecido ator Raul Solnado. É co-fundadora da ACT-Escola de Atores que existe desde 2001 e, até agora, tem sido determinante no que diz respeito à formação de novos atores que têm surgido no meio artístico português nos últimos anos, e, recentemente, trabalhou como diretora de casting na longa-metragem "Os Gatos Não Têm Vertigens" que foi realizada pelo seu pai. Esta entrevista foi feita no passado dia 22 de Outubro.
M.L: Quando surgiu a oportunidade de ser diretora de casting?
P.V: Em 1989 quando estava a trabalhar numa produção Franco-Portuguesa
no guarda-roupa.
M.L: Como diretora de casting, trabalha, essencialmente, no audiovisual (Cinema,
Televisão e Publicidade). Qual destas áreas que mais gosta de trabalhar?
P.V: Em Cinema.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como diretora de casting?
P.V: Este último - “Os
Gatos Não Têm Vertigens”.
M.L: É filha do realizador António-Pedro Vasconcelos.
Como vê o percurso que o seu pai tem feito até agora?
P.V: Inspirador! Mas devia
filmar mais.
M.L: Foi diretora de casting da longa-metragem “Os Imortais” (2003) que foi realizada
pelo seu pai e contou com a participação de atores como Joaquim de Almeida,
Emmanuelle Seigner, Nicolau Breyner, Paula Mora, Rogério Samora, Joaquim
Nicolau e Rui Unas. Que recordações guarda desse trabalho?
P.V: Muito Boas. O (Roman)
Polanski (Marido de Emmanuelle Seigner)
a jantar em minha casa.
M.L: Como vê, atualmente, o audiovisual, em termos
gerais?
P.V: Com um futuro
incerto, por causa deste desgoverno.
M.L: Em 2014, celebra 25 anos de carreira, desde que
começou como diretora de casting em
1989. Que balanço faz destes 25 anos?
P.V: Super-positivo. Sou
uma privilegiada.
M.L: Além de ser diretora de casting, também é cantora. Em qual destas funções em que se sente
melhor?
P.V: Ambas! Não me imagino
a fazer só uma.
M.L: É co-fundadora da ACT-Escola de Atores que existe
desde 2001. Como vê o percurso que a ACT tem feito desde a sua fundação até
agora?
P.V: Um maravilhoso
percurso sem subsídios! Uma Escola a Crescer!
M.L: Em 2011, estreou-se na realização com o
documentário “O Meu Raul”, na qual era dedicado ao falecido ator Raul Solnado.
Gostava de, um dia, repetir a experiência no que a realização diz respeito?
P.V: Claro que sim!
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira no meio artístico?
P.V: Perseverança! Não baixar os braços! Insistir e Estudar!
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
P.V: O Meu Programa de TV!ML
sábado, 8 de novembro de 2014
Mário Lisboa entrevista... Pedro Lima
Estreou-se na representação em 1997 com a telenovela "A Grande Aposta" (RTP), e desde aí tornou-se num dos mais conceituados e acarinhados atores em Portugal, com um percurso que passa, essencialmente, pelo teatro e pela televisão (onde entrou em produções como "Terra Mãe" (RTP), "Os Lobos" (RTP), "Todo o Tempo do Mundo" (TVI), "Ajuste de Contas" (RTP), "Olhos de Água" (TVI), "O Último Beijo" (TVI), "Ninguém como Tu" (TVI), "Fala-me de Amor" (TVI), "Ilha dos Amores" (TVI), "A Outra" (TVI), "Sentimentos" (TVI), "Espírito Indomável" (TVI), "O Dom" (TVI), "Doce Tentação" (TVI) e "Destinos Cruzados" (TVI). Recentemente, participou nas peças "Negócio Fechado" de David Mamet e "A Noite" de José Saramago e na telenovela "O Beijo do Escorpião" que esteve em exibição na TVI. Esta entrevista foi feita no passado dia 17 de Maio no Teatro Rivoli no Porto.
M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
P.L: Na adolescência. Eu
frequentava muito cinema, era um dos meus principais territórios de
entretenimento, o meu pai era amigo do dono dos Cinemas Quarteto em Lisboa
(Pedro Bandeira Freire), portanto eu não pagava o bilhete para entrar. Por
outro lado, também tinha familiares jornalistas e os jornalistas também tinham
desconto nos cinemas e eu só pagava um preço simbólico para entrar no cinema. Portanto,
durante a minha infância e no início da minha adolescência, frequentei cinema
com muita assiduidade e acabei por ter contacto com algumas personagens
representadas por atores que são as minhas grandes referências.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto ator?
P.L: Todo o percurso de
vida que tive e que me inspira, mas no que diz respeito a referências de outros
atores, para mim a maior referência é a Meryl Streep, porque é uma atriz que representa
todos os géneros com uma qualidade que é mágica, é muito difícil alcançar o
nível de excelência que ela atinge, mas esta foi uma conclusão que eu só
cheguei há menos tempo, porque tenho mais experiência como ator e cada vez
sinto que a minha leitura do trabalho dos outros é mais válida e mais completa.
