sábado, 23 de julho de 2011

Mário Lisboa entrevista... Maria João Gama

Olá. A próxima entrevista é com a apresentadora da RTP Maria João Gama que começou a sua carreira de apresentadora em 1992 ao integrar a equipa fundadora da RTP Internacional estando atualmente na RTP Memória, onde apresenta desde 2009 o programa "Há Conversa" juntamente com Joana Teles, Helena Ramos, Eládio Climaco e Isabel Angelino, onde entrevista personalidades marcantes da sociedade portuguesa e ao mesmo tempo desenvolve para o canal documentários também sobre personalidades marcantes da sociedade portuguesa. Esta entrevista foi feita por via email em Fevereiro passado. 

M.L: “Há Conversa” (RTP Memória) celebrou recentemente dois anos de existência. Que balanço faz destes últimos dois anos em que trabalha no programa? 
M.J.G: Já dois anos! O tempo passa tão depressa sobretudo, quando fazemos algo por e com gosto. O balanço é sem dúvida muito positivo. As audiências têm vindo a crescer de dia para dia e o programa tem-se vindo a afirmar como uma alternativa sólida no panorama de ofertas do audiovisual.


M.L: Qual foi a entrevista que lhe deu mais prazer em fazer no programa até agora?
M.J.G: É muito difícil e injusto destacar uma entrevista em detrimento de outras. Todos os meus convidados têm sido interessantíssimos e têm-me ensinado muita coisa. As histórias de vida são muito ricas e tem sido um privilégio privar com estes grandes nomes do panorama artístico.

M.L: Qual é a personalidade que ainda gostava de entrevistar no programa?
M.J.G: Tantas… mas o programa está longe de terminar, por isso ainda tenho oportunidade de continuar por muito mais tempo a conhecer mais e mais personalidades da nossa sociedade.

M.L: Como é que escolhe os seus convidados?
M.J.G: Basta estar atenta, informada, conhecer a história do país em que vivemos, pois só assim estamos aptos a seguir em frente em direção a um futuro. Desta forma é fácil saber quem escolher.

M.L: Normalmente, os seus convidados são pessoas com mais experiência de vida. Porquê?
M.J.G: Conforme já deve ter percebido, o “Há Conversa” está “dividido” por setores. Isto é, cada um dos apresentadores tem um pelouro mais ou menos definido, mas atenção que não é estanque. A parte que me toca é precisamente essa, a dos convidados com provas dadas com (muito) trabalho feito, pessoas que ao longo dos anos nos têm maravilhado com a sua arte e o seu talento.

M.L: Qual foi a situação mais embaraçante que teve até agora no programa?
M.J.G: Felizmente nunca tive situações embaraçantes, nem perto disso. Conversar com todos aqueles que me têm dado o prazer de ser meus convidados tem sido muito agradável.

M.L: Apresenta o programa juntamente com Joana Teles, Helena Ramos, Eládio Climaco e Isabel Angelino. Como é trabalhar com eles?
M.J.G: Muito bom. Somos uma equipa coesa unida pelo mesmo objetivo que é tornar o “Há Conversa” cada vez mais interessante e levar o programa cada vez mais longe.

M.L: Anteriormente, apresentou o programa “Heranças D'Ouro” na RTP Memória, onde tal como em “Há Conversa” entrevistava personalidades com mais experiência de vida. Que recordações leva desse trabalho?
M.J.G: As melhores. O “Heranças D’Ouro” foi a semente a partir da qual nasceu o “Há Conversa”. Encontrar grandes nomes da nossa sociedade, do nosso meio artístico e leva-las a partilhar as suas histórias comigo e com quem nos vê e ouve, foi uma lição de vida.

M.L: Como é que surgiu o interesse pela Comunicação Social?
M.J.G: Comunicar mais do que um interesse sempre foi (e continua a ser) uma paixão. Saber sobre o mundo que nos rodeia, não só do presente como também do passado pode ser viciando, mas sem dúvida que é um ótima preparação para o futuro.

