A nova entrevista publicada no âmbito da telenovela "Cinzas", desta feita ao ator Júlio César que interpretou o vilão "Jaime Abreu" que era casado com Matilde Veiga (Maria João Luís), a filha meio desequilibrada do protagonista, Rui Veiga (Armando Cortez). Esta entrevista foi feita no dia 5 de Março de 2013.
M.L: Quando surgiu o convite para participar na
telenovela “Cinzas”?
J.C: Já não me lembro muito bem, mas penso que o convite
foi feito pelo Nicolau Breyner. Ele é, de facto, o “pai das telenovelas
portuguesas”.
M.L: “Cinzas” foi escrita por Francisco Nicholson em
parceria com Ângelo Granja. Qual foi a sua sensação, quando leu o guião escrito
por ambos?
J.C: Lembro-me de ter lido uma sinopse e de ter gostado
da “estória” principal. Depois, à medida que os episódios iam surgindo, é que
tomávamos conhecimento das cenas e da trama a desenvolver...
M.L: Em “Cinzas”, interpretou o vilão Jaime Abreu que
era casado com Matilde Veiga (Maria João Luís), a filha do protagonista Rui Veiga
(Armando Cortez). Que recordações guarda da sua personagem?
J.C: Não andava muito longe da
“estória” de qualquer vilão. Era um tipo “meio vigarista” que se insinuava
muito perante o sogro e aturava uma mulher meio desequilibrada.
M.L: Houve algum momento marcante para si, durante as
gravações de “Cinzas”?
J.C: Todos os momentos eram marcantes. Sabíamos todos que
estávamos a dar os primeiros passos numa indústria nova, para nós, e que
tínhamos a grande concorrência das telenovelas brasileiras.
M.L: “Cinzas” foi realizada pelo falecido realizador
brasileiro Regis Cardoso. Que recordações guarda dele?
J.C: Sempre tive uma boa relação com o Regis. Era um
realizador ágil, que pensava rápido, com grande experiência na profissão. Ficámos
amigos e visitou-me várias vezes... sempre que vinha a Portugal.
M.L: Como foi trabalhar com o elenco de “Cinzas”?
J.C: Lembro-me de um
grande ambiente em estúdio. Todos empenhados em dar o seu melhor. Guardo gratas
recordações do Armando Cortez e da Marianinha Rey Monteiro. Tenho saudades
deles. Grandes Mestres!
M.L: O que é que achou do trabalho de Francisco
Nicholson e de Ângelo Granja na escrita de “Cinzas”?
J.C: Uma grande capacidade
de trabalho. Muita dedicação. Muitas noites sem dormir. Lembro-me do Chico
Nicholson andar de gravador no carro, para onde debitava cenas e ideias que
mais tarde nos apareciam em forma de texto...
M.L: Como era o ambiente nas gravações de “Cinzas”?
J.C: Boa energia, gente nova e mais velha que se respeitava
e divertia imenso com o trabalho. Não havia tanta pressão...
M.L: Que recordações guarda do tempo em que trabalhou
em “Cinzas”?
J.C: Guardo boas recordações de todos
os meus trabalhos. Ontem como hoje levo estas coisas com muito entusiasmo e
prazer. Divirto-me a gravar e ainda por cima me pagam...
M.L: “Cinzas” celebrou 20 anos de existência em 2012.
Tem saudades deste trabalho?
J.C: Já passaram 20 anos? Pois é. A
vida passa rápido... mas tenho mais saudades do que está para vir...
M.L: “Cinzas” foi a primeira telenovela produzida pela
NBP (atual Plural) que foi fundada por Nicolau Breyner (que também participou em “Cinzas”). Como vê o percurso que a
produtora tem desenvolvido até agora?
J.C: Os tempos são outros, a responsabilidade é
maior. Penso que valeu a pena dar passos e construir um caminho para a ficção
portuguesa. As produtoras portuguesas estão de parabéns. A NBP desbravou
caminhos novos e o Nicolau merece a nossa admiração.ML
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