M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
M.J.L: Muito cedo. Eu
sempre gostei de dizer coisas às pessoas, de dizer poesia alto, de coisas que
eu gostava. Eu lia às pessoas as coisas que eu lia e que gostava muito e isso
foi bom a perceber que talvez a minha vocação fosse ser atriz. Comecei a
representar em grupos amadores e depois fui para o teatro profissional. Foi
assim o meu percurso.
M.L: Quais são as suas referências, enquanto atriz?
M.J.L: Tinha várias na
altura. Quando comecei, a minha grande referência era a Maria do Céu Guerra, e
tive a possibilidade de trabalhar com ela quando entrei para o teatro
profissional. Adorava a Maria do Céu Guerra, adorava o Luís Miguel Cintra, o
Jorge Silva Melo. Eram estas as minhas referências.
M.L: De todos os trabalhos que tem feito até agora
como atriz, qual foi o mais marcante para si nomeadamente a nível tanto pessoal
como artístico?
M.J.L: Talvez o que mais
me realizou até hoje foi “Stabat Mater”. Foi um monólogo que eu fiz e que eu
adorei fazer pelo texto e pelo resultado final. Aquele texto colou-se a mim de
uma maneira que era completamente meu, portanto “Stabat Mater” era muito bom de
fazer.
M.L: Em 2010, participou na minissérie “Destino
Imortal” que foi exibida na TVI, na qual interpretou a vampira Lídia. Como é
que se preparou/inspirou para interpretar esta personagem, tendo em conta que o
universo vampírico era até então pouco explorado em Portugal no que toca ao
audiovisual?
M.J.L: Era muito teatral,
nós fazíamos uma coisa muito teatral. Era como fazer teatro em televisão.
Basicamente era isso, era imaginar uma personagem que não existe à partida e
era divertido de fazer. É um mundo que é divertido de explorar, que é
engraçado.
Catarina Wallenstein, Evelina Pereira e Maria João Luís na apresentação de "Destino Imortal" |
M.L: Celebrou 30 anos de carreira em 2015, desde que
se estreou como atriz em 1985. Que balanço faz destas últimas três décadas?
M.J.L: 30 anos são muito
tempo. Faço um bom balanço, acho que foi divertido, é divertido e há de
continuar a ser.
M.L: Como lida com o público que acompanha sua
carreira há vários anos?
M.J.L: Lido normalmente
como lido com qualquer outra pessoa. São seres humanos que estão à minha volta,
têm as suas opiniões sobre o meu trabalho e o meu trabalho é uma coisa de
exposição, está lá, é para as pessoas verem.
M.L: Além da representação, também tem experiência
como encenadora. Tendo em conta essa experiência, gostava de um dia ter a
coragem de experimentar outras maneiras de dirigir atores como, por exemplo, a
direção de atores em televisão?
M.J.L: Não, isso eu não
gostava. Não tenho grande vontade de fazer isso. É um trabalho muito maçador em
televisão, porque são muitas horas e estás ali sempre a olhar para as mesmas
pessoas e é tudo muito rápido. É um trabalho um bocadinho inglório às vezes.
Não é uma coisa que me dê muita vontade de fazer.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
M.J.L: Não sei o que
dizer. Acho que as pessoas devem procurar aprender tudo, saber fazer de tudo um
pouco, e depois uma escola de teatro. É o único conselho que eu posso dar.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
M.J.L: Viajar muito. Tenho muita vontade de poder
viajar, de poder ver o Mundo. Há muitos anos que não viajo.MLFotografia: Gustavo Bom/Global Imagens
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