Entrevista com... Isabel Scisci (Atriz)
domingo, 26 de outubro de 2014
Mário Lisboa entrevista... Carla Maia de Almeida

M.L: Quando surgiu o interesse pela escrita?
C.M.D.A: O interesse pela
escrita dos outros surgiu muito cedo, desde a altura em que comecei a ler,
antes da escola. E nunca mais parou, claro. Demorei muito tempo até considerar
que poderia contar as minhas próprias histórias, feitas de histórias dos outros
e do que me foi dado viver. Comigo, tudo tende a acontecer
D-E-M-O-R-A-D-A-M-E-N-T-E. Gosto disso.
M.L: Quais são as suas influências nesta área?
C.M.D.A: Não sei,
sinceramente... Incorporo tudo aquilo que leio e que me toca, independentemente
de ser escrito «para crianças» ou não. Incorporo tudo o que vivo, sinto, ouço,
vejo e lembro, acima de tudo. Depois, quando escrevo, só quero esquecer-me de
quem sou e deixar que o inconsciente procure o que tem de procurar. Esse é
sempre o primeiro impulso para começar a escrever. Depois, vem a parte mais
racional e técnica, imprescindível, em que tento mandar o Superego às urtigas.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como escritora?
C.M.D.A: Claramente, o meu
sexto e último livro: “Irmão Lobo”,
tão bem ilustrado pelo António Jorge Gonçalves (Planeta Tangerina, 2013). Vivi
mais de um ano com ele na cabeça e depois escrevi-o durante um Verão duríssimo,
em que me só apetecia estar na praia... Mas sabia que o tinha de escrever,
porque senão desaparecia. Não é um livro para crianças. É para adolescentes e
adultos, acho eu. Algumas crianças têm gostado, dizem-me, mas eu acho um bocado
violento. Elas lá sabem.
M.L: Além da escrita, também é jornalista. Em qual
destas funções em que se sente melhor?
C.M.D.A: Raramente me
sinto jornalista, até porque já se faz pouco jornalismo. Eu escolhi o «jornalismo
cultural», que é de todos o menos valorizado, ainda por cima. De qualquer modo,
nunca gostei do frisson jornalístico: a pressão do tempo, a confusão das
redações, os cafés no corredor e as tricas, ter de fazer trabalhos sem
interesse algum, receber ordens «superioras»... Não gosto disso e nunca me
adaptei; tenho uma má relação com a autoridade. Na escola secundária, escolhi
jornalismo porque tive uma professora com muita pinta, jornalista da TSF, que
me disse que eu tinha uma «escrita desenvolta». E também porque era um bocado
bicho-do-mato e, inconscientemente, sabia que me iria fazer bem cair no meio da
arena e ter de me desenvencilhar. Melhor e pior, assim o fiz.
M.L: Como vê, atualmente, a Cultura em Portugal?
C.M.D.A: A Cultura em
Portugal, atualmente. Portugal, atualmente, a Cultura. Atualmente, Portugal e a
Cultura. Por muitas voltas que se dê, andamos sempre às voltas. A Cultura não
interessa ao poder político e financeiro, a não ser quando lhes toca a receber
louros. À parte disso, há sempre gente que não se conforma e tenta fazer
qualquer coisa que saia da alma. É o que nos vale. A resistência à pequenez de
meia dúzia de insurretos.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na área da escrita?
C.M.D.A: A escrita não é
uma carreira. Nem sei bem o que é. Uma forma de arte? Uma escolha? Uma espécie
de maldição em que não escrever é que é ter alta (parafraseando Fernando
Pessoa)? Enfim, eu diria que primeiro é preciso ler muito, ler os mestres.
Depois, procurar uma voz, abeirar-se da sua alma, debruçar-se na escuridão
interior. Arriscar, tentar, falhar, recomeçar, pôr-se sempre em causa. Não
saltar etapas. Não ligar muito a críticas nem a elogios. Ser coerente. Não
esperar nada e dar tudo. É mais ou menos como estar-se apaixonado. Às vezes,
lixamo-nos. Ninguém disse que ia ser fácil.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como escritora?
