M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
I.R: Quando o meu jovem
marido João D’Ávila descobriu que eu tinha vocação para actriz.
M.L: Quais são as suas referências, enquanto actriz?
I.R: Tudo o que me rodeia.
M.L: Começou como bailarina, antes de enveredar pela
representação. Já alguma vez se sentiu arrependida por ter deixado a dança para
abraçar uma carreira como actriz?
I.R: Nunca me arrependi.
M.L: Estreou-se nas telenovelas em 2000 com “Ajuste de
Contas” que foi exibida na RTP, na qual interpretou a personagem Marta. Que recordações
guarda da experiência de participar num projecto dessa natureza?
I.R: Fui das primeiras
jovens actrizes a fazer teatro e bailado quando a televisão surgiu em Portugal.
Depois de alguns anos a viver no estrangeiro e portanto afastada da cena
portuguesa, quando regressei voltei em força a fazer cinema e teatro. A minha
experiência em 2000 no “Ajuste de Contas” foi mais um desafio de que me posso
orgulhar.
Mário Jacques, António Montez, Rui Mendes, João Perry, Lia Gama, Sinde Filipe e Isabel Ruth em "Ajuste de Contas" |
M.L: É considerada como a actriz-musa do Cinema Novo
português. Tem saudades dessa altura específica do cinema nacional?
I.R: Não tenho saudades do
passado, não quero transformar-me numa estátua de pedra!
António de Macedo, Isabel Ruth e António da Cunha Telles com o produtor/Presidente da Academia Portuguesa de Cinema Paulo Trancoso |
M.L: Trabalhou frequentemente com Paulo Rocha que foi
um dos responsáveis pelo Cinema Novo português. Como olha para o percurso que
ele desenvolveu até ao seu falecimento em Dezembro de 2012?
I.R: Olho através dos seus
filmes…
M.L: É natural de Tomar, onde viveu parte da sua
infância. Tomar tem um significado muito especial para si ainda hoje?
I.R: Sim, tem. É lá que
guardo uma parte da minha infância.
M.L: Disse numa entrevista que teve e ainda tem uma
vida aventurosa. Na sua opinião, acha que devia haver mais espírito de aventura
na vida das pessoas?
I.R: Não me meto na vida
das pessoas, cada um vive como pode. Aventura significa para mim algo novo. Preciso
de renovar a minha vida constantemente, preciso de Conhecimento!
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
I.R: Aconselho que seja
honesto consigo próprio e se sente que a vida o encaminha para aí, que siga sem
medo e com humildade.
M.L: Olhando para trás, sente-se de certa forma
satisfeita com o percurso que tem desenvolvido até agora como actriz?
I.R: Acho sensato aceitar
o que a vida me tem dado. Estou grata.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
I.R: Gostava de fazer um filme com um realizador que
me enchesse as medidas…MLEsta entrevista não está sob o novo Acordo Ortográfico
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