Entrevista com... Diana Barnabé (Atriz)
domingo, 27 de novembro de 2016
Mário Lisboa entrevista... António Durães

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
A.D: Na verdade, eu não
tenho sinalizado propriamente um
momento certo para que as coisas tenham progredido por esta via. Vivia mais ou
menos perto de um palco de uma salinha de teatro, quase familiar diria, e esse
cantinho sempre funcionou para mim como uma espécie de sítio de refúgio e um
local onde me escondia e onde me sentia mais ou menos seguro. Mas é evidente
que nunca imaginei que mais tarde pudesse vir a fazer vida dessa atração, dessa
sensação de segurança, uma hipótese de caminho. Sentia-me seguro, preservado no
meio daquela escuridão em que tantas vezes está envolvido o palco. Ler um livro
lá, por exemplo, completamente sozinho, é uma sensação incrível. Mas era só
isso. Também era uma fuga às responsabilidades diárias. Às que apetecia menos
cumprir... Depois acabei por frequentar os grupos de teatro na escola e
inventá-los e fazer parte deles, depois os grupos de teatro amadores, depois a
escola de teatro, depois os grupos profissionais… Foi uma espécie de caminho
que eu fui fazendo sem que me desse propriamente conta de que o estava a fazer,
como se as coisas fossem só acontecendo e me fosse deixando ir mais ou menos
confortável por esse rio acima, como diz a canção.
M.L: Quais são as suas referências, enquanto ator?
A.D: Tenho imensas referências, imensos atores nos quais me
revejo (ainda que nunca tenha tentado copiar nenhum), mais velhos do que eu e
que me ensinaram imensas coisas. Foi muito importante para mim o trabalho
realizado, no caso concreto, no antigo Centro Cultural de Évora, agora chama-se
Centro Dramático de Évora. Aqueles atores que trabalhavam no Teatro Garcia de
Resende em Évora e com os quais eu aprendi imenso, durante o curso. Muito,
também, com todas as companhias de teatro e todos os artistas (músicos,
bailarinos, etc.) que frequentaram aquele palco e com quem eu tive a
oportunidade, durante esse período de formação, de conviver e com quem fui
aprendendo vendo. Aprendi muito nos ensaios, espreitando os ensaios da
companhia de teatro do Centro Cultural de Évora. Aprendi muito em todos os
lugares, mas mais, talvez, no Teatro Nacional São João, com os atores com quem
me fui cruzando, com os atores e com os encenadores... Mas, hoje, diria que as
minhas referências, aqueles para quem eu olho com uma atenção muito especial,
não deixando de lado naturalmente os atores da minha geração, mais velhos do
que eu ou um pouco mais novos, são os jovens atores com quem eu tenho vindo a
cruzar-me em diferentes momentos da formação deles e da minha também que
continua permanentemente a realizar-se. É com eles que aprendi mais. E em quem me
revejo. E que invejo um bocadinho porque, tantos deles, são capazes de
responder já hoje de uma maneira que eu nunca serei capaz de responder. E por
isso os invejo, às vezes...
M.L: De tudo o que tem feito até agora como ator,
houve algum trabalho em particular em que se sentiu algo diferente?
A.D: Claro que há sempre espetáculos que nos marcam mais por
razões que às vezes desconhecemos. Eu lembro-me muitas vezes (se questionado,
como agora) assim, imediatamente, de dois espetáculos que realizei em circunstâncias
diferentes, em momentos diferentes também, da minha formação e da minha vida: o
último espetáculo que eu realizei, enquanto ator amador, na Figueira da Foz e
que se chamou “CicloMimo-Exercícios Combinados” e que era um espetáculo sem
palavras, onde tudo aquilo que eu precisava de dizer, não verbalizando, era
"dito" por intermédio de uma guitarra do (fantástico) músico
português José Luís Iglésias. Esse foi um espetáculo marcante para mim. O
outro, evidentemente já enquanto profissional, foi na Companhia de Teatro de
Braga, que se chamou “O Fetichista”, porque foi o primeiro espetáculo que fiz
como encenador e portanto foi também um momento muito marcante. Curiosamente,
quase que reuni completamente a equipa com quem tinha feito aquele último espetáculo
como amador, o que também pode ser revelador de outra coisa qualquer que também
não sei exatamente o que é. Um agradecimento, talvez, mas também uma espécie de
porto-seguro sim. E depois houve tantos outros espetáculos que eu organizei e
que foram marcantes, mas para todos os efeitos o mais importante é sempre
aquele que estou a fazer agora. E agora o que estou a fazer é “Os Últimos Dias
da Humanidade”, que em Janeiro estará no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.
