M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
L.F: Desde miúda que me lembro de passar o tempo a cantar, dançar, representar em casa, na casa dos vizinhos, nas festas do Colégio… Era a minha forma natural de comunicar com os outros.
M.L: Quais são as suas grandes influências, enquanto
atriz?
L.F: As minhas Grandes influências
são os outros, a Vida, a Literatura, a Pintura, a Música...
M.L: Fez teatro, cinema e televisão. Qual destes
géneros que lhe dá mais gosto em fazer?
L.F: O Teatro é a Arte do
Ator. O Cinema é a Arte do Realizador. A Televisão é uma Indústria, onde por
vezes se consegue colocar um pouco de Arte. É no Teatro que vou sempre tentando
evoluir na minha Arte.
M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que a
marcou, durante o seu percurso como atriz?
L.F: O maravilhoso
Monólogo "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa" de Eric-Emmanuel Schmitt que
estreei em 2009 no Teatro Nacional D. Maria II e com o qual continuo a
percorrer o País. É a Peça que neste momento faz parte da minha vida. Mas como
o mais importante é sempre o nosso próximo Projeto estou já a preparar a minha
próxima Produção no Teatro.
M.L: Já fez telenovelas. Este é um género televisivo
que gosta muito de fazer?
L.F: A Televisão tem
também a vantagem de nos dar uma "Plateia" de milhares e
milhares de pessoas.
M.L: Como lida com a carga horária, quando grava uma
telenovela?
L.F: Até aqui tenho
sobrevivido à carga horária das gravações das Novelas!
M.L: Um dos seus trabalhos mais marcantes em televisão
foi a telenovela “Terra Mãe” (RTP), onde interpretou a personagem Isabel
Carvalho. Que recordações leva desse trabalho?
L.F: "Terra Mãe"
já foi há tantos anos! Tive a sorte de fazer uma Personagem que mudava muito de
Personalidade e isso é aliciante para uma atriz, claro.
M.L: Qual foi o momento que a marcou, durante o seu
percurso como atriz?
L.F: O momento mais
marcante do meu Percurso de atriz até hoje é sem dúvida o Monólogo "Óscar
e a Senhora Cor-de-Rosa".
M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
L.F: O terrível momento
que Portugal atravessa sente-se ainda mais na Cultura e nas Artes. Passaram
a Produzir-se muito menos obras de ficção. Mas como ser Atriz não é só uma
Profissão, mas sim uma maneira de estar na Vida, eu nunca poderei desistir tentando
sempre atravessar todos os períodos de crise por piores que sejam. E já
atravessei muitos!
M.L: Já trabalhou no estrangeiro. Gostava de ter
ficado lá?
L.F: Convidaram-me para Trabalhar
em Espanha e em França. Havia uma condição: Tinha que viver lá. O meu filho era
adolescente e precisava de mim. Voltei e Não Me Arrependo.
M.L: Como lida com o público que acompanha a sua
carreira há vários anos?
L.F: Não existe Teatro sem
Público. Sou atriz justamente para comunicar com ele. E ele comunica comigo nos
silêncios, nos risos, nas palmas e às vezes nos encontros fortuitos em que me
abordam. É uma Partilha.
M.L: Atualmente protagoniza a peça “Óscar e a Senhora
Cor-de-Rosa” de Eric-Emmanuel Schmitt que estreou pela primeira vez em 2009 no
Teatro Nacional D. Maria II e que desde aí anda em digressão pelo país. Como é
que está a correr a peça?
L.F: A Digressão do
Monólogo "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa" continua e só irá parar, quando
eu não puder mesmo continuar, pois é um Texto absolutamente Maravilhoso e há
muitas pessoas que já assistiram várias vezes ao Espetáculo.
M.L: Como é que surgiu esta peça?
L.F: Ao descobrir este
Autor deparei-me com este Texto que está hoje a ser representado em todo o
Mundo. Ainda hesitei por ser um Monólogo. Nunca tinha ousado fazer um Monólogo,
mas por outro lado também pensei que um Monólogo seria menos difícil para
tentar fazer uma Digressão Nacional. E foi assim...
M.L: Como é que se sente ao fazer um monólogo?
L.F: Estou sozinha em Cena,
durante cerca de uma hora e meia fazendo várias Personagens com um Texto Muito
Belo e Muito Forte a nivel físico e psicológico.
M.L: Como tem sido a reação do público a esta peça até
agora?
L.F: Há silêncios
palpáveis no ar intercalados com explosões de risos e choros e muitas palmas.
M.L: Como classifica esta peça?
L.F: Esta Peça é uma Lição
de Vida.
M.L: Trabalhou com o falecido realizador brasileiro
Walter Avancini nas telenovelas “A Banqueira do Povo” da RTP e “Xica da Silva”
da TV Manchete. Que recordações leva dele?
L.F: Walter Avancini era
um Artista. Era um dos que levavam a Arte para à Indústria que é a Televisão. Tenho
muitas saudades dele.
M.L: A telenovela da SIC “Rosa Fogo” da qual
participou está nomeada para o Emmy Internacional na categoria de Telenovela.
Como vê esta nomeação?
L.F: É Muito Agradável. E mais
uma vez dá para perceber que em Portugal há Atores maravilhosos!
M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu
percurso como atriz?
L.F: As pessoas que me têm
marcado na minha Arte são alguns atores com quem tenho contracenado e alguns
Mestres que me têm dirigido como por exemplo a Marcia Haufrecht (uma das
Fundadoras do Actor's Studio de Nova Iorque) com quem eu faço Aulas há 20 anos
e que já me dirigiu em três Peças de Teatro: "Vidas Publicadas",
"Frozen" e "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa".
M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
L.F: Que sinta se esta é
realmente a sua Paixão e que saiba que independentemente do seu grau de talento
só se progride com muito, muito trabalho.
M.L: Que balanço faz da sua carreira?
L.F: Estou sempre a
recomeçar (Como na Vida).
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
L.F: Continuo com este
Monólogo. Dou aulas de Teatro e preparo uma nova Produção no Teatro com um
Texto de Luísa Costa Gomes. Gostaria também de Publicar a Tradução que
juntamente com Ivone Moura fiz deste Monólogo "Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa".
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
L.F: Um Bom Filme, por exemplo.ML
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