Mas, durante muitos anos, as minhas grandes referências sempre foram aqueles atores
mais clássicos como o (Robert) DeNiro, o Al Pacino, o Marlon Brando, o Jack
Nicholson...
M.L: Faz, essencialmente, teatro e televisão. Gostava
de trabalhar mais em cinema?
P.L: Sinceramente, eu gostava
de trabalhar mais em cinema, mas também gostava que em Portugal se fizesse um
cinema que viajasse mais, que interessasse a muitos espectadores, que
refletisse sobre questões universais, que entusiasmasse, emocionasse e inspirasse
as pessoas e que permitia ser visto aqui, na Ásia, nos EUA ou em qualquer parte
do Mundo. Esse é um tipo de cinema que me interessa, mas em Portugal produz-se
tão pouco e quando se produz não têm muito essa preocupação de fazer produtos
que sejam universais e gostaria que isso acontecesse com mais frequência e que
se contasse mais histórias.
M.L: Qual foi o trabalho que mais o marcou, até agora,
durante o seu percurso como ator?
P.L: Eu acho que os
trabalhos mais recentes acabam por ser o que mais nos marcam como atores, a não
ser que nós tenhamos a oportunidade de fazer um trabalho que seja importante e
que seja falado hoje ou daqui a 10, 100 anos, e isso eu não fiz e não sei se
alguma vez terei a oportunidade de fazer alguma coisa que tenha esse tipo de
características. Portanto, eu seleciono alguns trabalhos mais recentes e em
2013 fui um dos protagonistas da peça “Negócio Fechado” (“Glengarry Glen Ross”)
de David Mamet, produzida pela Companhia de Teatro de Almada e dirigida por
Rodrigo Francisco e nesse trabalho fui obrigado a viajar para novas zonas de
representação, ter um caminho de descoberta e procura de outras zonas da minha
personalidade que ainda não conhecia e foi o trabalho que me marcou mais nestes
últimos tempos.
M.L: Em 2009, protagonizou a longa-metragem
“Contrato”, que marcou a estreia de Nicolau Breyner como realizador de cinema,
na qual interpretou a personagem Peter McShade. Que recordações guarda desse trabalho?
P.L: Guardo as recordações de ter a oportunidade de
trabalhar com os melhores profissionais nas diferentes áreas do cinema em
Portugal. O Nicolau Breyner é um grande artista, é uma pessoa com muita
criatividade, com muita qualidade, com muito mundo e com uma capacidade enorme de
agregar bons profissionais que são dos melhores que há em Portugal. Trabalhamos
com condições de orçamento muito apertadas e isso fez com que a participação de
todos os intervenientes fosse muito apaixonada, porque ninguém estava ali pelo
dinheiro, estávamos ali pelo cinema, de querer contar a história, para estarmos
bem e trabalharmos em conjunto com os outros para produzirmos o melhor filme
possível.
M.L:
Como vê, atualmente, o teatro e a ficção nacional?
P.L: São universos muito diferentes. Cada um com as
suas
particularidades.
O teatro está a viver uma fase difícil. A produção de
uma peça é sempre um risco, porque é muito difícil recuperar aquilo que foi o
investimento. Quando se faz uma peça, tem que se pagar a sala, aos seus
funcionários, os direitos de autor, aos atores, ao encenador, aos técnicos,
etc. Tudo isto envolve um grande investimento e são raras as peças que através
da bilheteira possam pagar esse investimento.
A ficção nacional está cada vez melhor, embora nós
tenhamos um mercado pequeno que ainda por cima é dividido por três canais
generalistas (RTP, SIC e TVI) que estão a apostar na ficção com o meio de
conquistar e manter audiências e isso são boas notícias para os autores, para os
atores, para os realizadores, para os técnicos e para todas as pessoas que têm
a sua vida profissional ligada à produção de ficção.
M.L: Em 2014, celebra 17 anos de carreira, desde que
se estreou como ator com a telenovela “A Grande Aposta” da RTP em 1997. Que
balanço faz destes 17 anos?
P.L: É um balanço de
grande sorte e de agradecimento por todas as oportunidades que a vida me tem
oferecido para fazer profissionalmente aquilo que mais gosto. Eu sinto que
tenho cada vez mais recursos como ator para responder aos desafios que me são
colocados.
M.L: Como lida com o público que acompanha sua
carreira há vários anos?
