sábado, 21 de março de 2015

Mário Lisboa entrevista... Rita Calçada Bastos

Estreou-se na representação em 1998 com o espetáculo "Área Medioeva", e desde aí tem desenvolvido um reputado percurso como atriz que já conta com 17 anos de existência, na qual passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "Todo o Tempo do Mundo" (TVI), "Casos da Vida" (TVI), "Feitiço de Amor" (TVI), "Dias Felizes" (TVI), "Morangos com Açúcar" (TVI) e "Belmonte" (TVI). Além da representação, também é encenadora, e planeia para muito breve o regresso ao teatro e à televisão, depois de se ter estreado na maternidade. Esta entrevista foi feita no passado dia 17 de Março.

M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
R.C.B: Há 17 anos atrás, quando me inscrevi no curso de teatro de uma companhia teatral brasileira chamada Os Sátyros que ficava na Rua do Telhal.

M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
R.C.B: Desde miúda que nunca tive ídolos nem posters de estrelas de cinema ou de estrelas pop no quarto. Acredito que somos fruto das nossas experiências e das pessoas que vamos encontrando pela vida, dos livros que lemos, dos filmes e discos. Desta forma as minhas influências são inequivocamente uma mistura de todas estas vivências e daquilo que o meu imaginário depreende delas.

M.L: Faz teatro, cinema e televisão. Qual destes géneros que mais gosta de fazer?
R.C.B: Gosto sobretudo de representar.

M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora, durante o seu percurso como atriz?
R.C.B: É para mim difícil de lhe responder a essa pergunta, porque o último trabalho é de algum modo o resultado do anterior e assim de todo um percurso. Nesse sentido todos me marcaram.  

M.L: Em 2008, participou no telefilme “Anjos de Serviço” da série “Casos da Vida” (TVI), na qual interpretou a personagem Paula Santos. Que recordações guarda desse trabalho?
R.C.B: A Paula era uma mulher simples que queria o melhor para o seu filho. Talvez por ser de uma classe social mais desfavorecida havia nela uma exigência e uma vontade que o filho vingasse na vida, e talvez pelo facto de o educar praticamente sozinha o seu cansaço tornava-a por vezes ansiosa e agressiva aos olhos dos outros. Mas quem nós somos na realidade não é necessariamente como nos vêem, não acha?

M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção nacional?
R.C.B: Infelizmente, o teatro sobrevive com muita dificuldade, mas não deixa de ser para mim a casa onde se pode sonhar e fazer sonhar.

No que diz respeito à ficção nacional parece-me que tem evoluído cada vez mais e fico contente por saber que começam a haver cada vez mais projetos em que vão buscar atores com formação e diretores de atores maravilhosos, autores que sabem escrever e equipas felizes, como foi o caso de “Belmonte” (TVI), uma novela que tive o prazer de fazer mais recentemente.

M.L: Em 2015, celebra 17 anos de carreira, desde que começou com o espetáculo “Área Medioeva” em 1998. Que balanço faz destes 17 anos?
R.C.B: Bastante positivo. Vivi-os sempre a trabalhar. Que mais se pode querer?

M.L: Além da representação, também é encenadora. Em qual destas atividades em que se sente melhor?
R.C.B: Não consigo separar-me nem separar estas atividades, porque para mim fazem parte da necessidade de criar, recriar, habitar, inventar, da minha maneira de ver a vida. A minha profissão é um veículo por excelência para expressar essa minha visão e que apenas é dada por linguagens diferentes.

M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na representação?
R.C.B: Que trabalhe muito, que seja muito sério na forma como encara a profissão e que seja saudável. Um ator é um atleta de alta competição. Tem de estar pronto para entrar em qualquer campeonato e vestir qualquer fato. Deve jogar sempre para ganhar a taça de campeão do Mundo.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
R.C.B: Planeio o meu regresso ao teatro para muito breve bem como o regresso à televisão.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua vida?
R.C.B: Um retiro de silêncio.ML

Fotografia: Bruno Simão

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