M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
J.M: Eu queria viver muitas experiências diferentes, vidas diferentes, profissões diferentes, épocas diferentes, etc. E percebi que a única maneira de viver tudo isso numa só vida era sendo atriz.
M.L: Quais são as suas grandes influências, enquanto
atriz?
J.M: Desde muito pequena que ia bastante ao cinema e
(certamente) ter visto tantas e tão diferentes coisas foi uma das minhas
grandes influências.
M.L: Fez teatro, cinema e televisão. Qual destes
géneros que lhe dá mais gosto em fazer?
J.M: São todos diferentes e como tal gosto de todos,
mas por motivos diferentes. Espero poder continuar a trabalhar nas várias áreas
ao longo da minha vida. Mas se me apontassem uma arma à cabeça e tivesse mesmo
de escolher aí escolhia o cinema.
M.L: Houve algum trabalho num destes géneros que a
tenha marcado até agora?
J.M: Todos os trabalhos nos
marcam pelo menos a mim que me entrego tanto a cada coisa: ou por serem os
primeiros naquela área ou pela personagem em si. Por exemplo: Fazer o filme “E
o Tempo Passa” (2011) foi uma grande experiência. A sensação de estar a participar num
grande filme, realizado por um realizador consagrado (Alberto Seixas Santos), foi
uma responsabilidade enorme. Fazer “A Princesa” (RTP), além da personagem maravilhosa
que tinha, pela sua vida dupla e quase dupla personalidade, mas também por
saber que estava a fazer algo para alertar as pessoas ou seja que o meu
trabalho poderia ajudar alguém. A peça “Hanjo”, além de ter sido a minha
estreia em teatro como profissional, por ser no Teatro da Comuna que é o meu
teatro preferido e por ser um projeto com pessoas que gosto muito tanto a nível
profissional como pessoal. Mas de cada vez que cito um exemplo sinto que estou
a ser injusta para cada projeto que não estou a referir.
M.L: Recentemente participou nos telefilmes “Intriga
Fatal” e “A Princesa” respetivamente da TVI e da RTP. Como correu estes dois
trabalhos?
J.M: Acho que correram muito bem. Eu gostei imenso
de os fazer e estou muito agradecida pela oportunidade que tive de fazer duas
personagens tão interessantes e por ter trabalhado com atores incríveis.
M.L: Como é que surgiu o convite para participar nestes
dois projetos?
J.M: A Plural (que
produziu “Intriga Fatal” para a TVI e “A Princesa” para a RTP) conhecia o
meu trabalho e assumo que tenham achado que eu seria uma boa escolha para o
papel visto que me escolheram.
M.L: Como vê esta aposta nos telefilmes por parte da
TVI e da RTP?
J.M: Acho muito importante que isto esteja a ser
feito. Acho que pode ajudar muito a desenvolver o cinema português, habituando
as pessoas em casa a ver filmes portugueses, o que fará com que comecem a ver
mais filmes nossos nos cinemas.
M.L: Houve algum momento que a tenha marcado até
agora, enquanto atriz?
J.M: Se em cada trabalho que faço não houvesse sempre
momentos que me marcassem não teria escolhido esta profissão. Sou completamente
apaixonada pela representação e isso vem do fato dela me proporcionar tantos
momentos especiais.
M.L: Como vê atualmente o teatro e a ficção nacional?
J.M: Acho que tanto a nível de cinema como de teatro,
as coisas estão a mudar. É verdade que os subsídios estão a diminuir ou mesmo a
acabar, mas isso não fará com que o teatro e o cinema em Portugal desapareçam.
Fará sim com que haja cada vez mais projetos independentes em que as pessoas
arranjam os seus próprios patrocínios e em que será cada vez mais necessária a
presença de público nas salas.
M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
J.M: Gostava muito, faz parte do
sonho. Até porque desde sempre quis viver em várias partes diferentes do mundo.
Cheguei inclusive a ir fazer o liceu para os EUA sozinha, num programa de
intercâmbio, quando tinha 16 anos. Gosto de aventura e de viver em sítios
diferentes e assim continuar a minha profissão nos sítios, onde estiver.
M.L: Quais são os atores em Portugal com quem gostava
de trabalhar no futuro?
J.M: Isso é uma pergunta injusta. Há tantos atores
e atrizes com quem gostaria de trabalhar que seria injusto dizer nomes, pois
estaria sempre a deixar alguns de fora.
M.L: Recentemente foi criada a Academia Portuguesa de
Cinema que é equivalente à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de
Hollywood. Como vê esta iniciativa?
J.M: Acho uma ótima iniciativa e até já dei início à
minha inscrição na Academia. Tantos países têm Academias de Cinema, que já
estava na hora de criar a portuguesa. Os seus fundadores merecem uma salva de
palmas!
M.L: Houve alguma pessoa que a tenha marcado até
agora, enquanto atriz?
J.M: No meio profissional houve várias e a nível
académico também, mas para escolher uma que me tenha marcado particularmente
escolho uma amiga de liceu que provavelmente nem sabe que teve esta
importância, mas a quem devo estar aqui. Foi a primeira pessoa a acreditar em
mim e a fazer-me acreditar que tudo isto seria possível e esse primeiro passo
foi o que mudou tudo.
M.L: A telenovela portuguesa celebra este ano 30 anos
de existência. Que balanço faz destes 30 anos?
J.M: Não posso fazer um balanço dos 30 anos, porque
não os acompanhei. Mas do período que conheço acho que os projetos são cada vez
melhores. Além de que (claramente) houve um enorme crescimento na quantidade de
produção nacional de telenovelas e isso é uma constatação evidente.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito até
agora como atriz?
J.M: Estou muito contente com o meu percurso. Eu
decidi investir primeiro na minha formação e escolher muito bem os projetos que
fazia. Acho que tive mesmo muita sorte e tendo em conta o pouco tempo que
passou, ter conseguido acabar o Conservatório (Escola Superior de Teatro e Cinema), estudar em Nova Iorque e Itália
com grandes mestres, ter conseguido trabalhar nas três áreas: Cinema, Teatro e
Televisão, é para mim um grande motivo de orgulho.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
J.M: Tenho neste momento um convite para um projeto
em televisão e para 2013, um projeto de teatro meu encenado por um conhecido
encenador americano a quem apresentei o projeto e que quis ser ele a encena-lo.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda?
J.M: Tantas. Tenho vários
realizadores portugueses com quem gostaria de trabalhar, bem como encenadores.
Tenho personagens que gostaria muito de fazer, mudanças radicais de imagem, etc.
E espero que assim continue até ao fim da minha vida. Espero ter sempre coisas
para fazer, que ainda não tenha feito.
M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da
sua vida?
J.M:
As coisas estão verdadeiramente a correr tão bem que não gostaria que nada
mudasse, para já. Desejo apenas que continuem a evoluir de forma a eu poder
realizar todos os projetos e sonhos que descrevi ao longo desta entrevista.ML
Que sofrimento ter de ler a entrevista com o acordo ortográfico e facto leva c.
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