M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
C.M: Surgiu naturalmente. O
meu pai era uma pessoa que gostava de música e eu fui acompanhando mais ou
menos o gosto dele e iniciei-me primeiro na música e depois surgiu a
representação.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
C.M: Tenho muitas
consoante o trabalho que estou a fazer.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
C.M: É um bocadinho
complicado, porque tem fases. Eu faço teatro desde os 17 anos e foram muito
boas as peças que eu fiz. Para mim, todos os trabalhos são importantes.
M.L: Entre 2007 e 2008, participou na telenovela
“Resistirei” que foi exibida na SIC, na qual interpretou a personagem Marta
Tavares. Que recordações guarda desse trabalho?
C.M: Foi uma personagem
forte, porque perde um filho e na altura eu já era mãe, portanto vivi a
personagem de outra forma. Houve uma equipa boa e bastante empenhada no
trabalho. Fiquei com pena da novela não ter passado integralmente, mas eu tenho
tido muita sorte no que diz respeito à televisão, porque têm-me dado
personagens muito interessantes para interpretar, com percursos oscilantes a
nível emocional e para uma atriz é fantástico.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção nacional?
C.M: A crise não é só no
teatro ou na televisão. É geral, mas ainda assim se continua a fazer boa
ficção, bom teatro, apesar de estarmos a viver num momento de crise, de haver
pouco dinheiro para a Cultura, e continuamos a evoluir e a crescer como artistas
e isso é bom.
M.L: Em 2014, celebra 22 anos de carreira, desde que
se estreou como atriz em 1992. Que balanço faz destes 22 anos?
C.M: Bons. Não foram
fáceis. Viver-se disto e querer ter uma família, com filhos… Não é um mar de
rosas, mas eu adoro aquilo que faço, tenho o privilégio de fazer aquilo que
gosto e mesmo nos momentos em que nos sentimos pior, com menos trabalho, com
mais angústias, o balanço é sempre positivo e sempre a tirar algo de positivo.
M.L: Como lida com o público que acompanha sua
carreira há vários anos?
C.M: Lido bem. Tenho uma
página de fãs no Facebook e gosto de sentir que o público me acarinha, que
gosta do meu trabalho e para mim isso é uma mais-valia, mais do que tudo na
vida. É o que nos faz sorrir e continuar.
M.L: Vive em Lisboa, mas é natural do Porto. Gostava
de, um dia, regressar ao Porto no que diz respeito a viver cá permanentemente,
quando tiver uma certa idade?
C.M: Já não tenho essa
ambição. Eu gosto muito do Porto, gosto de visitar a minha família, gosto de
estar aqui a trabalhar, mas agora a minha vida é em Lisboa. Não quer dizer que
não venha, as pessoas mudam de ideias, mas neste momento não faz parte dos meus
planos vir para cá.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
C.M: Persistência e
sobretudo muita humildade.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
C.M: Viajar mais.ML
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