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António Durães como o "Eterno Descontente" em "Os Últimos Dias da Humanidade" |
M.L: Além da representação, também tem uma larga
experiência na encenação. A seu ver, o António ator é indissociável ao António
encenador ou são dois lados muito distintos?
A.D: Eu creio que os dois caminhos sendo diferentes, são complementares.
É claro que estamos a trabalhar o mesmo material, mas com pontos de vista
diferentes. É curioso, porque eu acho que funciono de maneira completamente
diferente numa ou noutra função. É como se eu tivesse a capacidade, quando
enceno, de ver bastante mais do que aquilo que sou capaz de ver como ator. A
amplitude do meu olhar é diferente, fisicamente mesmo.
M.L: Interpretou D. Afonso Henriques em “Capitão
Falcão”, a sátira ao Estado Novo realizada por João Leitão em 2015. Que
recordações guarda da sua participação no que é também uma abordagem ao universo
dos super-heróis?
A.D: O João convidou-me para participar nesse filme que
inicialmente era para ser uma série, e esse convite honrou-me muito, e foi
muito divertido sobretudo. Uma experiência muito interessante. Eu gosto muito
de participar em projetos que me coloquem um bocadinho fora do meu sítio. Cada
vez que me convidam para participar no que quer que seja, fico sempre muito
surpreendido: como é que alguém se lembra de mim, que estou tão longe dos
holofotes, fisicamente longe mesmo, na convicção de que posso acrescentar
alguma coisa aos projetos que desejam tanto fazer... É um milagre. E eu,
contentíssimo, aceito.
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António Durães como "D. Afonso Henriques" em "Capitão Falcão" |
M.L: Em 2016 celebra 32 anos de carreira, desde que se
estreou como ator profissional em 1984. Que balanço faz destes 32 anos?
A.D: Passaram muito depressa, acho eu. Olhando para trás, recordo-me
de muitas coisas, de muitas coisas que fiz, mas a minha memória, num primeiro
momento é muito seletiva. Acho que recordo muito mais as coisas que fiz e que
gostei de fazer e que me serviram muito, do que aquelas que me custaram a fazer.
Eu recordo-as com satisfação, embora não seja muito de olhar para trás. Mas às
vezes também recordo as coisas que correram menos bem. Há uma lição a tirar
sempre de todas as experiências...
M.L: A sua vida tem passado nomeadamente pelo Norte
tanto a nível pessoal como profissional. Como olha, hoje em dia, para o Norte
artisticamente?
A.D: Eu olho para o Norte e no que diz respeito ao teatro com
algum pessimismo. Quero crer que muitas das soluções que ainda não foram
experimentadas e portanto ainda não foram encontradas irão passar por esta
gente nova que está a surgir, porque eles têm uma capacidade diferente de olhar
para estes tempos e para as respostas e linguagens artísticas que estes tempos
exigem, com uma clarividência que eu já não tenho. Da maneira como eu olho para
o tecido teatral e para a prática teatral, formatada nos modos antigos como as
coisas normalmente se faziam, e que colidem a maior parte das vezes com a forma
como as coisas estão organizadas agora e que são quase linguagens
inconciliáveis com esses modelos. É por isso que acho que são estes novos agentes
teatrais que vêm capacitados para responderem de uma maneira diferente. Não
desfazendo em todos os agentes teatrais da minha geração, mais velhos até, que
fazem teatro e que têm um olhar diferente daquele que é suportado pelas novas
gerações. Aliás, esse é um diálogo fundamental que tem de ser feito...
M.L: Participou no drama noir “Ornamento e Crime” de Rodrigo Areias e que para mim foi um
dos melhores filmes de 2015. Como foi para si fazer parte de um projeto que é
uma homenagem tanto ao género noir
como ao falecido arquiteto Fernando Távora?
