M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
J.C: Não posso dizer a
famosa frase ''desde que nasci'' (pelos seis anos queria ser florista e
astronauta!). Mas vá, desde muito nova! Não sei como surgiu essa ideia, sei que
quando surgiu fez todo o sentido e fiz de tudo para incluir os estudos teatrais
na minha formação escolar.
M.L: Quais são as suas referências, enquanto atriz?
J.C: Tive vários
professores maravilhosos, que me servem como referência e torna-se difícil
nomeá-los. Mas vou arriscar dizer João Paulo Costa e Maria João Vicente. Mas
num meio que apela tanto à criatividade também vou buscar referências à música;
ou então "aquele ator naquele filme"; toda uma panóplia.
M.L: De todos os trabalhos que tem feito até agora
como atriz, houve algum que lhe encheu as medidas?
J.C: Ainda sou muito nova
e ainda tenho um longo percurso pela frente... Por isso, cada espetáculo, cada
trabalho é mais uma aprendizagem! No entanto, posso dizer que, apesar do palco
ser a "Mãe", eu me identifico mais com o trabalho em cinema. É um
processo que me ''enche mais as medidas''.
M.L: Como olha, hoje em dia, para o meio artístico
pelo menos desde os últimos 6 anos em que trabalha como atriz?
J.C: Eu considero que tenho
uma relação descomprometida com o meio artístico, porque como todos sabem,
viver como atriz é muito difícil ou quase impossível. Tenho o meu trabalho e
quando surge uma oportunidade que possa coincidir (ou que permita largar tudo)
vou atrás. Mas sinto que a relação
cultural-sociedade falha dos dois lados. Não há subsídios nem apoios (mostra
que as pessoas não percebem o verdadeiro valor da cultura e não falo só do
valor humano! Há cidades que vivem da cultura), mas ao mesmo tempo sinto que há
uma falha na comunicação com o público em alguns espetáculos (o que acaba por
afastar as pessoas do Teatro).
M.L: Tem tido experiência em outras áreas como, por
exemplo, a produção. De que forma estas experiências alternativas têm sido
gratificantes para si?
J.C: Muito gratificantes!
É um trabalho que me dá muito gosto de fazer.
M.L: Recentemente, a curta-metragem “Quarto em Lisboa”
de Francisco Carvalho, na qual co-protagonizou, foi considerado o Melhor Filme
Português pelo Fantasporto. Como é que se sentiu ao saber dessa premiação?
J.C: Fiquei muito feliz, é
claro! O Francisco Carvalho é um excelente realizador e estava rodeado por uma
bela equipa. É sempre um grande orgulho saber que o nosso trabalho é bem
recebido e que fomos capazes de dar vida às ideias do Francisco.
Judite Costa como "Joana" em "Quarto em Lisboa" |
M.L: Que balanço faz do percurso que tem desenvolvido
até agora como atriz?
J.C: Um balanço muito positivo!
Conheci pessoas maravilhosas, tive experiências fantásticas... A pessoa que sou
hoje em dia deve-se a esse mesmo percurso!
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
J.C:
Gostava muito de tirar um curso de interpretação para cinema e de entrar numa
Longa-Metragem!ML
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