M.L: Como é que está a correr o espetáculo “Cinderela on Ice”?
P.C: Está a correr muito
bem. Fizemos hoje o primeiro espetáculo no gelo, já tínhamos feito a
“Cinderela” só em rodas e estreamos hoje a “Cinderela on Ice” e correu tudo
muito bem. Estamos muito contentes e esperamos uma ótima sala hoje à noite que
vai ser a estreia para o público, porque de manhã e à tarde tivemos só escolas
e agora à noite vai ser aberto ao público e estamos assim com uma expectativa
positiva.
M.L: Quais são os próximos locais que o espetáculo vai
passar?
P.C: Vamos estar na
Figueira da Foz em Maio… eu não sei assim muito bem de cor, mas penso que
também vamos estar em Olhão e agora assim de cor, eu não sei exatamente os
dias, mas é fácil: basta ver na página do Facebook do Palco Partilhado (a produtora responsável pelo espetáculo
“Cinderela on Ice”) e tem lá sempre a atualização dos espetáculos.
M.L: Como é que surgiu este espetáculo?
P.C: O dono desta
produtora fez uma parceria com o programa “Dança Comigo no Gelo” (RTP) para o
qual eu fui convidada há uns dois anos atrás e na altura eu estava a fazer a
“Branca de Neve (na Floresta Encantada)” em patins de rodas e demonstrou
interesse em que eu participasse nas peças e tem sido um ciclo estes últimos
dois anos. Várias peças que fizemos: a “Branca de Neve…”, estreamos a
“Cinderela” em rodas, temos também “O Feiticeiro da Neve”, o “Aladino (e a
Gruta Mágica)” que também vamos fazer em gelo e tem sido assim uma aventura.
M.L: Qual é a personagem que interpreta neste espetáculo?
P.C: Neste espetáculo, eu
sou a Fada Madrinha e faço a Cinderela, quando já é rainha ou seja a história
começa comigo em Cinderela no palácio já rainha, já a viver no palácio a contar
como é que ela e o Príncipe se conheceram e depois ao desenrolar todo da
história no qual eu faço também a Fada Madrinha.
M.L: Como é interpretar personagens tão incontornáveis
deste conto “Cinderela” como a Fada Madrinha ou a Cinderela?
P.C: É assim: por um lado
é fácil, porque temos muitas referências. Temos muitas referências desta
história, já houve muitas versões, já houve filmes, já houve desenhos animados,
portanto há muitas, muitas versões na qual nos podemos basear. Mas basicamente
o texto é diferente, é criado para esta situação e depois também canto algumas
músicas, onde conto a história e depois também o patinar tem que se conjugar
tudo para sair perfeito, mas não há um grande trabalho de pesquisa nem na
elaboração da personagem, porque são personagens que são conhecidas do público
principalmente o público jovem e também não podemos fugir muito do que é a
Cinderela e do que é a Fada Madrinha. Portanto, temos que recriar um bocadinho
aquilo que também já existe.
M.L: Como tem sido a reação do público a este
espetáculo até agora?
P.C: Olha, tem sido
positiva penso eu. A este concretamente, da “Cinderela on Ice”… como só tivemos
hoje de manhã e hoje à tarde não tenho uma grande referência, mas penso que o
público gostou imenso. O público da manhã principalmente era mais efusivo
talvez fossem crianças mais pequeninas e manifestavam-se mais, mas normalmente
tanto neste espetáculo como os outros espetáculos que temos, as crianças acabam
por participar muito e para responder e dar sugestões às personagens,
envolvem-se muito às vezes na história e fazem muitos comentários engraçados e
se eles se envolvem na história é porque gostam e estão atentos. Acho que é
bom.
M.L: Como classifica este espetáculo?