A.D: Aqui está um projeto que eu adorei fazer. Recordo-me
perfeitamente que eu estava muito condicionado pelas inúmeras coisas que estava
a fazer nesse momento e eram mesmo muitas, mas foi com a paciência do Rodrigo, o
realizador/produtor, que foi sendo sensível às minhas dificuldades de tempo
naquele momento e foi capaz de articular a produção também com a minha menor
disponibilidade neste ou naquele momento, embora estivesse disponível
naturalmente. É um projeto que está a fazer o seu percurso, creio que já foi
visto em vários sítios e tem mesmo uns quantos prémios em vários festivais, em
vários sítios, o que me dá um prazer muito grande claro, mas que eu acho que
ainda assim não corresponde ao prazer que tive naquele momento. Foram dias
muito bem passados com aquela equipa muito gira, muito boa, muito profissional
e foi fantástico. E ver o filme também foi muito interessante. Fui vê-lo no
Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira e foi muito
divertido voltar a encontrar lá as pessoas todas que fizeram o filme e vê-lo e
ver o resultado do trabalho que fizemos foi muito gratificante.
M.L: Numa era profundamente tecnológica e com a
cultura da celebridade, ser ator/atriz ainda é um desafio enorme tanto para os
mais velhos como para os mais novos na sua opinião?
A.D: Eu acho que agora é que é. Quando eu comecei e quis ser ator
e comecei a fazer teatro, o máximo que tínhamos garantido era um caminho e um
futuro muito pouco risonho tal as dificuldades financeiras que se adivinhavam. Havia
só dois canais de TV e portanto esta ideia romântica do ator como celebridade
não existia ou, se existia, estava confinada a uma meia-dúzia de pessoas que
criaram, digamos, essa imagem por força do trabalho que foram desenvolvendo, claro,
e porque a televisão que existia também lhes deu esse reconhecimento. Com a proliferação
das televisões e agora também o cabo, isso ganhou contornos absolutamente
impensáveis nessa altura, na altura em que comece. Mas na verdade, mesmo hoje,
isso acontece com um grupo de atores, não acontece com a generalidade dos
atores. Acho que quem faz só teatro dificilmente terá o reconhecimento do
grande público, o que não significa que não tenha o reconhecimento dos seus
pares. Uma coisa não tem exatamente a ver com a outra, o reconhecimento não se
mede aos palmos, isto é, com likes e
considerações semelhantes. Mas hoje eu sei que há muita gente que chega às
escolas de teatro com o objetivo claro de serem reconhecidos. Mas também sei
que muitos que querem ter esse objetivo nem sequer vão para as escolas, fazem
um percurso completamente diferente para chegarem rapidamente à batalha
televisiva. Mas há muita gente que chega à escola com os sonhos que eu tinha e
que, basicamente, se resumiam a coisas simples: salvar o mundo pelo teatro.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
A.D: Eu acho que ainda me falta fazer tudo, porque
estes 32 anos passaram muito rapidamente.ML
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
sábado, 12 de novembro de 2016
Mário Lisboa entrevista... Marta Andrino

desenvolvido nos últimos dez anos um percurso muito promissor como atriz que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "A Outra" (TVI), "Deixa Que Te Leve" (TVI), "Espírito Indomável" (TVI), "Morangos com Açúcar" (TVI), "Doida por Ti" (TVI), "I Love It" (TVI). Filha da atriz Carla Andrino e do maestro Mário Rui, tem como duas das suas maiores virtudes a humildade e a vontade de aprender e evoluir, e atualmente apresenta o programa diário "Câmara Exclusiva" na TVI Ficção e é uma das concorrentes do programa da TVI "A Tua Cara Não Me É Estranha". Esta entrevista foi feita no passado dia 21 de Outubro.
M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
M.A: Esta será eternamente
a pergunta mais difícil de responder. Há coisas que não se explicam, talvez
brincar em camarins e dormir sestas nas plateias dos teatros, tenha deixado
o pó mágico deste mundo. Não sei quando surgiu, vivi sempre rodeada de atores,
cantores, músicos... acho que não fazia sentido ter sido de outra forma.
M.L: Quais são as suas referências, enquanto atriz?
M.A: Tudo são referências,
uma pessoa desconhecida na rua, uma atriz que nem sei o nome num filme, a minha
mãe.