C.M.D.A: Positivo.
Evolutivo. Grato.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
C.M.D.A: Ainda este ano,
vai sair uma biografia da Ana de Castro Osório ilustrada pela Marta Monteiro,
na editora Pato Lógico. Estou a escrever um novo picture book para a
Caminho, após dois anos de ausência por razões editoriais. E assim que o
acabar, vou escrever o sucessor do “Irmão
Lobo”, que está já a ferver na minha cabeça e a pedir para ser escrito. Vamos
lá ver como me saio.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
C.M.D.A:
Gostava de ganhar dinheiro suficiente para comprar uma casa de madeira na ilha
Sul da Nova Zelândia e passar lá metade do ano. A escrever e a tosquiar
ovelhas.MLFotografia: Paulo Sousa Coelho
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Mário Lisboa entrevista... Carla Maciel

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
C.M: Surgiu naturalmente. O
meu pai era uma pessoa que gostava de música e eu fui acompanhando mais ou
menos o gosto dele e iniciei-me primeiro na música e depois surgiu a
representação.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
C.M: Tenho muitas
consoante o trabalho que estou a fazer.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
C.M: É um bocadinho
complicado, porque tem fases. Eu faço teatro desde os 17 anos e foram muito
boas as peças que eu fiz. Para mim, todos os trabalhos são importantes.
M.L: Entre 2007 e 2008, participou na telenovela
“Resistirei” que foi exibida na SIC, na qual interpretou a personagem Marta
Tavares. Que recordações guarda desse trabalho?
C.M: Foi uma personagem
forte, porque perde um filho e na altura eu já era mãe, portanto vivi a
personagem de outra forma. Houve uma equipa boa e bastante empenhada no
trabalho. Fiquei com pena da novela não ter passado integralmente, mas eu tenho
tido muita sorte no que diz respeito à televisão, porque têm-me dado
personagens muito interessantes para interpretar, com percursos oscilantes a
nível emocional e para uma atriz é fantástico.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção nacional?
C.M: A crise não é só no
teatro ou na televisão. É geral, mas ainda assim se continua a fazer boa
ficção, bom teatro, apesar de estarmos a viver num momento de crise, de haver
pouco dinheiro para a Cultura, e continuamos a evoluir e a crescer como artistas
e isso é bom.
M.L: Em 2014, celebra 22 anos de carreira, desde que
se estreou como atriz em 1992. Que balanço faz destes 22 anos?
C.M: Bons. Não foram
fáceis. Viver-se disto e querer ter uma família, com filhos… Não é um mar de
rosas, mas eu adoro aquilo que faço, tenho o privilégio de fazer aquilo que
gosto e mesmo nos momentos em que nos sentimos pior, com menos trabalho, com
mais angústias, o balanço é sempre positivo e sempre a tirar algo de positivo.
M.L: Como lida com o público que acompanha sua
carreira há vários anos?
C.M: Lido bem. Tenho uma
página de fãs no Facebook e gosto de sentir que o público me acarinha, que
gosta do meu trabalho e para mim isso é uma mais-valia, mais do que tudo na
vida. É o que nos faz sorrir e continuar.
M.L: Vive em Lisboa, mas é natural do Porto. Gostava
de, um dia, regressar ao Porto no que diz respeito a viver cá permanentemente,
quando tiver uma certa idade?
C.M: Já não tenho essa
ambição. Eu gosto muito do Porto, gosto de visitar a minha família, gosto de
estar aqui a trabalhar, mas agora a minha vida é em Lisboa. Não quer dizer que
não venha, as pessoas mudam de ideias, mas neste momento não faz parte dos meus
planos vir para cá.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
C.M: Persistência e
sobretudo muita humildade.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
C.M: Viajar mais.ML
Mário Lisboa entrevista... Maria Clara Mattos

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
M.C.M: Acho que foi por
volta dos 8 anos, quando eu quis fazer um teste para o programa de TV “Sítio do
Picapau Amarelo” (TV Globo), mas a minha mãe não deixou. E, aos 14, 15 anos, bati
o pé e entrei para um curso de teatro.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
M.C.M: Cada personagem
pede uma coisa. Às vezes inspiro-me em pessoas que conheço, às vezes em alguém
que vi na rua, mas a partir de um determinado ponto da criação, na própria personagem,
mesmo.
