M.L: Quando surgiu o interesse pela Moda?
G.A.M: Aos 5 anos já brincava de modelo nas passerelles imaginárias.
M.L: Quais são as suas influências nesta área?
G.A.M: Não tive
influências nesta área. Tenho muitas em outras áreas, claro. Mulheres fantásticas
que me influenciaram a seguir a carreira, quando era jovem: Marilyn Monroe, Audrey
Hepburn e Sandra Dee.
M.L: Houve algum trabalho que a tenha marcado, até
agora, durante o seu percurso como modelo?
G.A.M: Um Desfile
Beneficente de Passerelle, cuja renda
era para o Hospital do Cancro. Foi emocionante! Desfilei chorando com os
aplausos dos internos.
M.L: Começou por ser atriz, mas deixou a representação
por razões pessoais. Gostava de, um dia, voltar a representar?
G.A.M: Atualmente, não. Pretendo
ficar como Modelo de Terceira Idade, pois só assim é que posso ajudar mais. Por
exemplo, levantar a autoestima dos que estão acima dos 50 anos, fazer desfiles
beneficentes, etc. Fui convidada para fazer Teatro e uma curta-metragem, mas
não aceitei. Ser atriz, neste momento, ia ocupar todo o meu tempo e teria
pouco tempo para ajudar.
M.L: Como vê, atualmente, a Moda, em termos gerais?
G.A.M: A Moda está muito
diversa. Está tudo na Moda, desde que se saiba diversificar com bom gosto.
Atualmente, há muito absurdo na Moda, cada idade com a sua Moda. Falo aqui no
Brasil, onde vivo e sou Modelo de Terceira Idade. A Mulher e o Homem têm
belezas e podem ser chiques em todas as idades.
M.L: Regressou à Moda como Modelo de Terceira Idade,
depois de 40 anos parada, novamente, por razões pessoais. Qual o conselho que
daria a alguém que queira ingressar numa carreira na área da Moda?
G.A.M: Posso dar um
conselho em relação à minha área: a terceira idade tem mais exigências, fazer
um curso de passerelle é obrigatório.
Pessoas com mais de 60 anos podem ter vertigens se forem sem experiência, fazer
composite e release. E depois de tudo pronto procurar boas agências. E Boa
Sorte!
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como modelo?
G.A.M: Eu amo a minha
profissão. Com ela posso ajudar os idosos a terem autoestima, amarem-se mais.
Muito gratificante em todos os aspetos: ser reconhecida na rua, abraçada e
ouvir das mulheres acima dos 60 anos que estão a seguir o meu exemplo, que estão
a dar valor a elas próprias e a olhar para o espelho e dizer para ser feliz.
Sorriso nos lábios, pensamentos positivos, amar a vida e vivê-la. E isso não
tem preço!
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
G.A.M: Escrever uma
biografia. Quero muito dizer, principalmente às mulheres, que querer é poder.
Porque muitas mulheres com 60, 70 anos acham-se “velhas” sem motivação. Ficam
em casa fazendo tricô e a cuidar da casa, com baixa autoestima. Depois vem a
depressão. Temos que fazer alguma coisa para ocupar a mente. Temos de ser
felizes!
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
G.A.M: Fazer TV e passerelles
fora do Brasil. O meu desejo é ser a primeira Modelo de Terceira Idade a
ser reconhecida fora do meu país. Querer é poder e eu chego lá com a fé em
Deus!ML
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