P.L: Com naturalidade e
simpatia. Não posso dizer que seja uma pessoa muito assediada, mas sabe-me bem
ser abordado por pessoas que gostam, seguem e vibram com o meu trabalho e
receber essa energia que vêm dessas pessoas.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
P.L: Não dou conselhos a
ninguém. Eu acho que as pessoas devem descobrir o seu próprio caminho e se eu
voltasse a fazer tudo do princípio talvez tivesse investido um bocadinho mais
no futuro, ter um suporte teórico da minha profissão, gostaria de ter tido essa
retaguarda de preparação académica, mas não foi assim, fui aprendendo com a
profissão, só que eu acho que nós aprendemos muito ao observar os outros e
tenho tido o privilégio de trabalhar com os melhores atores portugueses.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
P.L: Nunca pensei nisso. Talvez trabalhar fora, de
conseguir representar noutra língua em produções mais ambiciosas.ML
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
"40 e Então?" no Teatro Sá da Bandeira até 9 de Novembro
O "Mário Lisboa entrevista..." têm o prazer de apoiar a peça "40 e Então?" que é encenada por Sónia Aragão, protagonizada por Maria Henrique, Ana Brito e Cunha e Fernanda Serrano (http://mlisboaentrevista.blogspot.pt/2014/10/mario-lisboa-entrevista-fernanda-serrano.html) e está em cena no Teatro Sá da Bandeira no Porto até ao próximo dia 9 de Novembro, na qual é a sucessora da bem-sucedida peça "Confissões das Mulheres de 30" que foi protagonizada pelo trio.
"40 e Então?" é uma peça cheia de histórias comoventes e divertidas, histórias de afetos, novas e antigas que os anos fazem viver de forma diferente. São histórias contadas por outras mulheres, com vivências únicas, a quem a idade não assusta ou, se calhar, assusta e muito.
Em "40 e Então?" a vida é assumida sem tabus ou adoçante. A idade é um posto e as atrizes dão voz a textos seus e a autoras como Ana Bola, Helena Sacadura Cabral, Silvia Baptista, Inês Maria Meneses, Rita Ferro, Rute Gil e, sobretudo, a todas as mulheres que já estiveram, estão ou vão entrar na década da ternura.
https://www.youtube.com/watch?v=8LPayYHhP1U
Mário Lisboa
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Mário Lisboa entrevista... Isabel Scisci
Desde muito cedo que se interessou pela representação, tendo-se estreado como atriz profissional em 1985, e desde aí tem desenvolvido um percurso que passa, essencialmente, pelo teatro. É co-autora da peça "As Encalhadas" que estreou pela primeira vez em Setembro de 2000 e está em digressão desde aí, na qual teve uma versão portuguesa protagonizada por Helena Isabel, Maria João Abreu e Rita Salema, dirigiu o extinto Teatro Paulista em São Paulo entre 1993 e 1996, e, atualmente, está no processo de escrever um livro. Esta entrevista foi feita no passado dia 13 de Outubro.
M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
I.S: Acho que a primeira vez que pensei em ser atriz foi
quando tinha 5 anos de idade... Eu decorei uma poesia de duas páginas para uma
apresentação na escola... Eu tinha uns cachinhos e um jeito que conquistou a
plateia... A poesia chamava "As Faladeiras"... Eu falava mal de todo Mundo
e, no final, fazia o sinal da cruz e dizia: "Ainda bem que não sou
fofoqueira"... As pessoas aplaudiram-me de pé... E juro que lembro de ter
pensado que gostaria de fazer isso na vida... Depois comecei a fazer
apresentações com bonecos em minha casa. Eu convocava todos os vizinhos para
assistir... E continuei-me apresentando nas escolas... Escrevia, dirigia e
interpretava os meus próprios textos...
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
I.S: Eu não tenho nenhuma influência direta que
conscientemente tenha-me inspirado... Claro que admiro o trabalho de muitas
atrizes... Mas ninguém que eu possa citar... A minha preocupação sempre foi com
a mensagem que passaria no palco. Fiz também espetáculos experimentais.
"As Encalhadas" foi a minha primeira comédia... E me animei em atuar porque
iria escrever o texto... A ideia era provocar gargalhadas, mas falar de um
assunto sério, a solidão... Acho que eu e a Miriam Palma (a outra autora e
também atriz na peça) atingimos o objetivo... Muitas mulheres no final do
espetáculo nos procuravam no camarim e diziam que haviam dado muitas risadas,
mas que o pior é que era tudo verdade... Então as pessoas saíam da peça tendo a
possibilidade de refletir sobre o assunto.
M.L: Faz, essencialmente, teatro. Gostava de trabalhar
mais no audiovisual (Cinema e Televisão)?
I.S: Eu fiz algumas participações especiais em Cinema e Televisão,
mas o meu objetivo sempre foi o Teatro... E já dirigi um teatro em São Paulo
com duas salas de espetáculos e um restaurante de comida japonesa no saguão... Lá
havia não só espetáculos de Teatro, Música e Dança, mas também desfiles de Moda
e Eventos especiais... Virou um cult
em São Paulo. Agora estou vivendo numa ilha e o meu objetivo é criar um espaço
semelhante. Aqui ainda não tem nem Teatro, nem Cinema... E isso faz-me muita
falta...