P.C: Na minha opinião
apesar de ser um bocadinho suspeita, porque faço parte do projeto acho que é um
projeto com muita qualidade, uma qualidade excelente de patinadores, de
cantores, de atores, de performance e
recomendo mesmo, porque é 100% feito por portugueses e nos tempos que correm
acho que temos que cada vez mais apoiar o que é português e o que é nosso e
portanto eu recomendo, claro.
M.L: Atualmente participa na telenovela “Louco Amor”
que vai estrear brevemente na TVI (estreou
no passado dia 6 de Maio) e onde interpreta a personagem Bia (Beatriz
Sousa). Como estão a correr as gravações?
P.C: Está tudo a correr
bem. Já estamos a gravar há cerca de dois meses (mais ou menos) e tem estado a
correr bem, não posso adiantar muito do conteúdo da história nem da minha
personagem e nem das outras personagens, mas acho que vai ser uma história
muito envolvente e que o público vai gostar bastante.
M.L: A última telenovela em que participou antes de
“Louco Amor” foi “Mundo Meu” da TVI em 2005. O que a levou a aceitar o convite
para participar nesta telenovela?
P.C: É assim: em 2005/2006
fiz essa novela “Mundo Meu” e depois fui experimentar outras áreas também da
representação como o teatro e fiz alguns telefilmes e fiz uma série para a RTP
(“Um Lugar para Viver”) ao longo destes últimos anos, mas assim um grande,
grande papel este é o primeiro desde essa altura. O que me levou a aceitar foi
basicamente o querer também regressar à televisão num papel mais importante e
porque gosto imenso de televisão, gosto imenso de representar e é sempre uma
boa oportunidade.
M.L: A telenovela é da autoria de Tozé Martinho com quem
já trabalhou anteriormente no teatro. O que a cativa na escrita dele?
P.C: Basicamente, fui
aquilo que eu respondi há pouco, porque ele escreve histórias muito
envolventes, muito reais e que facilmente o telespectador se identifica com as
personagens. São histórias que não são muito ficcionadas, são histórias que
podia acontecer a qualquer pessoa e acho que isso cria uma ligação boa entre o
espectador e a própria novela.
M.L: A telenovela portuguesa celebra este ano 30 anos
de existência. Que balanço faz destes 30 anos?
P.C: Eu acompanhei algumas
coisas, durante estes anos. O balanço que eu faço é basicamente uma melhoria a
todos os níveis, temos melhorado bastante. Se assim não fosse não tínhamos as
audiências que temos e não tínhamos superado se calhar a (TV) Globo e outras
produtoras, outras novelas que entraram no nosso mercado e na nossa televisão e
hoje em dia temos um grupo muito forte de ficção nacional e em 30 anos
realmente aprendemos bastante. Se calhar aprendemos também com o que de melhor
se faz, porque não temos dúvidas que os brasileiros têm muitos anos também de
novela e acho que aprendemos as coisas boas e melhoramos e vamos continuar.
M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação
e pela música?
P.C: Pela música sempre
houve um interesse desde muito jovem que canto e cantei em coros e grupos,
portanto sempre houve essa ligação. Profissionalmente surgiu através da série
“Morangos com Açúcar” (TVI), foi quando surgiu cantar profissionalmente. O
interesse pela representação surgiu um bocado sem eu estar à espera, nunca
tinha pensado muito a sério nisso e houve uma oportunidade de um casting para uma novela que era os
“Sonhos Traídos” (TVI) e resolvi ir e depois acabei por ser escolhida e foi-se
desencadeando o meu interesse pela representação.
M.L: Quais são as suas grandes influências, enquanto
cantora?
P.C: Tenho várias. A nível
nacional, eu gosto imenso e admiro imenso a voz da Dulce Pontes, gosto muito de
Sara Tavares, gosto muito de Lúcia Moniz. São assim aquelas vozes que eu me
habituei a ouvir desde muito jovem. A nível internacional como é óbvio a
Whitney Houston, porque na minha juventude foi o auge da Whitney Houston como
cantora e era inevitável qualquer rapariga que sonhasse ser cantora gostava de
ser como a Whitney Houston. Atualmente, tenho várias referências e vou ouvindo um
bocadinho de tudo, porque não consigo selecionar só um estilo musical que eu
gosto, porque como cantora gosto de ouvir tudo.