M.L: Celebra 10 anos de carreira em 2016, desde que
começou com a série “Aqui Não Há Quem Viva” (SIC) em 2006. Que balanço faz
destes últimos 10 anos?
M.A: É verdade, já
passaram 10 anos?! Este período de tempo acompanha também a fase da
minha vida em que me transformo de jovem adulta em mulher adulta. Já não
me sinto a menina que começou, e em cada trabalho fui evoluindo enquanto atriz
e em paralelo como ser humano, através das próprias personagens como das
pessoas com as quais me cruzei.
M.L: De tudo o que tem feito como atriz nesta última
década, houve algum trabalho em particular em que sentiu que os seus objetivos
foram cem por cento conseguidos?
M.A: Em todos. Só sei dar 100%. Claro que olho
para trás e o nosso lado de auto-crítica, sempre presente, avalia, bem ou mal,
aquilo que foi feito. Depois há projetos e personagens que podem dar mais ou
menos gozo, mas tirei sempre prazer de todas elas.
M.L: Participou nas séries juvenis “Morangos com
Açúcar” e “I Love It” que foram exibidas na TVI, na qual interpretou
respetivamente as vilãs Verónica Garcia Lima e Iolanda Medeiros. Que recordações
guarda de interpretar estas personagens e também de experimentar este tipo de
ficção dedicado ao público juvenil?
M.A: Não diferencio, são
projetos. As recordações que guardo são ótimas, de um ambiente super
divertido, com um público muito atento e umas personagens deliciosas e
desafiantes.
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Marta Andrino como "Verónica Garcia Lima" em "Morangos com Açúcar" |
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Marta Andrino como "Iolanda Medeiros" em "I Love It" |
M.L: É filha da atriz Carla Andrino e do maestro Mário
Rui. Como olha para os percursos que os seus pais têm desenvolvido até agora?
M.A: Além de ter estado,
e estar, bem de perto durante o percurso de cada um, que em várias
situações se cruzam, olho com um orgulho gigante e como referência do caminho
que aos poucos também quero traçar.
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Mário Rui, Marta Andrino, Carla Andrino |
M.L: Atualmente apresenta o programa diário “Câmara
Exclusiva” na TVI Ficção. Embora áreas muito diferentes, a Comunicação Social
pode ser de certa forma um complemento à representação a seu ver?
M.A: Tudo é complementar.
Acredito que nada acontece por acaso, a minha licenciatura em Marketing em
vários pontos do meu percurso tem vindo ao de cima. Creio que no “Câmara
Exclusiva” é um deles, pelo seu lado de comunicação como de divulgação da
ficção TVI, do qual me sinto uma porta-voz.
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Marta Andrino como apresentadora de "Câmara Exclusiva" |
M.L: Como lida com o público que tem acompanhado a sua
carreira nestes últimos 10 anos?
M.A: De uma forma muito
tranquila. Talvez porque sempre lidei com isso, através dos meus pais, e
porque acredito que o público faz parte da equação do nosso
trabalho. É por eles e pelo seu feedback
que também evoluímos.
M.L: Como atriz e também como pessoa, considera-se
como alguém que questiona o Mundo e o que está à sua volta?
M.A: Claro que sim, como
atriz, como mulher, como mãe... Terei sempre perguntas que não terão respostas.
Ou porque não existe resposta, ou porque não aceito a que me dão ou porque
a vida ainda não me deu. Mas ao aceitar-me e aceitar o que o mundo me dá
facilita muita coisa.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
M.A: Independentemente da carreira que se escolha, o meu
conselho é que se lute por aquilo que nos faz acordar felizes por ir fazer e
chegar a casa, mesmo que exaustos, felizes por sentir que a missão foi
cumprida.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
M.A: Continuo a achar que me falta fazer tudo, desde
personagens a viagens, a tantas outras coisas... Mas a vida continua a
surpreender-me, por isso é ir vivendo-a, tranquilamente.ML
terça-feira, 8 de novembro de 2016
"O Homem do Ano" (2006)
É já hoje (8 de Novembro) que se vai saber se é Hillary Clinton ou Donald Trump que vai ser Presidente dos EUA e a propósito das já históricas eleições americanas deste ano, eu achei que era muito apropriado escrever sobre "O Homem do Ano", a comédia política/satírica escrita e realizada por Barry Levinson e protagonizada pelo falecido Robin Williams que celebrou o seu 10º aniversário no passado dia 13 de Outubro e, tal como Trump na vida real, é sobre uma figura pública de outra área que inesperadamente concorre à Presidência dos EUA.