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
I.S: Eu gosto de todos os trabalhos que fiz... De uma forma
ou de outra deixaram a sua marca... Mas na peça "As Larvas" eu
arrastava-me pelo palco numa piscina com água gelada... Tinha que ter muito
preparo físico... Eu e mais duas atrizes nos transformávamos... A peça começava
com as três viradas de ponta cabeça. Enquanto o público entrava no teatro nós
tínhamos que ir baixando, de forma impercetível, até ficarmos agachadas... Era
quando começava a peça... O cenário, além da piscina, era um cavalo empalhado
de ponta cabeça e um visual incrível criado pelo jogo de luzes... A nossa voz,
a expressão corporal... Tudo era inusitado... A minha própria mãe disse que não
havia-me reconhecido no palco...
M.L: É co-autora da peça “As Encalhadas” que estreou
pela primeira vez em Setembro de 2000 e está em digressão desde aí, na qual
teve uma versão portuguesa. Como é que surgiu a ideia de escrever esta peça?
I.S: Eu e a Miriam estávamos desempregadas. E como tínhamos
experiência em produzir espetáculos decidimos montar uma comédia. Só que
queríamos uma comédia que também fizesse pensar, que não fosse apenas um
espetáculo para se dar risadas... Começamos a pesquisar e não encontrávamos
nenhum texto que nos seduzisse... Pensamos em encomendar uma peça para uma
autora de teatro que estava despontando naquela época com uma comédia
inteligente... Mas resolvemos encarar o desafio de escrever a quatro mãos, o
que não é nada fácil... Na época eu havia mudado para um apartamento sozinha e
estava vivenciando a experiência da solidão... Foi quando surgiu a ideia de
escrever sobre esse tema...
M.L: Já alguma vez imaginou que “As Encalhadas”
tivesse a longevidade que tem atualmente?
I.S: Quando a Bibi Ferreira estava ensaiando com a gente...
Ela foi a diretora da peça... Disse que tinha a certeza que a peça seria um
sucesso... A Bibi é super-respeitada no Brasil pelos seus trabalhos como atriz,
cantora e diretora e a opinião dela sempre foi muito importante... Ficamos
entusiasmadas, mas nem na melhor das hipóteses eu sonhava com um período tão
grande de apresentações... Surgiu até o fan
club de “As Encalhadas”, com mulheres que haviam assistido várias vezes ao
espetáculo... A peça fazia sucesso até com as crianças, mesmo não sendo o nosso
público-alvo... Uma menina de 10 anos chegou assistir mais de dez vezes... Ela
sabia todas as músicas de cor...
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e o audiovisual
(Cinema e Televisão) no Brasil?
I.S: Tanto o Teatro como o Cinema precisam de muitos
incentivos para conseguir viabilizar os seus projetos... Fazer arte no Brasil
não é nada fácil... Um espetáculo para ser colocado em cartaz precisa necessariamente
de patrocínio... A sala de espetáculos é cara para se alugar, o preço da
divulgação e da produção de cenários e figurinos também... Então o que se vê
são peças de poucos atores e investimento mínimo na produção, com raras
exceções... O público também acaba por ir aos espetáculos em que se apresentam
os atores televisivos, de maneira geral... As novelas ainda têm uma grande
aceitação, mas acredito que a sua fórmula já esteja bastante desgastada...
M.L: Em 2015, celebra 30 anos de carreira, desde que
se estreou como atriz profissional em 1985. Que balanço faz destes 30 anos?
I.S: Eu não faço nenhum balanço... Procuro viver o momento e
pensar nos projetos futuros... Estou empenhada atualmente em conseguir
construir um Centro Cultural em Ilhabela... E também escrevendo um livro... Mas
quando olho para trás fico contente por ter-me dedicado à Cultura com paixão em
todos esses anos...
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
I.S: O conselho para quem quer seguir a profissão é estudar
muito... E não se limitar, procurar ter experiências em todos os campos...
Escrever, atuar, dirigir... E também se embrenhar na produção dos próprios
projetos...
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
I.S: Agora a minha preocupação maior está sendo no meu desenvolvimento
espiritual... Estou vivendo um tempo de uma viagem mais interior... Acho que
tem muito a ver com o processo de escrever esse livro... E gostaria muito de
poder publicá-lo e estreitar esse contacto com o mundo da Literatura.ML
domingo, 26 de outubro de 2014
Mário Lisboa entrevista... Carla Maia de Almeida
Natural de Matosinhos, desde muito cedo que se interessou pela escrita, e tem desenvolvido um percurso como escritora que passa, essencialmente, pela literatura infantil. Além da escrita, também é jornalista, e em 2013 estreou-se na literatura juvenil com "Irmão Lobo" que conta a história de uma família obrigada a mudar de vida e também de uma viagem por um país que se desmorona e foi geralmente bem-recebido na altura do seu lançamento. Esta entrevista foi feita no passado dia 7 de Outubro.
Fotografia: Paulo Sousa Coelho
M.L: Quando surgiu o interesse pela escrita?
C.M.D.A: O interesse pela
escrita dos outros surgiu muito cedo, desde a altura em que comecei a ler,
antes da escola. E nunca mais parou, claro. Demorei muito tempo até considerar
que poderia contar as minhas próprias histórias, feitas de histórias dos outros
e do que me foi dado viver. Comigo, tudo tende a acontecer
D-E-M-O-R-A-D-A-M-E-N-T-E. Gosto disso.