M.L: Antes de trabalhar em televisão, já tinha trabalhado em outros meios de comunicação?
M.J.G: Não, a televisão foi o primeiro meio de comunicação, onde trabalhei.

M.L: Trabalha na RTP desde 1992 ao integrar a equipa fundadora da RTP Internacional estando atualmente na RTP Memória. Que balanço faz do tempo em que está no canal?
M.J.G: O melhor possível. Eu gosto de projetos embrionários, gosto do trabalho de equipa, do esforço para o erguer e depois do prazer que dá vê-los crescer e consolidarem-se. Foi assim na RTP Internacional, na RTP África e agora na RTP Memória.

M.L: Já teve convites para trabalhar noutros canais?
M.J.G: Não.

M.L: Como vê atualmente a RTP?
M.J.G: A RTP sempre foi, é e continuará a ser uma enorme escola de excelentes profissionais do meio audiovisual português. Daqui saíram os melhores que por sua vez formaram outros. Nesta fase de mudança acredito que sairemos ainda mais fortes.

M.L: Qual foi o momento que a marcou, durante o seu percurso como apresentadora?
M.J.G: Todos os momentos foram marcantes, pois é a soma de todos eles que me fizeram crescer como profissional.

M.L: Sente-se melhor em fazer reportagens ou conduzir programas?
M.J.G: Gosto das duas vertentes, pois fazem ambas parte do meu trabalho.

M.L: Qual foi o trabalho que a marcou, durante o seu percurso como apresentadora?
M.J.G: Todos os trabalhos me marcaram, pois correspondem a fases diferentes quer da minha vida pessoal, quer profissional.

M.L: Como vê atualmente a Comunicação Social?
M.J.G: Sólida e em forte crescimento.

M.L: Gostava de ter feito uma carreira internacional?
M.J.G: Nunca saberei, porque não a tive, não é?

M.L: Em 2009, lançou o livro “O Universo Feminino em António Aurélio Gonçalves”. Como é que surgiu a ideia de escrever este livro?
M.J.G: Este livro começou por ser uma tese de mestrado em Literatura Cabo-Verdiana. Um mestrado que fiz com todo o interesse. África e em particular Cabo Verde é uma outra paixão, intensa… Fiz o trabalho e depois de concluído vi que tinha uma análise literária à forma como António Aurélio Gonçalves aborda a mulher na sua obra. Uma amiga minha, a cantora Celina Pereira falou-me do concurso literário Sena Barcelos que anualmente é realizado em Cabo Verde e se destina a premiar os trabalhos na área da Literatura Cabo-Verdiana. Resolvi enviar o trabalho e tive a sorte de ser premiada e o livro aí está.

M.L: Foi agraciada com uma condecoração pelo Senado do Estado de New Jersey pelo trabalho desenvolvido junto das comunidades portuguesas em Newark. Como olha para esta distinção?
M.J.G: Com um enorme orgulho e muita emoção. Não pela distinção em si, mas por tudo o que ela significa. Para mim, ela simboliza todos os portugueses que um dia se viram obrigados a deixar o seu país de origem e procurar melhores condições de vida lá longe noutros países. Penso não só nos que estão no continente americano, mas os que estão na Europa, na Ásia… muitos deles eu conheço muito bem, as suas famílias, as suas histórias, as suas dificuldades e os seus êxitos obtidos a muito custo.

M.L: Qual foi a figura da Comunicação Social que a marcou, durante o seu percurso como apresentadora?
M.J.G: Várias com as quais tive o prazer de privar e que fizeram o favor de muito me ensinar. Não vou destacar nenhuma, porque seria injusto para com as outras.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
M.J.G: Continuar a apresentar o “Há Conversa” e paralelamente continuar a desenvolver os documentários que tenho vindo a desenvolver.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
M.J.G: Tudo! A vida é um processo contínuo de aprendizagem e só assim é que faz sentido.

M.L: Se não fosse a Maria João Gama, qual era a apresentadora que gostava de ter sido?
M.J.G: Gosto de ser quem sou.ML

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