M.L: Quando surgiu o interesse pelo jornalismo?
R.N: O gosto pelo
jornalismo surgiu muito cedo, na infância. Nas brincadeiras com os amigos e
irmãos, simulava noticiários televisivos e entrevistas. Aos 7 anos, pedi pelo
Natal um microfone para poder “fazer diretos”. Fascinava-me o relato e o
comunicar as notícias aos outros.
M.L: Quais são as suas influências nesta área?
R.N: A primeira grande
influência foi sem dúvida o Pedro Mourinho, quando surgiu o “Caderno Diário” na
RTP. Era uma criança e o programa fascinou-me de imediato. Não perdia uma
edição. Depois, claro, fui crescendo e descobrindo muitos outros nomes que
ainda hoje me inspiram. O Carlos Fino, o Mário Crespo, o Henrique Cymerman, a
Alberta Marques Fernandes, entre muitos outros…
M.L: Trabalhou na rádio e desde 2007 que trabalha na
SIC. Que balanço faz do tempo em que trabalha no canal?
R.N: Um balanço muito
positivo. Sinto-me satisfeita com o meu percurso e evolução nestes quase 9
anos. Penso que tenho crescido no tempo certo, com uma evolução sólida e
sustentada. Tenho tido boas oportunidades de crescimento e de expansão dos meus
conhecimentos e experiência.
M.L: A SIC existe desde 1992. Como vê o percurso que o
canal tem feito, desde a sua fundação até agora?
R.N: O percurso do canal
de referência em Portugal. É sem dúvida aquele que mais confiança e
credibilidade inspira nos espectadores portugueses. Tem sabido trabalhar muito
bem nesse sentido, nunca descurando a importância que essa confiança assume.
Tem, nos últimos anos, lidado com os problemas financeiros comuns a todo o
panorama audiovisual, mas tem sabido manter a linha de identificação.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como jornalista?
R.N: Não há nenhum em que
possa dizer “este foi o mais marcante”. Felizmente, tenho tido vários desafios
bastante importantes no meu percurso e que me têm permitido dar mais um passo
em frente e evoluir profissionalmente.
M.L: Em 2012, apresentou o programa “Portugal Marca”
que foi exibido na SIC Notícias e produzido pela produtora Olhoazul de Cristina
Amaro, na qual era dedicado a empresas que contribuem para o crescimento da
Economia nacional e projetos de empreendedorismo e inovação. Que recordações guarda desse trabalho?
R.N: Boas recordações e
pena pelo programa ter chegado ao fim. Numa altura em que apenas se falava de
crise e de más notícias, existir um espaço para mostrar os aspetos positivos do
nosso País e da nossa Economia, era fundamental e tinha uma boa influência na
Economia. Lamento que os potenciais investidores não tenham reconhecido a mesma
importância e que, por falta de apoios, o programa tivesse chegado ao fim.
M.L: Como vê, atualmente, a Comunicação Social em
Portugal?
R.N: Com alguma
preocupação. A conjuntura económica tem criado constrangimentos perigosos que
originam, um desinvestimento em novos projetos, em ideias e profissionais. Tenho
esperança que o quadro possa inverter-se em breve, caso contrário está iminente
o risco da qualidade deteriorar de tal maneira que será difícil voltar a
conquistar a confiança e credibilidade por parte dos espectadores, ouvintes ou
leitores.
M.L: Em 2009, fez um estágio no canal de informação
britânico Sky News. Durante o tempo em que fez o estágio, que diferenças é que
encontrou entre Portugal e Inglaterra, no que diz respeito ao modo de fazer jornalismo?
R.N: Mais do que as
diferenças entre a maneira de fazer jornalismo, são as diferenças entre o modo
de pensar na gestão de uma empresa noticiosa e de uma redação televisiva. Os
ingleses são muitíssimo organizados e a redação da Sky News é uma máquina muito
bem oleada. A estrutura da redação também está muito bem definida, de modo a
que todos os trabalhadores saibam qual o seu papel. Aqui, à boa maneira
portuguesa, estamos mais habituados a viver o dia-a-dia e a improvisar
mais.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na área do jornalismo?
R.N: Sejam curiosos, não
tenham medo de ter a iniciativa e de serem persistentes.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como jornalista?
R.N: Um balanço positivo. Tenho
feito um caminho consistente, que me tem permitido crescer de uma forma sólida
e coerente.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
R.N: Neste momento, o meu
maior projeto é pessoal, já que me preparo para ser mãe!
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
R.N: Ir para um cenário de conflito fazer
reportagem.ML
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