M.L: Quais são as suas influências nesta área?
C.M.D.A: Não sei,
sinceramente... Incorporo tudo aquilo que leio e que me toca, independentemente
de ser escrito «para crianças» ou não. Incorporo tudo o que vivo, sinto, ouço,
vejo e lembro, acima de tudo. Depois, quando escrevo, só quero esquecer-me de
quem sou e deixar que o inconsciente procure o que tem de procurar. Esse é
sempre o primeiro impulso para começar a escrever. Depois, vem a parte mais
racional e técnica, imprescindível, em que tento mandar o Superego às urtigas.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como escritora?
C.M.D.A: Claramente, o meu
sexto e último livro: “Irmão Lobo”,
tão bem ilustrado pelo António Jorge Gonçalves (Planeta Tangerina, 2013). Vivi
mais de um ano com ele na cabeça e depois escrevi-o durante um Verão duríssimo,
em que me só apetecia estar na praia... Mas sabia que o tinha de escrever,
porque senão desaparecia. Não é um livro para crianças. É para adolescentes e
adultos, acho eu. Algumas crianças têm gostado, dizem-me, mas eu acho um bocado
violento. Elas lá sabem.
M.L: Além da escrita, também é jornalista. Em qual
destas funções em que se sente melhor?
C.M.D.A: Raramente me
sinto jornalista, até porque já se faz pouco jornalismo. Eu escolhi o «jornalismo
cultural», que é de todos o menos valorizado, ainda por cima. De qualquer modo,
nunca gostei do frisson jornalístico: a pressão do tempo, a confusão das
redações, os cafés no corredor e as tricas, ter de fazer trabalhos sem
interesse algum, receber ordens «superioras»... Não gosto disso e nunca me
adaptei; tenho uma má relação com a autoridade. Na escola secundária, escolhi
jornalismo porque tive uma professora com muita pinta, jornalista da TSF, que
me disse que eu tinha uma «escrita desenvolta». E também porque era um bocado
bicho-do-mato e, inconscientemente, sabia que me iria fazer bem cair no meio da
arena e ter de me desenvencilhar. Melhor e pior, assim o fiz.
M.L: Como vê, atualmente, a Cultura em Portugal?
C.M.D.A: A Cultura em
Portugal, atualmente. Portugal, atualmente, a Cultura. Atualmente, Portugal e a
Cultura. Por muitas voltas que se dê, andamos sempre às voltas. A Cultura não
interessa ao poder político e financeiro, a não ser quando lhes toca a receber
louros. À parte disso, há sempre gente que não se conforma e tenta fazer
qualquer coisa que saia da alma. É o que nos vale. A resistência à pequenez de
meia dúzia de insurretos.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na área da escrita?
C.M.D.A: A escrita não é
uma carreira. Nem sei bem o que é. Uma forma de arte? Uma escolha? Uma espécie
de maldição em que não escrever é que é ter alta (parafraseando Fernando
Pessoa)? Enfim, eu diria que primeiro é preciso ler muito, ler os mestres.
Depois, procurar uma voz, abeirar-se da sua alma, debruçar-se na escuridão
interior. Arriscar, tentar, falhar, recomeçar, pôr-se sempre em causa. Não
saltar etapas. Não ligar muito a críticas nem a elogios. Ser coerente. Não
esperar nada e dar tudo. É mais ou menos como estar-se apaixonado. Às vezes,
lixamo-nos. Ninguém disse que ia ser fácil.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como escritora?
C.M.D.A: Positivo.
Evolutivo. Grato.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
C.M.D.A: Ainda este ano,
vai sair uma biografia da Ana de Castro Osório ilustrada pela Marta Monteiro,
na editora Pato Lógico. Estou a escrever um novo picture book para a
Caminho, após dois anos de ausência por razões editoriais. E assim que o
acabar, vou escrever o sucessor do “Irmão
Lobo”, que está já a ferver na minha cabeça e a pedir para ser escrito. Vamos
lá ver como me saio.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
C.M.D.A:
Gostava de ganhar dinheiro suficiente para comprar uma casa de madeira na ilha
Sul da Nova Zelândia e passar lá metade do ano. A escrever e a tosquiar
ovelhas.MLFotografia: Paulo Sousa Coelho
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Mário Lisboa entrevista... Carla Maciel
Natural do Porto, estreou-se na representação em 1992, e desde aí tem desenvolvido um excecional percurso como atriz que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "Ajuste de Contas" (RTP), "A Senhora das Águas" (RTP), "Lusitana Paixão" (RTP), "O Teu Olhar" (TVI), "Baía das Mulheres" (TVI), "Fala-me de Amor" (TVI), "Resistirei" (SIC), "Laços de Sangue" (SIC), "Os Nossos Dias" (RTP) e "Mulheres de Abril" (RTP). Atualmente, é co-protagonista da peça "Albertine-O Continente Celeste" que é escrita e encenada pelo seu marido Gonçalo Waddington e está em cena no Teatro São Luiz até ao próximo dia 18 de Outubro. Esta entrevista foi feita no passado dia 2 de Outubro no Teatro Carlos Alberto no Porto.
