M.L: Como é que surgiu o interesse pela escrita?
S.S: Sempre gostei de escrever, por isso formei-me em jornalismo. Fui jornalista, durante algum tempo e a minha incursão na escrita de argumentos foi completamente por acaso. Um daqueles "acidentes" felizes, por assim dizer. Fui convidada a experimentar e cá estou eu, dez anos depois de ter experimentado. Acho que encontrei o meu caminho.
M.L: Quais são as suas grandes influências, enquanto
guionista?
S.S:
O cinema e as séries norte-americanas. Adoro e quero um dia poder dizer que em Portugal
se fazem coisas assim, de qualidade internacional.
M.L: Qual foi o trabalho que a marcou, durante o seu
percurso como guionista?
S.S:
Foram vários trabalhos, mas destaco o “Anjo Selvagem” (TVI): o meu primeiro
amor e o “Espírito Indomável” (TVI): uma experiência diferente, algo que já
queria fazer há muito tempo.
M.L: Além do guionismo também teve experiência como
jornalista. Que recordações guarda dessa experiência?
S.S:
Já lá vai muito tempo, mas do que sinto mais falta é do "estar no
terreno", da ação, do correr atrás da notícia. Eram dias mais
agitados.
M.L: Gostava de voltar a trabalhar na Comunicação
Social?
S.S:
Quem sabe um dia? É uma hipótese que não descarto até porque gosto bastante.
M.L: Um dos seus trabalhos mais marcantes, enquanto
guionista foi a telenovela “Espírito Indomável” (TVI) que foi exibida entre 2010
e 2011. Que recordações guarda desse trabalho?
S.S:
Do ritmo frenético, da reação do público e do próprio elenco. Foi uma novela em
que tudo se enquadrou lindamente desde o argumento, à realização, à
representação...
M.L: Como vê o enorme sucesso que a telenovela teve,
durante a sua exibição?
S.S:
Com muita satisfação. É para isto que trabalhamos.
M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o
seu percurso como guionista?
S.S:
A morte do Francisco Adam. Estávamos a escrever a série de Verão dos “Morangos
com Açúcar” (TVI) e foi difícil lidar na vida real e enquadrar na narrativa uma
morte tão prematura.
M.L: Como vê atualmente a ficção nacional?
S.S:
Penso que está em constante evolução e é disso que precisamos.
M.L: Em 2011, Portugal conquistou o seu segundo Emmy
com a telenovela da SIC “Laços de Sangue”. Como vê este reconhecimento
internacional?
S.S:
Fantástico! Não posso estar mais orgulhosa de fazer parte desta máquina e de
compartilhar com os meus colegas argumentistas mais este sucesso.
M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
S.S:
É o meu sonho, mas sei que é difícil.
M.L: Trabalha na Casa da Criação há vários anos. Que
balanço faz do tempo em que está na empresa?
S.S:
Positivo.
M.L: Como é que é a sua rotina, quando escreve uma
telenovela?
S.S:
Frenética.
M.L: Gostava de trabalhar em outras áreas como a
literatura e o cinema?
S.S:
Já fiz uma pequena incursão na literatura com os livros dos “Morangos…”, mas
gostava obviamente de ir mais longe. E adorava escrever um guião para cinema,
mas creio que este ainda é um meio pequeno e muito fechado em
Portugal, aberto apenas a alguns nomes. Talvez um dia. Seja como for, não é
fácil escrever uma novela a par com um livro ou um guião de cinema. Por isso,
tem sido também um sonho adiado.
M.L: Ajuda na escolha do elenco de um projeto seu?
S.S:
O elenco é sempre sugerido pela Plural e aprovado pela TVI. Obviamente dou a
minha opinião.
M.L: Atualmente está a escrever a telenovela “Doce
Tentação” que está em exibição na TVI. Como é que está a correr este trabalho?
S.S:
A “Doce Tentação” está a correr muito bem e dentro das expectativas.
M.L: Como é que surgiu a ideia de escrever esta
telenovela?
S.S:
Dos contos de fadas.
M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu
percurso como guionista?
S.S: Duas pessoas: A Maria João Mira por me ter ensinado. E o
André Cerqueira. Foi alguém que fez muito pela Plural e pela Casa da Criação e
que ousou apostar em novos autores.
M.L: Que balanço faz da sua carreira?
S.S:
Muito positivo.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
S.S:
Irei descansar a seguir à “Doce Tentação” e depois a TVI decidirá o meu futuro.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda?
S.S:
Ganhar um Óscar!
M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da
sua vida?
S.S:
Gostava de escrever uma série televisiva.
M.L: Se não fosse a Sandra Santos, qual era a guionista
que gostava de ter sido?
S.S: Tantos...ML
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