M.L: Como é que surgiu o interesse pelo jornalismo?
A.B: Desde que me lembro. Em pequena com 7 anos já vendia jornais feitos por mim aos vizinhos.
M.L: Se não fosse jornalista, qual era a profissão que gostava de ter tido?
A.B: Educadora, dona de um colégio que será muito especial.
M.L: Trabalha na TVI há mais de 10 anos. Que balanço faz do tempo em que está no canal?
A.B: Tenho pena do mercado de televisão em Portugal ser muito limitado. Eu acho que devia mudar em cada 3 anos para evitar cristalizar.
M.L: Como vê atualmente a TVI?
A.B: Nova direção, novos desafios. Estou motivada e desejo que a informação da TVI comece a dar cartas.
M.L: Antes de trabalhar para o canal, já trabalhou na TVE, na CNN e na RTP. Que recordações leva dessas experiências profissionais?
A.B: Foram grandes experiências profissionais e no fundo, eu e o meu trabalho somos frutos dela. Estou e estarei sempre disponível para aprender e melhorar.
M.L: Qual foi o momento que a marcou, durante o seu percurso como jornalista?
A.B: A morte de uma criança subnutrida nos meus braços num campo de refugiados no Paquistão.
M.L: Sente-se melhor em fazer reportagens ou conduzir programas?
A.B: Fazer reportagem, sempre. Sou uma mulher de terreno.
M.L: Qual foi o trabalho que a marcou, durante o seu percurso como jornalista?
A.B: Uma grande reportagem que fiz no Hospital da Luz sobre cuidados paliativos, onde acompanhei uma doente com cancro na sua última semana de vida.
M.L: Recentemente, fez um estágio na TV Globo. Como correu essa experiência?
A.B: Gratificante, foi uma boa oportunidade de aprendizagem.
M.L: Ao longo da sua carreira foi premiada por vários trabalhos que fez nomeadamente a reportagem “Infância Traficada”. Como vê estas distinções que recebeu até agora?
A.B: São um importante reconhecimento, sobretudo porque quem julgou os meus trabalhos foram colegas dos mais prestigiados mundialmente.
M.L: Como lida com o público que acompanha a sua carreira há vários anos?
A.B: Adoro o reconhecimento. Eu explico: não quero ser conhecida, gosto de ser reconhecida e o melhor que me aconteceu em todos estes anos é não me conhecerem pela imagem, pelo físico, mas sim pelo nome. Já imaginou o que é trabalhar em televisão e ser conhecida pelo seu nome?
M.L: Como vê atualmente a Comunicação Social?
A.B: Amorfa, apática, anestesiada. Estou muito preocupada.
M.L: Gostava de ter ficado no estrangeiro?
A.B: Era uma hipótese e ainda é.
M.L: Além de jornalista também é professora na área do Jornalismo. Que balanço faz da sua atividade como professora?
A.B: Neste momento, não estou a dar aulas, mas sempre que dei percebi que a maioria das motivações dos estudantes de jornalismo não são as corretas.
M.L: Como lidava com os alunos, enquanto lecionava?
A.B: Como adultos.
M.L: Como vê atualmente Portugal e o Mundo?
A.B: Com preocupação... muita.
M.L: Qual foi a figura da Comunicação Social que a marcou, durante o seu percurso como jornalista?
A.B: Não tenho ídolos. Gosto da inteligência do Miguel Sousa Tavares, da capacidade de trabalho da Judite de Sousa, da capacidade de comunicação do José Rodrigues dos Santos, da seriedade do Rodrigo Guedes de Carvalho, da perspicácia da Sandra Felgueiras, da persistência da Ana Leal, da criatividade do Paulo Bastos, etc.
M.L: Que balanço faz da sua carreira?
A.B: Não está mal, mas ainda tenho muito para fazer.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
A.B: Estou a desenvolve-los, neste momento.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
A.B: Uma grande reportagem sem dia nem hora marcada para ser emitida, sonho fazer um trabalho que só esteja finalizado no dia em que eu disser.
M.L: Se não fosse a Alexandra Borges, qual era a jornalista que gostava de ter sido?
A.B: A Alexandra Borges, sempre. Não gosto de ídolos, normalmente dececionam-nos.ML
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