M.L: Qual foi o trabalho que a marcou tanto como atriz
e como cantora?
P.C: Apesar de já ter
feito várias coisas nas duas áreas inevitavelmente, a personagem que mais me
fez crescer como atriz e que me proporcionou cantar profissionalmente foi sem
dúvida a personagem que eu fiz nos “Morangos com Açúcar”, mas também foi muito
importante a primeira personagem que eu fiz nos “Sonhos Traídos”… Eu não
consigo eleger qual é a personagem da minha vida, porque provavelmente essa
personagem ainda irá surgir, ainda irá acontecer, mas posso dizer é que todas
as personagens que eu fiz são especiais em determinadas características que
foram importantes na minha vida.
M.L: Além da representação e da música também teve
experiência como apresentadora tendo por exemplo apresentado com o seu
ex-marido, o João Catarré o programa “Destinos.pt” na RTP entre 2006 e 2007.
Que recordações leva dessa experiência?
P.C: É assim: a minha
formação académica é Comunicação, eu sou licenciada em Ciências de Comunicação
e Jornalismo e portanto fui uma experiência (a meu ver) muito positiva e que eu
ansiava fazer. Porquê? Porque era a primeira experiência que tinha realmente a
ver com o meu curso e gostei bastante de fazer esse programa. Mas não continuei
nessa área, porque realmente aquilo que mais gosto de fazer é representar e
cantar e como é óbvio não podemos fazer tudo, temos que ir deixando coisas para
trás e tentar seguir um caminho que é aquele que realmente nos faz felizes e o
que mais gostamos de fazer.
M.L: Qual foi o momento que a marcou tanto como atriz
e como cantora?
P.C: Não consigo assim
eleger um momento, assim de repente não me recordo de nada que… Como disse,
todos os momentos que eu tive, todas as personagens que eu fiz são todos
diferentes e todos têm coisas importantes.
M.L: Como vê atualmente o teatro, a ficção nacional e
a música portuguesa em geral?
P.C: É assim: tento ver de
uma maneira positiva, porque eu acho que com o que se passa neste momento a
nível nacional, tudo o que se passa com o nosso país acho que estas áreas têm
tentado fazer tudo para continuar de pé e para continuar a brilhar e continuar
a dar tudo pelo público e acho que neste momento temos muito bons atores, muito
bons cantores e só temos que fazer uma coisa: é valorizar-nos e valorizar o que
temos.
M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
P.C: Gostar gostava, acho
que todas as pessoas têm imensos sonhos e nesta área com certeza, um dos sonhos
poderá passar por aí. Mas tenho a perfeita noção das dificuldades que isso
traz, não é assim tão fácil e vê-se pela quantidade de pessoas que conseguem
vingar lá fora não são assim tantas. Estou bem como estou, estou bem no meu
país, se algum dia tiver que tentar alguma coisa lá fora não sei… vamos ver.
M.L: Este ano celebra 10 anos de carreira desde que
começou com a telenovela “Sonhos Traídos” da TVI em 2002. Que balanço faz
destes 10 anos?
P.C: Olha, eu nunca tinha
pensado nisso realmente. Acho que foram 10 anos muito positivos, de muito
trabalho e trabalho bom. Orgulho de todos os trabalhos que fiz. Felizmente
posso dizê-lo, porque com certeza que haverá pessoas que provavelmente tenham
feito um ou outro trabalho que não tenha sido tão positivo. Eu felizmente não.
Nos últimos 10 anos fiz sempre o que quis e orgulho-me disso. Que engraçado, 10
anos…
M.L: Como lida com o público que acompanha a sua
carreira nos últimos 10 anos?
