M.L: Quando surgiu o interesse pelo jornalismo?
M.C: Curiosamente nunca
pensei que seria jornalista. Licenciei-me em Comunicação Social e Cultural pela
Universidade Católica de Lisboa. Enquanto frequentei este curso sempre pensei
que seguiria a vertente cultural. Foi depois da faculdade, e por insistência de
uma amiga, que me inscrevi no CENJOR, num workshop
de televisão. Alguns meses depois convidaram-me a integrar a primeira equipa de
jornalistas para o arranque da SIC Notícias. Comecei como estagiária. Nunca
mais deixei o jornalismo. Nem a televisão.
M.L: Quais são as suas referências nesta área?
M.C: Tenho várias. E não
creio que seja justo apontar meia dúzia de nomes em detrimento de outros. Até
agora tive a sorte de trabalhar com pessoas extraordinárias que foram/são
determinantes na minha formação. Moldaram-me enquanto jornalista e enquanto ser
humano.
M.L: Como jornalista, trabalha, essencialmente, na
televisão. Gostava de, um dia, experimentar outros meios de comunicação como,
por exemplo, a imprensa?
M.C: Cheguei a escrever
para alguns jornais e revistas no início da carreira. Mas o jornalismo em
televisão representa, antes de mais, trabalho de equipa. Isso é algo que me
cativa e continua a fascinar até hoje. Definitivamente, é onde me sinto em
casa.
M.L: Tem colaborado com o jornalista da RTP, Mário
Augusto, nos últimos 12 anos. Que balanço faz da sua colaboração com ele?
M.C: O melhor possível. O
Mário é um profissional incansável e um homem extraordinário. Tem uma enorme
capacidade de trabalho e parece que consegue estar em várias cidades ao mesmo
tempo! Com ele aprendi a não desistir. Seja do que for. Venham mais doze!
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como jornalista?
M.C: Um documentário sobre
o aquecimento global. Fui até ao arquipélago de Svalbard, no Círculo Polar
Ártico. Estive em Longyearbyen, o povoado mais a norte do planeta. Onde é
obrigatório levar uma caçadeira, sempre que se sai de casa, por
causa dos ursos polares. Visitei os glaciares e percebi como é frágil o
equilíbrio deste nosso planeta. Inesquecível! Uma experiência transformadora.
M.L: Como vê, atualmente, a Comunicação Social em
Portugal?
M.C: Como em qualquer
outra área existem ótimos profissionais que desenvolvem trabalhos muito
válidos. Mas também temos o outro lado da moeda. Por vezes arrepia-me a forma
como alguns jornalistas atiram o Código Ético e Deontológico para o caixote do
lixo. Se é que alguma vez já o leram.
M.L: Fez parte da equipa-fundadora da SIC Notícias, onde
trabalhou durante 2 anos. Que recordações guarda dessa experiência?
M.C: Foi uma fase
emocionante da minha vida. Tinha vinte e poucos anos. Estava num projeto
inovador em Portugal. Sentia que podia fazer a diferença. Tinha ainda uma ideia
muito romântica do jornalismo. Todos os dias aprendia alguma coisa nova. Estava
num turno que me obrigava a chegar à redação por volta das 4h00 da manhã. (E
tinha energia para isso…)
M.L: Qual é a Personalidade do Cinema que gostava de
entrevistar no futuro?
M.C: Tantas… todas! Por
onde começar? Tenho uma lista onde anoto religiosamente os nomes dos meus
entrevistados. As centenas acumulam-se, mas há milhares por fazer!
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na área do jornalismo?
M.C: Em vez de um conselho,
fazia antes uma pergunta: “Tens a certeza?”.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem desenvolvido,
até agora, como jornalista?
M.C: Ainda é muito cedo para balanços… afinal, estou
agora a começar!ML
Sem comentários:
Enviar um comentário