M.L: Faz, essencialmente, teatro e televisão. Gostava
de, um dia, trabalhar em cinema?
M.C.M: Sim!
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
M.C.M: Nunca sei responder
a essa pergunta. Cada trabalho tem a sua peculiaridade, e a gente guarda um
carinho especial por cada personagem. Acho que a Paulina de “Xica da Silva” (TV
Manchete) foi um momento importante na minha carreira, porque foi a primeira personagem
“de verdade” que fiz numa novela. Foi a minha primeira vez com textos grandes para
decorar, muitas cenas por dia para gravar… E tem a Isaura que foi a minha
estreia na (TV) Globo e uma personagem mais que deliciosa de fazer. Mas não
posso deixar para trás a Leninha (“Escrito nas Estrelas” (TV Globo), a Regina
(“Amor Eterno Amor” (TV Globo), a Simone (“Começar de Novo” (TV Globo)…
M.L: Entre 2002 e 2003, participou na telenovela “O
Beijo do Vampiro” que foi exibida na TV Globo, na qual interpretou a personagem
Isaura. Que recordações guarda desse trabalho?
M.C.M: As melhores
possíveis! A personagem começou pequenininha, eu fui me divertindo, os autores
foram gostando e acabei virando vampira! Tive muita sorte com os guionistas que
escreveram para mim, escritores atentos, parceiros. Isso é muito importante
quando a gente está na frente das câmaras.
M.L: Além da representação, também é escritora. Em
qual destas funções em que se sente melhor?
M.C.M: Na que eu estiver desempenhando no momento. Eu amo estar num set de gravação e amo estar atrás da
tela do computador inventando histórias. Cada vez que estou numa dessas
posições, penso: é isso! Mas hoje em dia vejo-me mais como escritora do que atriz.
Escrevendo interpreto muito mais personagens de uma vez só. Sempre digo, sou
gulosa.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e o audiovisual
(Cinema e Televisão) no Brasil?
M.C.M: Acho que a TV está
buscando caminhos novos, venho fazendo parte disso, escrevendo para TV por
cabo, criando programas diferentes, séries, formatos novos. No caso do Cinema,
acho que ainda vivemos uma divisão muito grande entre o que é entretenimento e
o que é autoral. Particularmente, acho essa divisão ruim. Para mim o que
importa é a qualidade. Pode ser ótimo entretenimento e péssimo autoral e vice-versa.
E acho que deve ter espaço pra tudo. Sou a favor de entretenimento de grande
qualidade. (Fiodor) Dostoievski é isso. Victor Hugo é isso. (Honoré de) Balzac é isso. E
todos eles são extremamente autorais.
M.L: Recentemente, estreou-se na literatura com “O Céu
Pode Esperar Mais um Pouquinho”. Como é que surgiu a ideia de escrever este
livro?
M.C.M: Primeiro veio-me a
imagem do protagonista na situação em que ele apresenta-se na primeira frase do
livro: “Hoje eu levei um tiro”. Daí para frente deixei-o falar. E ele foi
falando, falando…
M.L: Como tem sido a reação do público a este livro
até agora?
M.C.M: Bem legal. Tive uma resenha bem positiva no jornal O Globo, o livro foi para
segunda edição, foi indicado ao Prémio Açorianos de Literatura, na categoria
Romance… acho que estamos indo bem.
M.L: “O Céu Pode Esperar Mais um Pouquinho” tem uma
ligação muito forte com a cultura pop.
Como vê, hoje em dia, essa cultura pop,
tendo em conta que pertence a uma geração que cresceu com ela, nomeadamente nos
anos 80?