P.C: Se calhar neste
momento lido muito melhor do que há 10 anos como é lógico, porque é complicado
para uma pessoa que é totalmente desconhecida e que passeia na rua
despreocupada de repente ser conhecida e ter que lidar com isso. Mas
normalmente as pessoas são sempre bastante carinhosas e simpáticas e nunca tive
nenhum caso e nem nenhum problema em falar com as pessoas e tirar fotografias…
Normalmente as pessoas são sempre muito amáveis, portanto lido bem com isso.
M.L: Recentemente cantou o tema de genérico da
telenovela da TVI “Doce Tentação”. Que balanço faz dessa experiência?
P.C: Olha, fui uma
situação engraçada, porque eu fui convidada para fazer a novela “Louco Amor” e
entretanto surgiu esse convite que eu aceitei obviamente e com muito agrado e
acho que tem sido uma boa aposta da TVI fazer genéricos cada vez com melhor
qualidade e eu gostei particularmente. Gosto imenso da música, acho-a muito
divertida, acho que está muito bem escolhida para aquela telenovela e para
aquele genérico e acho que tem sido um sucesso. A própria novela tem tido muito
boas audiências e ainda bem.
M.L: Qual foi a pessoa que a marcou tanto como atriz e
como cantora?
P.C: Na primeira novela
que eu fiz tive a oportunidade de contracenar com grandes atores: Ruy de
Carvalho, Eunice Muñoz, Helena Isabel, Artur Agostinho e sem dúvida a pessoa
que mais me marcou e da qual eu senti imenso carinho e imensa admiração foi o
Artur Agostinho que infelizmente já morreu há sensivelmente um ano e foi sem
dúvida uma pessoa que eu adorei conhecer e que sempre se mostrou muito amável,
muito profissional e fui uma pessoa brilhante nas áreas todas que abraçou.
Portanto, basicamente em todos os níveis no panorama nacional é sem dúvida a
figura que mais admiro.
M.L: Recentemente, Portugal conquistou o seu segundo
Emmy com a telenovela da SIC “Laços de Sangue”. Como vê este reconhecimento
internacional?
P.C: Acho muito bom. Só
nos faz pensar que realmente melhoramos imenso, que o nosso trabalho está a ser
reconhecido e vamos lá ver… espero que a novela que eu estou a fazer também
ganhe um Emmy…
M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na música ou na representação?
P.C: Eu não dou conselhos,
porque acho que às vezes dão-se muitos conselhos e pouco se acerta. A única
coisa que eu digo é que para além de ser ter um talento ou uma apetência para
fazer o que quer que seja tem que se trabalhar bastante. O saber cantar ou
saber representar ou ter jeito só por si não chega. É importante, mas tem que
se trabalhar muito, tem que se estudar, tem que se aprender e pelo menos é a
minha experiência. Eu comecei nesta profissão como tu disseste há 10 anos, mas
sempre tive o cuidado de continuar a estudar, de terminar os meus estudos. E
acho que isso é muito importante de nós estudarmos, de nós termos a vontade de
aprender e trabalharmos, porque se não for assim o talento só por si não chega.
Esta é a minha opinião.
M.L: Quais são os seus próximos projetos (depois de
“Cinderela on Ice” e “Louco Amor”)?
P.C: Sei lá, eu ainda não
comecei… Não faço ideia mesmo, não faço ideia. Agora tenho uns largos meses
pela frente de gravações, este projeto vai continuar e temos outros como o
“Aladino (on Ice)” que vai estar no Casino Estoril no mês de Maio e mês de
Junho e depois não sei. Durante o Verão normalmente não há uma grande
quantidade de espetáculos infantis, mas no Natal (Novembro e Dezembro) são
sempre meses de muito trabalho, portanto até ao final do ano é basicamente
isto.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda?
P.C: Cinema, provavelmente.ML
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