M.L: Quando surgiu o interesse de ser maquilhadora?
M.S: O interesse surgiu, quando ainda era uma
criança. Sempre gostei de tudo o que tinha a ver com a imagem das pessoas,
sempre me interessei não só pela maquilhagem como também pelas roupas e pelos cabelos,
com a Moda no seu geral.
M.L: Quais são as suas influências nesta área?
M.S: Não tenho uma influência direta, sigo as
tendências, e depois adapto-me ao trabalho que estiver a fazer. Mas posso dizer
que, pessoalmente, tudo o que vem de Tim Burton fascina-me e esse estilo está
sempre presente em algum pormenor dos trabalhos que faço.
M.L: Como maquilhadora, trabalha para teatro, cinema e
televisão. Qual destes géneros que mais gosta de trabalhar?
M.S: Gosto de trabalhar em todos os géneros. Cada
um tem uma característica diferente, cada género tem necessidades diferentes de
maquilhagem, o que faz com que o meu trabalho nunca seja igual, obriga-me a
estar sempre atenta a todas as tendências para poder levar a todos os géneros o
meu melhor.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, durante o
seu percurso como maquilhadora?
M.S: Houve vários trabalhos que me marcaram. Posso
dizer que fui uma privilegiada ao fazer parte de grandes projetos da ficção
nacional como “Inspetor Max” (TVI), “Floribella” (SIC), “Vingança” (SIC), que a
nível de caracterização foi muito gratificante para mim, etc. Também fiz parte
da equipa do filme "Comboio Noturno para Lisboa" (2013) assim como da
equipa da série "Maison Close" (Canal +), trabalhos onde também
aprendi muito como profissional e como pessoa.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção
nacional?
M.S: Atualmente, acho que a nível de teatro temos
muita qualidade e ainda muito para oferecer, é uma pena que não se invista
tanto neste setor e as poucas ajudas que os teatros recebiam muitas delas foram
cortadas, o que complica muito a situação do teatro em Portugal e não deixa
este setor crescer.
A
nível da ficção nacional, a meu ver, a qualidade baixou muitíssimo nos últimos
anos, hoje em dia pode-se quase dizer que as novelas são feitas numa
"fábrica", antigamente tudo era muito diferente, mas infelizmente a
crise que se vive hoje em dia, a meu ver, prejudicou e muito este setor, claro
que temos grandes atores e atrizes e principalmente grandes
técnicos que fazem com que as coisas aconteçam.
M.L: É filha do diretor de fotografia Artur Santana.
Como vê o percurso que o seu pai tem feito até agora?
M.S: O meu pai é um grande
profissional, posso dizer, e sei que parece suspeito visto ser filha dele, mas
a luz que o meu pai consegue fazer às vezes deixa-me sem palavras, já vi muita
coisa feita por ele como é óbvio, tanto a nível de televisão como em cinema, e
o trabalho dele tem estado sempre a evoluir, é uma pessoa que está sempre
informado das novas tendências e faz tudo para trazer a Portugal o que de
melhor encontra pelo Mundo fora. Acredito que o meu pai ainda tem muito para
dar.
M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira como maquilhador/a?
M.S: Esta carreira não é fácil, sobretudo no início,
até se ganhar algum reconhecimento. Trabalhar muitas horas seguidas, às vezes
em condições que não são as melhores, a pessoa tem de estar preparada para
certos sacrifícios, mas acho que isto acontece em quase todas as profissões. Aconselho
a pessoa a lutar por aquilo que realmente quer e estudar e isso é fundamental.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito até
agora como maquilhadora?
M.S: O balanço que faço é, sem sombra de dúvida,
positivo. Sinto que ainda tenho muito para percorrer, muito para aprender e,
sobretudo, muitíssimo para dar, adoro o que faço e não me imagino a fazer outra
coisa que não esteja ligada à minha profissão.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda?
M.S: Gostava muito de fazer a caracterização de um
filme de ficção científica, assim como participar num filme fantástico, adoro
tudo o que tem fadas e duendes, são trabalhos que me trazem muita
satisfação.
M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da
sua vida?
M.S: Nesta fase, a única coisa que mudaria seria a
minha situação económica. Posso dizer que me sinto realizada tanto a nível
pessoal como profissional.ML
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