M.C.M: Não pensei em fazer
um livro de pegada pop nem imaginei
isso como uma bandeira. O protagonista é carregado dessas referências, é como
ele atravessa o Mundo e é atravessado por ele. Só isso. Não sei se paro muito para
pensar nessas coisas. Nem quando estava vivendo a minha juventude nos
fosforescentes anos 80.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
M.C.M: Não entre! Hahaha. Não
sei. Não sou boa de conselhos, acho as escolhas sempre muito pessoais. O que
acho realmente importante é entender onde você está pisando, para ter a
oportunidade de construir uma carreira mais prazerosa e próxima do desejo. Também
acho fundamental ir fazendo balanços de vez em quando, estar sempre testando os
próprios caminhos e tentando ser mais dono deles, para não se flagrar em algum
momento achando que é mais refém do que condutor das próprias escolhas.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como atriz?
M.C.M: Acho que fiz coisas
legais, realizei uma parte do meu sonho, mas como a vida não pára - até à hora
que acaba -, o caminho está sempre aberto para novas experiências e
oportunidades.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
M.C.M: Faço parte da
equipa de guionistas do programa “Tapas & Beijos”, na TV Globo, que fica no
ar até meados de 2015. E estou finalizando um segundo romance, espero que para o
ano que vem.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
M.C.M: Cantar. Acho lindo quem
sobe num palco e canta para uma multidão de pessoas.ML
Fotografia: Eduardo Alonso
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
"Albertine-O Continente Celeste" no Teatro São Luiz entre 10 e 18 de Outubro
"Albertine-O Continente Celeste" é uma criação com texto original de Gonçalo Waddington tendo como ponto de partida a obra "Em Busca do Tempo Perdido" de Marcel Proust e os trabalhos de alguns dos mais destacados físicos teóricos e cosmólogos dos nossos dias, como Stephen Hawking, Lee Smolin, Sean Carroll, Carlo Rovelli e Pedro G. Ferreira.
O intuito de Gonçalo Waddington ao abordar estas obras fundamentais da arte e da ciência é o de refletir sobre a memória e o tempo. A memória como ferramenta para compreender o passado, mas também a memória imaginada, propositadamente ou não, reconstrutora daquilo que julgamos ter sido e, consequentemente, re-inventora do nosso eu. O tempo, aqui, como origem da vida no universo. Ou melhor, como a origem do próprio Universo. Uma busca interior versus uma busca exterior. Proust busca a essência. Os outros, a origem."
Mário Lisboa
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Mário Lisboa entrevista... Fernanda Serrano

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
F.S: Em 1995, quando fiz o
meu 1º filme em Espanha, "Muere, Mi Vida" (1996) de Mar Targarona.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
F.S: Definitivamente a atriz Cate
Blanchett faz parte das minhas maiores e melhores referências; a nível nacional a extraordinária Luísa Cruz!!!
M.L: Faz teatro, cinema e televisão. Qual destes
géneros que mais gosta de fazer?
F.S: Todos, mas não ao mesmo tempo. Já
fiz e apesar de ser um bom mas difícil exercício, não nos deixa desfrutar do
trabalho em si. Do projeto. São registos tão diferenciados, que não se torna
eficaz emocionalmente.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
F.S: A novela "Amanhecer" (TVI),
foi a que mais gostei, pela personagem em si.
M.L: Entre 1997 e 1998, participou na telenovela “A
Grande Aposta” que foi exibida na RTP e marcou a sua estreia na ficção
televisiva, na qual interpretou a personagem Carlota Costa. Que recordações
guarda desse trabalho?
F.S: As melhores, pelo excelente elenco,
história e, obviamente, por ter sido a primeira novela que fiz.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção
nacional?
F.S: Vejo tudo muito pouco acompanhado,
pouco acarinhado e respeitado, não pelo público, que é o nosso motor e é
extremoso, mas pelas direções de estação e sobretudo pelo Estado.
M.L: Como lida com o público que acompanha sua
carreira há vários anos?
F.S: Da melhor e mais saudável forma
possível. Dou muito, mas recebo muito mais. Só posso e devo agradecer muito
tanta dedicação e carinho.
M.L: Atualmente, co-protagoniza a peça “40 e Então?”
que está em digressão, na qual é a sucessora da peça “Confissões das Mulheres
de 30”. Como está a correr este trabalho?