M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
C.M: Surgiu naturalmente. O
meu pai era uma pessoa que gostava de música e eu fui acompanhando mais ou
menos o gosto dele e iniciei-me primeiro na música e depois surgiu a
representação.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
C.M: Tenho muitas
consoante o trabalho que estou a fazer.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
C.M: É um bocadinho
complicado, porque tem fases. Eu faço teatro desde os 17 anos e foram muito
boas as peças que eu fiz. Para mim, todos os trabalhos são importantes.
M.L: Entre 2007 e 2008, participou na telenovela
“Resistirei” que foi exibida na SIC, na qual interpretou a personagem Marta
Tavares. Que recordações guarda desse trabalho?
C.M: Foi uma personagem
forte, porque perde um filho e na altura eu já era mãe, portanto vivi a
personagem de outra forma. Houve uma equipa boa e bastante empenhada no
trabalho. Fiquei com pena da novela não ter passado integralmente, mas eu tenho
tido muita sorte no que diz respeito à televisão, porque têm-me dado
personagens muito interessantes para interpretar, com percursos oscilantes a
nível emocional e para uma atriz é fantástico.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção nacional?
C.M: A crise não é só no
teatro ou na televisão. É geral, mas ainda assim se continua a fazer boa
ficção, bom teatro, apesar de estarmos a viver num momento de crise, de haver
pouco dinheiro para a Cultura, e continuamos a evoluir e a crescer como artistas
e isso é bom.
M.L: Em 2014, celebra 22 anos de carreira, desde que
se estreou como atriz em 1992. Que balanço faz destes 22 anos?
C.M: Bons. Não foram
fáceis. Viver-se disto e querer ter uma família, com filhos… Não é um mar de
rosas, mas eu adoro aquilo que faço, tenho o privilégio de fazer aquilo que
gosto e mesmo nos momentos em que nos sentimos pior, com menos trabalho, com
mais angústias, o balanço é sempre positivo e sempre a tirar algo de positivo.
M.L: Como lida com o público que acompanha sua
carreira há vários anos?
C.M: Lido bem. Tenho uma
página de fãs no Facebook e gosto de sentir que o público me acarinha, que
gosta do meu trabalho e para mim isso é uma mais-valia, mais do que tudo na
vida. É o que nos faz sorrir e continuar.
M.L: Vive em Lisboa, mas é natural do Porto. Gostava
de, um dia, regressar ao Porto no que diz respeito a viver cá permanentemente,
quando tiver uma certa idade?
C.M: Já não tenho essa
ambição. Eu gosto muito do Porto, gosto de visitar a minha família, gosto de
estar aqui a trabalhar, mas agora a minha vida é em Lisboa. Não quer dizer que
não venha, as pessoas mudam de ideias, mas neste momento não faz parte dos meus
planos vir para cá.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
C.M: Persistência e
sobretudo muita humildade.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
C.M: Viajar mais.ML
Mário Lisboa entrevista... Maria Clara Mattos
Desde muito cedo que se interessou pela representação e tem desenvolvido um percurso como atriz que passa, essencialmente, pelo teatro e pela televisão (onde entrou em produções como "Xica da Silva" (TV Manchete), "O Beijo do Vampiro" (TV Globo), "Começar de Novo" (TV Globo), "Escrito nas Estrelas" (TV Globo) e "Amor Eterno Amor" (TV Globo). Além da representação, também é escritora, e, recentemente, estreou-se na literatura com "O Céu Pode Esperar Mais um Pouquinho" que até agora tem sido geralmente bem-recebido. Esta entrevista foi feita no passado dia 1 de Setembro.
M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
M.C.M: Acho que foi por
volta dos 8 anos, quando eu quis fazer um teste para o programa de TV “Sítio do
Picapau Amarelo” (TV Globo), mas a minha mãe não deixou. E, aos 14, 15 anos, bati
o pé e entrei para um curso de teatro.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
M.C.M: Cada personagem
pede uma coisa. Às vezes inspiro-me em pessoas que conheço, às vezes em alguém
que vi na rua, mas a partir de um determinado ponto da criação, na própria personagem,
mesmo.
M.L: Faz, essencialmente, teatro e televisão. Gostava
de, um dia, trabalhar em cinema?
M.C.M: Sim!
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
M.C.M: Nunca sei responder
a essa pergunta. Cada trabalho tem a sua peculiaridade, e a gente guarda um
carinho especial por cada personagem. Acho que a Paulina de “Xica da Silva” (TV
Manchete) foi um momento importante na minha carreira, porque foi a primeira personagem
“de verdade” que fiz numa novela. Foi a minha primeira vez com textos grandes para
decorar, muitas cenas por dia para gravar… E tem a Isaura que foi a minha
estreia na (TV) Globo e uma personagem mais que deliciosa de fazer. Mas não
posso deixar para trás a Leninha (“Escrito nas Estrelas” (TV Globo), a Regina
(“Amor Eterno Amor” (TV Globo), a Simone (“Começar de Novo” (TV Globo)…
M.L: Entre 2002 e 2003, participou na telenovela “O
Beijo do Vampiro” que foi exibida na TV Globo, na qual interpretou a personagem
Isaura. Que recordações guarda desse trabalho?
