M.L: Quando surgiu o interesse pelo jornalismo?
M.S: O meu interesse pelo
jornalismo surgiu muito cedo. Aos 8 anos de idade, depois de ter querido ser
princesa loura e de olhos azuis, anunciei aos meus pais que iria ser
jornalista. Nunca mais mudei de ideias.
M.L: Quais são as suas referências nesta área?
M.S: Fui muito influenciada
pelo jornalismo brasileiro, que por sua vez, segue o estilo norte-americano. Gosto
de conversar com os meus entrevistados e não de os interrogar. Para isso, é
preciso preparar bem o trabalho de casa. Ser descontraído não significa
obrigatoriamente improvisar.
M.L: Como vê, atualmente, a Comunicação Social em
Portugal?
M.S: Acho que a
Comunicação Social, não apenas em Portugal como no Mundo inteiro, está a sofrer
mudanças radicais devido ao advento do digital. Praticamente, já nenhum órgão
de Comunicação Social consegue dar notícias em primeira-mão, pois com a Internet,
toda a gente sabe de tudo quase ao mesmo tempo.
M.L: Em 2015, celebra 34 anos de carreira, desde que
começou como jornalista em 1981. Que balanço faz destes 34 anos?
M.S: O balanço é positivo.
Sinto-me realizada por ter conseguido manter-me até hoje na profissão que
escolhi. Não tenho um emprego, tenho uma carreira. E orgulho-me bastante dela.
Mas confesso que nunca me sinto tão velha a ponto de ter já mais de 30 anos de
jornalismo. E ainda não me considero uma veterana.
M.L: Vive em Portugal, mas nasceu no Brasil, sendo
filha de portugueses. Como vê, hoje em dia, os dois países, a nível de
intercâmbio?
M.S: Esta é uma pergunta
complexa, pelo que vou cingir-me apenas ao aspeto cultural do intercâmbio
luso-brasileiro. Brasil e Portugal estão unidos pelo nosso maior património
comum, que é a língua. Nesse sentido, haverá sempre muito o que fazer para
incrementar o intercâmbio, pois há que garantir esta herança para as futuras
gerações. Do ponto de vista artístico, durante varias décadas houve a sensação
de que os portugueses admiravam mais os brasileiros do que vice-versa. Mas
penso que nos últimos anos, Portugal tem marcado presença constante no Brasil e
mudado um pouco essa perspetiva. Veja-se o exemplo de António Zambujo e
Carminho no Fado ou de Leonel Vieira no cinema. Veja-se as inúmeras parcerias
que se têm criado no campo das artes plásticas, da dança, do teatro e até da
televisão. Acho que, hoje em dia, o intercâmbio está muito mais equilibrado.
M.L: Entrevistou personalidades de diferentes áreas e
nacionalidades ao longo de 34 anos como jornalista. De todas as entrevistas que
fez, qual foi a mais marcante para si?
M.S: É quase impossível
escolher uma única entrevista entre centenas... Mas posso dizer que me senti
privilegiada por ter tido a oportunidade de falar com a Madre Teresa de
Calcutá. Uma entrevista de poucos minutos, realizada no Aeroporto de Lisboa,
mas muito marcante para mim. Mas como na verdade sou especialista em artistas
brasileiros, não posso deixar de citar nomes como Fernanda Montenegro, José
Wilker, Marília Pêra, Antonio Fagundes, entre dezenas de outros... Com destaque
particular para a minha atriz favorita, Glória Pires, que entrevisto
regularmente desde o início da minha carreira e com quem é sempre um grande
prazer conversar. E na música, Ney Matogrosso, que é super-culto e super-charmoso.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na área do jornalismo?
M.S: Não me sinto à
vontade para dar conselhos gerais. Acho que cada caso é um caso. Penso, no
entanto, que continua a ser importante ter vocação para o jornalismo.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
M.S: O meu próximo projeto
é criar o Blog da Moema.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
M.S:
Ainda não viajei pelo Mundo tanto quanto gostaria. Mas não perdi a esperança de
o fazer!MLFotografia: António Pedro Ricardo
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