F.S: Muitíssimo bem. É a continuação de
um trabalho sério, profissional e de dedicação extrema. Temos muito amor e
carinho dedicados a este projeto e entre nós todas.
M.L: Partilha o protagonismo de “40 e Então?” com
Maria Henrique e Ana Brito e Cunha, tal como aconteceu em “Confissões das
Mulheres de 30”. Como é trabalhar com ambas?
F.S: O melhor do Mundo. Um
luxo.
M.L: Como tem sido a reação do público a esta peça até
agora?
F.S: Fantástica. Salas cheias e cheias de
entusiasmo.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
F.S: Que pense que não é pêra doce, que
só com muito trabalho, esforço, seriedade, dedicação e brio, se chega a algum
lado.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como atriz?
F.S: Parece-me que tenho feito uma muito
boa gestão de tudo, dos projetos escolhidos, do inerente processo de desgaste,
da diferenciação das personagens, o que aparenta ser fácil, mas não é. Estar em
antena durante 20 anos e manter o segmento, é fruto de gestão apertada.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
F.S: A seu tempo se
saberão. Agora
tenho a digressão desta peça a decorrer, a novela da TVI "Mulheres"
no ar, e em exibição nas salas de cinema, um maravilhoso filme do António-Pedro
Vasconcelos, "Os Gatos Não Têm Vertigens", tudo projetos de enorme e
reconhecido sucesso. Penso que não me posso queixar, verdade?
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
F.S: Cantar e
dançar maravilhosamente!!! Mas descobri entretanto que não tenho a menor
vocação para isso, portanto desisto!!!ML
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Mário Lisboa entrevista... Marta Fernandes

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
M.F: O interesse pela representação surgiu desde muito cedo. Tive
a sorte de ter uns pais que sempre me incentivaram a expressar-me artisticamente,
e ainda muito pequena, foram-me dando a oportunidade de experimentar diversas
formas artísticas, da Música à Dança, para que pudesse ter critérios para fazer
as minhas escolhas.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
M.F: Eu fui sempre muito observadora. Gosto de absorver tudo o
que seja bonito e me inspire. Por vezes, basta uma expressão de alguém com quem
me cruzo, ou uma determinada entoação de uma frase musical, para me inspirar.
Adoro apreciar o trabalho dos outros, e sinto que aprendo muitíssimo com a
"arte" dos outros. Os meus alunos, por exemplo, são uma inesgotável
fonte de inspiração. As minhas influências vão desde os grandes musicais, ao
cinema dos anos 50, passando pelos grandes clássicos da dramaturgia. Gosto de
bons textos, e essa é a minha principal influência.
M.L: Faz, essencialmente, teatro e televisão. Gostava
de trabalhar mais em cinema?
M.F: Sim, gostava de trabalhar mais em cinema, mas as coisas vêm
todas a seu tempo.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
M.F: Todos os trabalhos me marcam sempre. Ou pela personagem, ou
pelo percurso da personagem, ou pelas pessoas com que me vou cruzando, ou pela
aprendizagem que vou fazendo. Felizmente, no meu trabalho não me posso desconectar
de mim própria nem das minhas emoções, e isso é um privilégio, porque me permite
crescer muito enquanto Ser Humano. Obviamente que o projeto
"Chiquititas" acabou por ser marcante, porque me deu a oportunidade de
dar a conhecer o meu trabalho, abriu-me uma série de portas, e fez-me ver que tenho
uma capacidade de trabalho enorme.
M.L: Entre 2012 e 2013, participou na telenovela
“Louco Amor” que foi exibida na TVI, na qual interpretou a personagem Joana
Morais. Que recordações guarda desse trabalho?
M.F: A novela “Louco Amor” foi o meu primeiro trabalho para a
TVI. Durante anos achei que essa porta estaria fechada, e afinal, não. Foi um passo
em frente. Sou freelancer e o meu
objetivo é conseguir trabalhar para qualquer produtora e para qualquer estação
televisiva. Foi um projeto especial, porque tive a oportunidade de cantar em
televisão, desta vez num registo adulto.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção
nacional?
