M.L: Quando surgiu o interesse pelo jornalismo?
L.C: Sempre fui curiosa
por natureza e desde muito pequena que falava muito nas aulas. De alguma forma
o bichinho do jornalismo sempre esteve dentro de mim. Depois tive a
oportunidade de participar em algumas experiências que alimentaram ainda mais a
minha paixão pelo jornalismo. Aos 11 anos, já tinha escrito para o jornal
"O Primeiro de Janeiro" e pouco tempo depois comecei a trabalhar numa
rádio local, a antiga "Rádio Larouco", com uma rubrica de culinária
de segunda a sexta-feira. Ao mesmo tempo, tive bons professores de português
que sempre me incentivaram e foram muito criteriosos na aprendizagem e uso
da língua portuguesa. Em casa, sempre senti a liberdade de escolha. Os meus
pais nunca fizeram qualquer tipo de imposição.
M.L: Quais são as suas referências nesta área?
L.C: São tantas e tenho a
sorte de trabalhar numa casa feita de grandes jornalistas. É um privilégio
poder aprender todos os dias, desde o primeiro dia, com "senhores e
senhoras" do rigor, da isenção e da verdade. Sem querer ser injusta,
destaco exemplos como o José Manuel Mestre, o Pedro Coelho ou a Cândida Pinto. Mas
quero deixar claro que a SIC está cheia de grandes profissionais em todas
as áreas.
M.L: Desde 2003 que trabalha na SIC e tinha 11 anos de
idade, quando o canal foi lançado em 1992. Como vê a evolução que a SIC tem
tido, desde que ingressou no canal até agora?
L.C: A comunicação social
é o espelho do que se passa no mundo. A realidade está em permanente mutação e
de forma cada vez mais rápida. Creio que a SIC tem sabido adaptar-se
constantemente e responder de forma assertiva aos desafios, sem perder a
identidade e os valores-base do jornalismo.
Liliana Carvalho na condução do programa diário "Opinião Pública" na SIC Notícias |
M.L: De todos os trabalhos que tem feito até agora como
jornalista, qual foi o mais marcante para si a nível de profundidade e investir
o seu tempo?
L.C: Sou uma pessoa que
gosta de desafios. Em televisão não há tarefas mais importantes do que outras,
mas cada uma tem as suas especificidades. Seja em que papel for, de pivô, a
repórter, passando pela coordenação, tento dar a cada segundo o melhor de mim. Já
passei por várias áreas e acredito que todos os dias crescemos um bocadinho
como pessoas. São os nossos princípios que fazem a diferença na vida, como no
jornalismo. De todas as formas, tenho muito para aprender.
M.L: É natural de Chaves e desde 1999 que vive em
Lisboa. Gostava de, um dia, regressar ao Norte no que toca a viver e trabalhar lá?
L.C: Sou de Chaves e muito
orgulhosa de ser flaviense. Preciso sempre de voltar às minhas origens, até
porque é lá que está grande parte da minha família. Adotei Lisboa como cidade
do meu coração há muitos anos e depois de ter vivido em Madrid, senti ainda
mais saudades do Tejo, do mar, da serra, da luz, dos encantos da cidade que me
acolheu também. Não se pode prever o futuro a longo prazo, não sei onde irei
parar, mas para já, é aqui a minha vida.
M.L: Tem experiência na apresentação de programas
sobre automóveis (“TV Turbo” & “Volante”). Como olha para o futuro da
indústria automóvel nos próximos anos?
L.C: As vendas
de automóveis servem muitas vezes de indicador do estado da economia de um
país. Quanto à indústria do setor automóvel diria que está em ebulição com
enormes desafios pela frente. Não é possível travar a revolução tecnológica e a
necessidade de eficiência energética.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na área jornalística?
L.C: Creio que
deveria procurar conhecer a realidade do mercado laboral e conhecer
todo o processo que envolve o trabalho jornalístico antes de tomar uma decisão.
É-se jornalista 24h sobre 24h. Não é daquelas profissões que dá para desligar
ao sair do local de trabalho e voltar a ligar no dia seguinte. Parece-me que
muitos jovens não têm uma noção clara dos sacrifícios pessoais e familiares que
a nossa profissão exige. Querer ser jornalista tem que vir do âmago do nosso
ser. Só assim é possível ultrapassar desafios e obstáculos e são muitos.
Ninguém quererá saber se passámos a noite em branco, se estamos tristes, se
temos problemas. O nosso "eu" fica de fora, na hora de informar os
portugueses, porque eles merecem o melhor de nós.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem desenvolvido
até agora como jornalista?
L.C: É um balanço muito
positivo, com a noção que o caminho que tenho pela frente é muito longo e que
tenho muito ainda para aprender e para dar.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
L.C: Termino esta entrevista como comecei. Falta tanta
coisa e acho que faltará sempre, até ao meu último dia de vida. Porque é assim
que eu sou: "insatisfeita por natureza".ML
É um orgulho enorme ser amiga, conterrânea e admiradora desta enorme profissional... Uma profissional de alma e coração. É um prazer vê-la "crescer" a cada dia com a mesma humanidade e humildade que a caracterizam desde sempre. Continuo a desejar, a cada dia, que o sucesso a acompanhe a cada passo do seu percurso pessoal e profissional...porque ela merece!
ResponderEliminarJá a felicitei pela entrevista.
ResponderEliminarQuero expressar a minha satisfação pessoal pelo excelente trabalho desta fascinante jornalista. Um trabalho que executa a favor da sua televisão e das pessoas. Parabéns, Liliana Carvalho. Muitos parabéns. Felicidades! Abraços, do,
Esta manhã, apercebi-me do valor desta Jornalista, da sua serena tranquilidade, que passa pelo ecran, e da capacidade para gerir as situações. Uma grande Jornalista!
ResponderEliminarUma muito linda jornalista...
ResponderEliminarQue jornalista fantástica. Não há como não a admirar.
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