M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
C.C: Com 15 anos, estava eu no 10º
ano e como não me bastava a escola, formei um grupo de teatro amador com os meus
colegas de escola e fomos à Câmara Municipal de Setúbal pedir o espaço que na
altura estava desocupado, o Círculo Cultural de Setúbal, atualmente é a Casa da
Cultura. Foi-nos concedida a chave, limpámos o espaço, organizámos uma inauguração e
formámos o grupo de teatro (H)oraviva. Desde aí nunca mais parei!
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
C.C: São dos atores e encenadores
com quem trabalhei, Carlos Rodrigues, Henrique Canto e Castro, Isabel de
Castro, e os encenadores e mestres João Mota e Luís Miguel Cintra, e ainda os encenadores
Pompeu José e António Pires. Todos eles me passaram ensinamentos,
posturas e técnicas que ainda hoje utilizo no meu processo de criação.
M.L: Faz, essencialmente, teatro e televisão. Gostava
de trabalhar mais em cinema?
C.C: Claro que sim! No meu
entender, o ator deve fazer de tudo dentro da sua área profissional. No caso do
Cinema, uma vez que não existe praticamente formação é fazendo que vamos
adquirindo a técnica própria para representar para Cinema.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como atriz?
C.C: Eu não consigo selecionar um
trabalho, uma vez que todos tiveram a sua importância no seu devido tempo. Tento
que em cada trabalho a minha dedicação seja a mais intensa possível para que o
ato de criação seja levado a "bom porto".
M.L: Foi diretora de atores da telenovela “Feitiço de
Amor” que foi exibida na TVI entre 2008 e 2009. Que recordações guarda desse
trabalho?
C.C: Uma excelente relação de camaradagem
com os técnicos e atores que participaram no "Feitiço de Amor". Relembro ainda o apoio incondicional do
Coordenador/Realizador António Borges Correia. Foi o meu primeiro projeto
como diretora de atores e estava muito nervosa, daí salientar todo o apoio que
me deram.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção
nacional?
C.C: Temos de separar as
"águas", no que respeita ao Teatro e Cinema vejo com alguma apreensão
visto os nossos governantes estarem a utilizar uma política de indiferença e de
desresponsabilização em relação à Cultura e à Educação artística. Por todo o País,
todos os dias, fecham escolas, associações culturais, teatros, cinemas... A Cultura é a alma de um povo e
sem Cultura acaba a esperança e começa a ignorância! Contudo a criação não pára sendo
os atores, realizadores, encenadores, técnicos, etc. a investir na nossa Cultura
e a criar, produzir e apresentar as suas criações.
No
que respeita à ficção televisiva acho que está cada vez melhor, com mais projetos
e mais diversificados. Temos crescido nessa matéria e a concorrência entre
canais de televisão gera quase sempre qualidade.
M.L: Como lida com o público que acompanha sua
carreira há vários anos?
C.C: Com muita timidez e carinho,
sempre que me abordam na rua eu penso que vale a pena continuar a ser atriz.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
C.C: Se querem mesmo ser atores têm
de lutar muito, procurar sempre formação diversa e ser persistente. Não basta o
talento. É preciso lutar, amar e não desistir à primeira. É ainda importante
estar conectado com o Mundo que o rodeia. É mais do que ser artista. É ser
"artesão" da condição humana.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como atriz?
C.C: 33 anos de altos e baixos como
todos os atores. Não trocava por nada.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
C.C: Para Maio, um espetáculo de teatro
com a Companhia Gato Que Ladra no CCB, "A Cruzada das Crianças".
Depois, o futuro dirá.
Em
televisão aguardo convites…
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
C.C: Tanta Coisa!
Vamos ver o que a vida me reserva!ML
Sou fã incondicional desta Mulher! Adoro-a para sermpre querida amiga!
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