M.F: A Cultura, no geral, está a passar por uma fase difícil, que
é o reflexo do estado económico do país. Há falta de investimento financeiro, o
que não significa que não haja investimento intelectual. As coisas continuam a
fazer-se, mas com maiores riscos. Por outro lado, e da experiência que tenho
tido durante a digressão do meu espetáculo "E Porque Não Emigras?", que
já dura há 8 meses, o público tem muito desejo de ver coisas. O público está
muito motivado e recetivo a novas experiências. As pessoas saem de casa para
ver e ouvir temas que lhe interessam. Estamos a viver uma fase de muitas
mudanças, e são todas para melhor.
M.L: Como lida com o público que acompanha sua
carreira nos últimos anos?
M.F: Eu sinto-me muito grata por todas as manifestações de
carinho que tenho recebido nestes anos. Fico muito feliz por saber que há
algumas pessoas que têm acompanhado o meu percurso profissional, e dão-me muita
energia para continuar. Eu trabalho para o público. São eles que têm de
beneficiar do meu empenho e dedicação.
M.L: Além da representação, também é encenadora,
cantora e professora. Em qual destas funções em que se sente melhor?
M.F: Eu comecei o meu percurso como atriz mas, com os anos, e
como consequência da minha formação, outros desafios foram surgindo. Uma vez
que sou licenciada em Teatro, é normal que me fossem sendo feitas propostas
para dar formação. O canto é uma paixão de sempre, e a encenação foi
acontecendo por acidente. Desfruto de todas as experiências, e aprendo
muitíssimo.
M.L: Atualmente, participa na peça “E Porque Não
Emigras?” que é produzida pela produtora Produções Fora de Cena, na qual é co-fundadora,
e está em digressão. Como tem sido a reação do público a esta peça até agora?
M.F: A reação do público a este espetáculo tem sido
super-positiva. As pessoas gostam e participam. Trata-se de um espetáculo de comédia,
com muita música. Tem um quadro de homenagem aos grandes nomes do Fado, com o
qual o público se identifica e com o qual se delicia. Nunca tinha viajado
durante tanto tempo com um espetáculo, e está a ser uma experiência
inesquecível. Para isso também tem contribuído o facto de estar a trabalhar com
pessoas de quem gosto muito, e que investiram tempo e energia para construirmos
isto juntos. É um espetáculo despretensioso, mas com muita qualidade, e é
bonito.
M.L: Trabalhou com Teresa Guilherme nas telenovelas
“Floribella” (SIC) e “Chiquititas” (SIC) e na série “Aqui Não Há Quem Viva”
(SIC). Como vê o percurso que ela tem feito até agora?
M.F: A Teresa Guilherme é uma amiga e uma grande profissional.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
M.F: O meu conselho é sempre o mesmo, estudarem. O talento é
fundamental, mas a formação traz-nos as ferramentas e os conhecimentos para
podermos ir mais além. É durante a experiência de formação que se abrem horizontes
para novos gostos, novos interesses e novas inspirações. É, também, na escola
que se conhecem pessoas com as mesmas direções artísticas, com gostos
semelhantes, mas é também aí que se aprende a aceitar as diferenças, e se entra
em contacto com a subjetividade da profissão.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como atriz?
M.F: A minha preocupação tem sido sempre encarar todos os
trabalhos com o máximo de profissionalismo. Concentro-me e dedico-me a cada
projeto de corpo e alma, e tento nunca desrespeitar os meus valores e os meus princípios
humanos e artísticos. Tenho a minha linguagem, e procuro pôr o meu cunho em
tudo o que faço, seja um protagonismo ou uma personagem pequeníssima.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
M.F: Neste momento estou muito dedicada ao teatro, mas sempre a
cultivar projetos futuros.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
M.F: Eu não faço projetos a longo prazo. Desde que sou mãe, que
aprendi a viver um dia de cada vez, e trabalho diariamente na procura do meu
bem-estar e das pessoas de quem gosto. Quero saúde para todos, e muita paz e
tranquilidade. O trabalho vai sempre haver porque, se não vier ter comigo, eu
vou à procura dele.ML
domingo, 5 de outubro de 2014
Mário Lisboa entrevista... Sandra Cóias

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
S.C: Acho que foi desde a
primeira vez ao cinema com a minha mãe e vi o filme “Música no Coração” (1965).
