M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
S.C: Acho que foi desde a
primeira vez ao cinema com a minha mãe e vi o filme “Música no Coração” (1965).
Fiquei apaixonada por cinema. Tenho esse momento muito presente.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
S.C: Acabamos por ser
influenciados pelos filmes que vemos, e por outros atores que admiramos ver a
trabalhar e pelo conhecimento que vamos adquirindo. Mas não posso deixar de
referir duas pessoas muito importantes no início da minha carreira, a atriz
Manuela Maria e Nicolau Breyner que apostaram em mim.
M.L: Faz teatro, cinema e televisão. Qual destes
géneros que mais gosta de fazer?
S.C: São todos eles
diferentes, com formas diferentes de trabalhar que os distinguem, gosto de
todos. Mas a minha grande paixão é o cinema.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
S.C: O primeiro nunca
esquecemos, quer pela grande aventura que foi. Fui escolhida num casting e a primeira vez que gravei foi
longe daqui, em Macau. Mas as que me marcaram mais, talvez tenha sido a D.
Teresa de Távora, em “O Processo dos Távoras” (RTP), pela carga emocional que
tinha esta personagem e por esta pessoa ter realmente existido. E no Teatro ter
feito “Catarinas de Baleizão”, baseado na história de vida da Catarina Eufémia
e ter na noite de estreia o marido de Catarina emocionado e no final a chorar,
dar-me os parabéns por lhe ter dado vida e mostrar a força daquela pequena,
grande mulher.
M.L: Em 2008, protagonizou o telefilme “Roleta Russa”
da série “Casos da Vida” (TVI), na qual interpretou a personagem Cristina. Que recordações
guarda desse trabalho?
S.C: Guardo
ótimas recordações. Foi uma semana muito intensa de trabalho, com uma equipa fantástica
dirigida pelo querido Nicolau Breyner, onde nos divertimos muito e aprendi
muito.
M.L:
Como vê, atualmente, o teatro e a ficção nacional?
S.C: Acho que o
Teatro enfrenta grandes dificuldades, não só na falta de apoios como nas bilheteiras.
A ficção nacional tem vindo a crescer em qualidade e espero que assim se
mantenha.
M.L:
Em 2014, celebra 17 anos de carreira, desde que se estreou como atriz com a
telenovela “A Grande Aposta” da RTP em 1997. Que balanço faz destes 17 anos?
S.C: O balanço
é muito positivo, fiz trabalhos de que me orgulho muito de ter feito e só tenho
a agradecer a confiança que depositaram em mim e a todos os que me ajudaram a
crescer como atriz. Aprendi muito. Tive anos de estar a fazer 3 trabalhos
completamente diferentes em cinema e TV em simultâneo. E outros mais
tranquilos, mas confesso que tenho saudades de estar mais ativa.
M.L:
Como lida com o público que acompanha sua carreira há vários anos?
S.C: Sempre
tive muita atenção e carinho do público, e isso é muito gratificante. É bom
quando recebemos elogios pelo nosso trabalho.
M.L:
É defensora dos Animais e da Natureza. Na sua opinião, o que é preciso para
que, nos tempos atuais, as pessoas consigam preservar os próprios Animais e a
própria Natureza?
S.C: É preciso
sensibilidade! Que o Ser Humano seja responsável pelos seus atos, que não se
considere no topo da cadeia subjugando Animais e a Natureza de forma egoísta. Todos
os Animais têm direito à vida, é esse o desejo de qualquer Ser vivo. A Natureza
não precisa do Homem para sobreviver, mas o Homem depende exclusivamente dela
para a sua sobrevivência e se todos tivessem esse conhecimento presente… como
tudo seria diferente!
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
S.C: Se for esse realmente
o seu sonho, deve ir atrás dele. Aprender o que engloba esta profissão, ser
persistente, saber ouvir e observar e que tenha um forte carácter para saber
lidar com os “nãos”.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
S.C: São tantas. Há sempre tanto ainda para fazer que
não é fácil escolher apenas uma. Mas ver o meu programa ecológico no ar também
é uma delas.ML
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