M.C.M: As melhores
possíveis! A personagem começou pequenininha, eu fui me divertindo, os autores
foram gostando e acabei virando vampira! Tive muita sorte com os guionistas que
escreveram para mim, escritores atentos, parceiros. Isso é muito importante
quando a gente está na frente das câmaras.
M.L: Além da representação, também é escritora. Em
qual destas funções em que se sente melhor?
M.C.M: Na que eu estiver desempenhando no momento. Eu amo estar num set de gravação e amo estar atrás da
tela do computador inventando histórias. Cada vez que estou numa dessas
posições, penso: é isso! Mas hoje em dia vejo-me mais como escritora do que atriz.
Escrevendo interpreto muito mais personagens de uma vez só. Sempre digo, sou
gulosa.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e o audiovisual
(Cinema e Televisão) no Brasil?
M.C.M: Acho que a TV está
buscando caminhos novos, venho fazendo parte disso, escrevendo para TV por
cabo, criando programas diferentes, séries, formatos novos. No caso do Cinema,
acho que ainda vivemos uma divisão muito grande entre o que é entretenimento e
o que é autoral. Particularmente, acho essa divisão ruim. Para mim o que
importa é a qualidade. Pode ser ótimo entretenimento e péssimo autoral e vice-versa.
E acho que deve ter espaço pra tudo. Sou a favor de entretenimento de grande
qualidade. (Fiodor) Dostoievski é isso. Victor Hugo é isso. (Honoré de) Balzac é isso. E
todos eles são extremamente autorais.
M.L: Recentemente, estreou-se na literatura com “O Céu
Pode Esperar Mais um Pouquinho”. Como é que surgiu a ideia de escrever este
livro?
M.C.M: Primeiro veio-me a
imagem do protagonista na situação em que ele apresenta-se na primeira frase do
livro: “Hoje eu levei um tiro”. Daí para frente deixei-o falar. E ele foi
falando, falando…
M.L: Como tem sido a reação do público a este livro
até agora?
M.C.M: Bem legal. Tive uma resenha bem positiva no jornal O Globo, o livro foi para
segunda edição, foi indicado ao Prémio Açorianos de Literatura, na categoria
Romance… acho que estamos indo bem.
M.L: “O Céu Pode Esperar Mais um Pouquinho” tem uma
ligação muito forte com a cultura pop.
Como vê, hoje em dia, essa cultura pop,
tendo em conta que pertence a uma geração que cresceu com ela, nomeadamente nos
anos 80?
M.C.M: Não pensei em fazer
um livro de pegada pop nem imaginei
isso como uma bandeira. O protagonista é carregado dessas referências, é como
ele atravessa o Mundo e é atravessado por ele. Só isso. Não sei se paro muito para
pensar nessas coisas. Nem quando estava vivendo a minha juventude nos
fosforescentes anos 80.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
M.C.M: Não entre! Hahaha. Não
sei. Não sou boa de conselhos, acho as escolhas sempre muito pessoais. O que
acho realmente importante é entender onde você está pisando, para ter a
oportunidade de construir uma carreira mais prazerosa e próxima do desejo. Também
acho fundamental ir fazendo balanços de vez em quando, estar sempre testando os
próprios caminhos e tentando ser mais dono deles, para não se flagrar em algum
momento achando que é mais refém do que condutor das próprias escolhas.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como atriz?
M.C.M: Acho que fiz coisas
legais, realizei uma parte do meu sonho, mas como a vida não pára - até à hora
que acaba -, o caminho está sempre aberto para novas experiências e
oportunidades.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
M.C.M: Faço parte da
equipa de guionistas do programa “Tapas & Beijos”, na TV Globo, que fica no
ar até meados de 2015. E estou finalizando um segundo romance, espero que para o
ano que vem.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
M.C.M: Cantar. Acho lindo quem
sobe num palco e canta para uma multidão de pessoas.ML
Fotografia: Eduardo Alonso
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
"Albertine-O Continente Celeste" no Teatro São Luiz entre 10 e 18 de Outubro
"Albertine-O Continente Celeste" é uma criação com texto original de Gonçalo Waddington tendo como ponto de partida a obra "Em Busca do Tempo Perdido" de Marcel Proust e os trabalhos de alguns dos mais destacados físicos teóricos e cosmólogos dos nossos dias, como Stephen Hawking, Lee Smolin, Sean Carroll, Carlo Rovelli e Pedro G. Ferreira.