Fiquei apaixonada por cinema. Tenho esse momento muito presente.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
S.C: Acabamos por ser
influenciados pelos filmes que vemos, e por outros atores que admiramos ver a
trabalhar e pelo conhecimento que vamos adquirindo. Mas não posso deixar de
referir duas pessoas muito importantes no início da minha carreira, a atriz
Manuela Maria e Nicolau Breyner que apostaram em mim.
M.L: Faz teatro, cinema e televisão. Qual destes
géneros que mais gosta de fazer?
S.C: São todos eles
diferentes, com formas diferentes de trabalhar que os distinguem, gosto de
todos. Mas a minha grande paixão é o cinema.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
S.C: O primeiro nunca
esquecemos, quer pela grande aventura que foi. Fui escolhida num casting e a primeira vez que gravei foi
longe daqui, em Macau. Mas as que me marcaram mais, talvez tenha sido a D.
Teresa de Távora, em “O Processo dos Távoras” (RTP), pela carga emocional que
tinha esta personagem e por esta pessoa ter realmente existido. E no Teatro ter
feito “Catarinas de Baleizão”, baseado na história de vida da Catarina Eufémia
e ter na noite de estreia o marido de Catarina emocionado e no final a chorar,
dar-me os parabéns por lhe ter dado vida e mostrar a força daquela pequena,
grande mulher.
M.L: Em 2008, protagonizou o telefilme “Roleta Russa”
da série “Casos da Vida” (TVI), na qual interpretou a personagem Cristina. Que recordações
guarda desse trabalho?
S.C: Guardo
ótimas recordações. Foi uma semana muito intensa de trabalho, com uma equipa fantástica
dirigida pelo querido Nicolau Breyner, onde nos divertimos muito e aprendi
muito.
M.L:
Como vê, atualmente, o teatro e a ficção nacional?
S.C: Acho que o
Teatro enfrenta grandes dificuldades, não só na falta de apoios como nas bilheteiras.
A ficção nacional tem vindo a crescer em qualidade e espero que assim se
mantenha.
M.L:
Em 2014, celebra 17 anos de carreira, desde que se estreou como atriz com a
telenovela “A Grande Aposta” da RTP em 1997. Que balanço faz destes 17 anos?
S.C: O balanço
é muito positivo, fiz trabalhos de que me orgulho muito de ter feito e só tenho
a agradecer a confiança que depositaram em mim e a todos os que me ajudaram a
crescer como atriz. Aprendi muito. Tive anos de estar a fazer 3 trabalhos
completamente diferentes em cinema e TV em simultâneo. E outros mais
tranquilos, mas confesso que tenho saudades de estar mais ativa.
M.L:
Como lida com o público que acompanha sua carreira há vários anos?
S.C: Sempre
tive muita atenção e carinho do público, e isso é muito gratificante. É bom
quando recebemos elogios pelo nosso trabalho.
M.L:
É defensora dos Animais e da Natureza. Na sua opinião, o que é preciso para
que, nos tempos atuais, as pessoas consigam preservar os próprios Animais e a
própria Natureza?
S.C: É preciso
sensibilidade! Que o Ser Humano seja responsável pelos seus atos, que não se
considere no topo da cadeia subjugando Animais e a Natureza de forma egoísta. Todos
os Animais têm direito à vida, é esse o desejo de qualquer Ser vivo. A Natureza
não precisa do Homem para sobreviver, mas o Homem depende exclusivamente dela
para a sua sobrevivência e se todos tivessem esse conhecimento presente… como
tudo seria diferente!
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
S.C: Se for esse realmente
o seu sonho, deve ir atrás dele. Aprender o que engloba esta profissão, ser
persistente, saber ouvir e observar e que tenha um forte carácter para saber
lidar com os “nãos”.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
S.C: São tantas. Há sempre tanto ainda para fazer que
não é fácil escolher apenas uma. Mas ver o meu programa ecológico no ar também
é uma delas.ML
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