M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
N.L: Nasci no meio
artístico. Sou filho único de um casal de cantores e, já na minha infância, eu
queria ser cantor ou ator. O meu início foi aos 6 anos na Rádio Record, em São
Paulo.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto ator?
N.L: As minhas influências
começam com os ídolos do Cinema americano e da Europa. Mais tarde, também os
grandes atores brasileiros como Paulo Autran, Cacilda Becker, Walmor Chagas,
Sérgio Cardoso e Maria Della Costa, para citar alguns.
M.L: Faz teatro, cinema e televisão. Qual destes
géneros que mais gosta de fazer?
N.L: Acho que um ator,
para ser completo precisa de trabalhar no teatro, no cinema e na televisão.
Tenho formação teatral, mas sempre trabalhei nas três áreas. O que me interessa
na verdade é o projeto e as pessoas envolvidas.
M.L: Qual foi o trabalho que mais o marcou, até agora,
durante o seu percurso como ator?
N.L: São muitos trabalhos
marcantes, tanto na televisão, como no teatro e no cinema. Para citar apenas um
foi no teatro: "O Mistério de Irma Vap". Pela longa carreira, 11 anos
em cartaz e atingindo 3 milhões de espectadores. Um enorme sucesso de crítica e
público.
M.L: Entre 1991/92, participou na telenovela “Vamp”
que foi exibida na TV Globo, na qual interpretou o vampiro Vlad. Que
recordações guarda desse trabalho?
N.L: Até hoje a novela
“Vamp” faz sucesso quando é reposta. Tenho um carinho muito grande pelo Vlad, a
minha personagem na novela. São muito boas recordações desse trabalho, eu destacaria
principalmente o facto de ter atingido o público infantil. Foi um presente.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e o audiovisual
(Cinema e Televisão) no Brasil?
N.L: Estamos vivendo um
bom momento de amadurecimento. Acho que o Brasil tem uma capacidade muito
grande de renovação com o surgimento de novos diretores e autores. E vivemos
numa Democracia. Temos filmes autorais de alto nível com prémios em festivais e
filmes de gosto popular levando um público enorme ao cinema, que traduz em
farta bilheteria.
M.L: Como lida com o público que acompanha sua
carreira há vários anos?
N.L: Adoro ser
reconhecido, tirar fotos e dar autógrafos. Sou um ator popular, não vivo
escondido numa caverna.
M.L: Entre 2008/09, participou na telenovela “Negócio
da China” que foi exibida na TV Globo, na qual contou com a participação dos
atores portugueses Ricardo Pereira, Joaquim Monchique, Maria Vieira e Carla
Andrino. Como foi trabalhar com eles?
N.L: Foi um grande prazer.
São ótimos atores e pessoas muito simpáticas. A nossa influência vem dos
portugueses. Somos frutos da Escola portuguesa. No meu último trabalho em teatro, a peça "Entredentes", éramos 3 atores em cena: Eu, o ator Edi
Botelho e uma atriz portuguesa maravilhosa, Maria de Lima. Uma grande atriz,
simplesmente genial. Ela encantou-nos com o seu talento, simpatia e cultura.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
N.L: Eu fiz escola de Teatro
e acho que é o melhor caminho. O Talento é nato, mas a escola é a base de tudo.
Ela dá-nos conhecimento e capacidade para enfrentar a profissão.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como ator?
N.L: Tenho 70 anos de
idade e 50 de profissão. Sinto-me feliz e realizado por ter escolhido esta
profissão. Acho que fiz a escolha certa.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
N.L: Tenho propostas de
trabalho tanto no cinema como no teatro e na televisão. São projetos que ainda
estou analisando e ainda é cedo para dizer algo. Mas vem coisa boa por aí.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
N.L: Apesar da idade, ainda me sinto como um aluno
recém-saído da escola de Teatro. Tenho uma criança dentro de mim que ainda
sonha com grandes personagens e projetos que possam contribuir e ajudar a mudar
a Sociedade para melhor.ML
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