Também com a participação de atores como Christopher Walken, Laura Linney e Jeff Goldblum, "O Homem do Ano" é um filme que eu ouvi falar logo na altura em que foi lançado, mas só o vi em DVD por volta de 2009, e apesar de ter sido muito mal recebido pela crítica e atualmente muito esquecido eu francamente gostei de "O Homem do Ano" nomeadamente pela sua trama, pelos seus temas muito pertinentes e pelo seu elenco principalmente Williams, Walken e Linney.
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Barry Levinson & Robin Williams |
Apesar de não ser um filme memorável como "Bom Dia, Vietname" (1987), a primeira colaboração entre Barry Levinson e Robin Williams, "O Homem do Ano" vale a pena ser visto/revisto nesta altura de futuro incerto, pois é um filme que nos faz pensar em termos políticos.
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Barry Levinson, Lewis Black, Robin Williams |
Mário Lisboa
sábado, 5 de novembro de 2016
Mário Lisboa entrevista... Carla Andrino

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
C.A: Acho que surgiu desde
sempre. Comecei o meu percurso pela dança, mas acho que mais do que dançar eu
gostava era de representar através da dança. Portanto, representar surgiu assim
tão natural como respirar. Foi um percurso natural na minha vida.
M.L: Quais são as suas referências, enquanto actriz?
C.A: São várias. Actrizes
e actores, portugueses e estrangeiros. Eu acho que até de um mau exemplo se
pode tirar um bom exemplo, nem que seja de como não fazer, de como, pelo menos
eu, não gostava de representar.
M.L: De todos os trabalhos que tem feito até agora como
actriz, houve algum em particular que se pode dizer que é o seu favorito?
C.A: Todos me deixaram a sua
marca e fizeram de mim aquilo que sou.
M.L: Como lida com o público que acompanha sua
carreira há vários anos?
C.A: Lido com muito respeito,
independentemente se estou mais cansada ou menos disponível. Se as pessoas me
reconhecem e querem dar um beijinho, cumprimentar, pedir um autógrafo ou tirar
uma fotografia, cedo de uma forma simpática porque é o mínimo que posso fazer.
M.L: Desde 1986 que é casada com o Maestro Mário Rui e
é mãe da actriz e apresentadora Marta Andrino. Como vê os percursos que ambos
têm desenvolvido até agora?
C.A:
Ambos têm tido muito respeito,
dedicação e investimento pela profissão, muito respeito pelo público, e,
também, uma pitadinha de sorte. Os dois têm uma característica que acho
fundamental para esta ou qualquer outra profissão, a humildade.
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Carla Andrino com a sua família (Mário Rui, Marta Andrino, o genro Frederico Amaral e o neto Manuel) |
M.L: Entre 2008/09, participou na telenovela brasileira
“Negócio da China”, exibida na TV Globo, da autoria de Miguel Falabella. Gostava
de um dia repetir a experiência de trabalhar no estrangeiro, caso haja essa
possibilidade?
C.A: A experiência foi
absolutamente fantástica, fui muitíssima bem tratada por todos, sobretudo, pelo
Miguel Falabella, que é um senhor. Gostei muito de lá estar até porque estive
acompanhada pela minha família. Portanto, foi uma felicidade partilhada o que
fez, ainda, mais sentido. Se tiver outro convite, e estiver disponível, com
certeza que irei.
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Ricardo Pereira, Joaquim Monchique, Carla Andrino e Maria Vieira, o núcleo português de "Negócio da China" |
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
C.A: Se quiser entrar na
representação, entre por amor e não pela fama. Entre para servir e não para ser
servido.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem desenvolvido
até agora como actriz?
C.A: O melhor possível.
Era isto que eu queria fazer, consegui e estou a fazer. Que mais posso pedir à
vida?
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
C.A: Fazer cinema.MLEsta entrevista não está sob o novo Acordo Ortográfico
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