O intuito de Gonçalo Waddington ao abordar estas obras fundamentais da arte e da ciência é o de refletir sobre a memória e o tempo. A memória como ferramenta para compreender o passado, mas também a memória imaginada, propositadamente ou não, reconstrutora daquilo que julgamos ter sido e, consequentemente, re-inventora do nosso eu. O tempo, aqui, como origem da vida no universo. Ou melhor, como a origem do próprio Universo. Uma busca interior versus uma busca exterior. Proust busca a essência. Os outros, a origem."
Mário Lisboa
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Mário Lisboa entrevista... Fernanda Serrano
Estreou-se na representação com a longa-metragem espanhola "Muere, Mi Vida" (1996), e desde aí tornou-se numa das atrizes mais brilhantes e acarinhadas pelo público português nos últimos 20 anos, com um percurso que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "A Grande Aposta" (RTP), "Os Lobos" (RTP), "Jornalistas" (SIC), "Jardins Proibidos" (TVI), "Filha do Mar" (TVI), "Amanhecer" (TVI), "Queridas Feras" (TVI), "Dei-te Quase Tudo" (TVI), "Tu e Eu" (TVI), "Sedução" (TVI), "Louco Amor" (TVI) e "Mundo ao Contrário" (TVI). Recentemente, participou na longa-metragem "Os Gatos Não Têm Vertigens" de António-Pedro Vasconcelos, e, atualmente, participa na telenovela "Mulheres" que está em exibição na TVI e partilha com Maria Henrique e Ana Brito e Cunha o protagonismo da peça "40 e Então?" que está em digressão, na qual é a sucessora da peça "Confissões das Mulheres de 30" que foi protagonizada pelo trio. Esta entrevista foi feita no passado dia 6 de Outubro.
M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
F.S: Em 1995, quando fiz o
meu 1º filme em Espanha, "Muere, Mi Vida" (1996) de Mar Targarona.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
F.S: Definitivamente a atriz Cate
Blanchett faz parte das minhas maiores e melhores referências; a nível nacional a extraordinária Luísa Cruz!!!
M.L: Faz teatro, cinema e televisão. Qual destes
géneros que mais gosta de fazer?
F.S: Todos, mas não ao mesmo tempo. Já
fiz e apesar de ser um bom mas difícil exercício, não nos deixa desfrutar do
trabalho em si. Do projeto. São registos tão diferenciados, que não se torna
eficaz emocionalmente.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
F.S: A novela "Amanhecer" (TVI),
foi a que mais gostei, pela personagem em si.
M.L: Entre 1997 e 1998, participou na telenovela “A
Grande Aposta” que foi exibida na RTP e marcou a sua estreia na ficção
televisiva, na qual interpretou a personagem Carlota Costa. Que recordações
guarda desse trabalho?
F.S: As melhores, pelo excelente elenco,
história e, obviamente, por ter sido a primeira novela que fiz.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção
nacional?
F.S: Vejo tudo muito pouco acompanhado,
pouco acarinhado e respeitado, não pelo público, que é o nosso motor e é
extremoso, mas pelas direções de estação e sobretudo pelo Estado.
M.L: Como lida com o público que acompanha sua
carreira há vários anos?
F.S: Da melhor e mais saudável forma
possível. Dou muito, mas recebo muito mais. Só posso e devo agradecer muito
tanta dedicação e carinho.
M.L: Atualmente, co-protagoniza a peça “40 e Então?”
que está em digressão, na qual é a sucessora da peça “Confissões das Mulheres
de 30”. Como está a correr este trabalho?
F.S: Muitíssimo bem. É a continuação de
um trabalho sério, profissional e de dedicação extrema. Temos muito amor e
carinho dedicados a este projeto e entre nós todas.
M.L: Partilha o protagonismo de “40 e Então?” com
Maria Henrique e Ana Brito e Cunha, tal como aconteceu em “Confissões das
Mulheres de 30”. Como é trabalhar com ambas?
F.S: O melhor do Mundo. Um
luxo.
M.L: Como tem sido a reação do público a esta peça até
agora?
F.S: Fantástica. Salas cheias e cheias de
entusiasmo.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
F.S: Que pense que não é pêra doce, que
só com muito trabalho, esforço, seriedade, dedicação e brio, se chega a algum
lado.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como atriz?
F.S: Parece-me que tenho feito uma muito
boa gestão de tudo, dos projetos escolhidos, do inerente processo de desgaste,
da diferenciação das personagens, o que aparenta ser fácil, mas não é. Estar em
antena durante 20 anos e manter o segmento, é fruto de gestão apertada.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
F.S: A seu tempo se
saberão. Agora
tenho a digressão desta peça a decorrer, a novela da TVI "Mulheres"
no ar, e em exibição nas salas de cinema, um maravilhoso filme do António-Pedro
Vasconcelos, "Os Gatos Não Têm Vertigens", tudo projetos de enorme e
reconhecido sucesso. Penso que não me posso queixar, verdade?
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
F.S: Cantar e
dançar maravilhosamente!!! Mas descobri entretanto que não tenho a menor
vocação para isso, portanto desisto!!!ML
Subscrever:
Mensagens (Atom)