M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
J.B: Quando estava no final do 9º ano (como todos os jovens) tinha de começar a pensar na área a seguir ao 10º ano. Tinha de decidir "o que queria ser, quando fosse grande!". Queria ser muita coisa, gostava de fazer tudo... E a única maneira de o conseguir... Era a representar. Decidi ser atriz! Fui para a Escola Profissional de Teatro de Cascais.
M.L: Durante o seu percurso como atriz fez teatro e
televisão, mas pouco cinema. Gostava de trabalhar mais nesse género?
J.B: Basicamente, adoro
representar... Desde que esteja a trabalhar, estou feliz!
M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que a
marcou, durante o seu percurso como atriz?
J.B: Acho
que todos os trabalhos que fiz me marcaram muito... Todos me ajudaram a
crescer e a aprender. Tenho um carinho muito grande por um espetáculo em
particular que foi o "Século da Lua", uma comédia musical no bar
do Teatro da Trindade. Não só pelo espetáculo (que me divertia muito a
fazer), mas como pelas amizades que fiz com os meus colegas que duram até hoje!
M.L: Já fez telenovelas. Este é um género televisivo
que gosta muito de fazer?
J.B: Muito...
Tenho uma paixão muito grande por televisão. Sempre gostei. Sinto-me bem a
trabalhar no ritmo em que se trabalha em televisão.
M.L: Como lida com a carga horária, quando grava uma
telenovela?
J.B: Como
disse na resposta anterior, gosto do ritmo de televisão. Claro que as 12 horas
de trabalho são excessivas. Deveria-se trabalhar menos horas. Acaba por ser
muito cansativo e isso por vezes não é bom para o produto final.
M.L: Em 2002 estreou-se na televisão com a telenovela
“O Olhar da Serpente” (SIC), onde interpretou a personagem Lina. Que
recordações guarda desse trabalho?
J.B: Tudo o
que aprendi. Tive muita sorte em ter como colega de trabalho, o ator Virgílio
Castelo. E aprendi muito a observa-lo e a trabalhar com ele. Foi maravilhoso.
M.L: “O Olhar da Serpente” foi o último trabalho do
realizador Álvaro Fugulin que morreu pouco tempo depois da telenovela ter
estreado. Como foi trabalhar com ele?
J.B: Foi ter
a experiência de trabalhar com um dos melhores realizadores. Agradeço ter tido
essa oportunidade. É um Homem que deixa muitas saudades e muita sabedoria.
M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o
seu percurso como atriz?
J.B: Não
posso escolher um momento... Há muitos que me marcaram. Mas tento sempre não me
esquecer do que é estar sem trabalho. Temos uma profissão muito ingrata. Sem
qualquer apoio, quando estamos desempregados. É muito difícil gerir
isso.
M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
J.B: Não se
está a atravessar um momento muito bom para todas as áreas. Estamos a viver uma
crise. E claro que a cultura é das primeiras áreas a sentir a crise. Mas
temos de saber dar a volta, o importante é não deixar de trabalhar, de criar,
de construir coisas novas.
M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
J.B: Como
disse anteriormente, gosto de representar e de estar a trabalhar. Gostava
(claro) de trabalhar com algumas pessoas que não são portuguesas.
M.L: Este ano celebra 14 anos de carreira desde que
começou com a peça “Heróis como Nós” no Teatro Infantil de Lisboa em 1998. Que
balanço faz destes 14 anos?
J.B: Faço um
balanço positivo! Olhando para trás, fiz parte de projetos dos quais me orgulho
muito.
M.L: Além da representação também é diretora de atores
tendo por exemplo desempenhado essa função na série “Morangos com Açúcar” (TVI)
entre 2009 e 2012. Qual destas funções em que se sente melhor?
J.B: Gosto
das duas. Gosto de fazer direção de actores e ainda mais fazer direção de
atores de elenco infantil e juvenil, acho que é a minha praia. As crianças e os
jovens são muito genuínos no que fazem. Não têm noção do ridículo, por isso não
existem barreiras e as coisas que criam e que dão são maravilhosas. E
aprende-se muito a trabalhar atrás das câmaras.
M.L: “Morangos com Açúcar” foi cancelada ao fim de
quase 10 anos de exibição. Como vê o percurso que a série fez até ser
cancelada?
J.B: A série
"Morangos com Açúcar" ajudou a descobrir e a formar muitos atores.
Para o público também foi um marco. Passou por gerações. Claro que há e sempre
vão haver pessoas que não gostam e que critiquem, mas isso é com os “Morangos…”
e com qualquer trabalho. Não se pode agradar a gregos e a troianos!!!!
Mas a verdade é que é muito bom e muito divertido trabalhar na série e
agora no Filme. É um projeto que vai deixar muitas saudades e eu lamento
muito que acabe!
M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu
percurso como atriz?
J.B: Tantas...
Trabalhei com profissionais fantásticos ao longo da minha carreira.
M.L: Em 2011, Portugal conquistou o seu segundo Emmy
com a telenovela da SIC “Laços de Sangue”. Como vê este reconhecimento
internacional?
J.B: Vejo
com muito agrado! Era bom que se fizesse mais ficção em Portugal. Acho que é
importante haver projetos nacionais com os quais nos possamos identificar.
M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
J.B: Muito
trabalho, porque nada se consegue sem trabalho. Muita coragem e força de
vontade, porque não é uma profissão fácil!
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
J.B: Neste
momento, está a ser criada a I9-Associação Inovar9. É um projeto que vai
incluir Teatro e Televisão. Estamos a trabalhar... Em breve não percam as
novidades da I9!!!!!!
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda?
J.B: Humm...
Há uma Personagem que gostava de fazer! Acredito que um dia a consiga fazer.ML
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