No dia 27 de Maio de 1996, estreou na RTP a telenovela "Primeiro Amor", que foi a sexta produzida pela então NBP para o canal e que na altura fracassou nas audiências, mas na última década tem sido resgatada do esquecimento devido às suas reposições na RTP Memória.
Da autoria de Manuel Arouca, "Primeiro Amor" foi uma telenovela que eu vi pela primeira vez numa dessas reposições em 2008, quando eu tinha 18 anos, e fiquei fã de imediato. O belíssimo cenário de Sintra foi a escolha perfeita para a abordagem sobre a tradição e o progresso e os anos 90 foi, na minha opinião pessoal, a altura adequada para retratar a corrupção futebolística, pois hoje em dia era impossível retratar numa telenovela um tema controverso como este. No que toca ao elenco, eu tenho que destacar as inesquecíveis duplas Eurico Lopes/Susana Vitorino e Pedro Górgia/Patrícia Tavares que, para mim, ajudaram a elevar o tom romântico e jovial de "Primeiro Amor". O genérico de "Primeiro Amor", que foi protagonizado por Carla Salgueiro e Juan Soutullo, ainda hoje é um dos meus favoritos.
Manuela Maria ("Elvira") & José Gomes ("Artur "Bolas" Pinto")
"Primeiro Amor" tem um lugar muito especial no meu coração. É uma telenovela de verão completamente inofensiva, que nos faz sentir bem ao vê-la, com boas e carismáticas personagens, e cria um bom equilíbrio entre o tom romântico e jovial e a abordagem de temas mais complexos. E esse bom equilíbrio é, provavelmente, a maior força de "Primeiro Amor".
Premiada em vários festivais internacionais, "Para Além da Memória" evoca as presenças e ausências de uma doente de Alzheimer, envolta numa profunda trama de sentimentos, paixões e traições e que procura juntar o drama e o humor, sempre presentes na vida.
Após a morte do seu irmão (João Damasceno) ocorrida em circunstâncias suspeitas, Alexandre (Miguel Babo), escritor, divorciado e pai de três filhas, vê-se encurralado com as dívidas deixadas pelo mesmo. Perante a necessidade de proteger a casa dos pais, onde residem os resquícios de memória da mãe (Lídia Franco) que sofre de Alzheimer, decide pedir ajuda a um amigo (Álvaro Faria), ministro, para lidar com as comprometedoras dívidas do irmão para com um indivíduo (Ângelo Torres) relacionado ao mais alto nível com os governos português e angolano. Numa confusa sucessão de ligações conhece Laura (Gabriela Moreyra), uma stripper, que acaba por ser moeda de troca nesta relação de dívidas, comprometimentos sentimentais e familiares.
Atualmente está em cena no Teatro Sá da Bandeira no Porto, o espetáculo "Autobiografia Autorizada", que é escrito, co-encenado e protagonizado por Paulo Betti e está em digressão por Portugal até Março.
Estreado originalmente no Brasil em 2015, "Autobiografia Autorizada", que marca a celebração dos 40 anos de carreira de Paulo Betti, foi construído pelo próprio que se inspirou nos textos e nas colagens que escreveu durante a adolescência, e ainda nas colunas de opinião semanais que escreveu durante quase 30 anos para o Jornal Cruzeiro do Sul, de Sorocaba, a cidade no interior de São Paulo onde cresceu. É uma amálgama do Brasil profundo, inspirada pela inusitada história de superação de Paulo Betti e percorre um trajeto impressionante entre a ruralidade e o urbanismo que marcam a sua própria vida, recuando à vaga de imigração italiana no Brasil que teve o seu ápice no período entre 1880 e 1930.