M.L: Quando surgiu o convite para participar na
telenovela “Cinzas”?
M.J.L: Foi há muito tempo
que surgiu este convite e para mim foi muito importante, porque foi uma forma
de me tornar mais conhecida do grande público, embora já tivesse feito muitas coisas
em televisão que se fazia na altura.
M.L: Em “Cinzas”, interpretou Matilde Veiga, a
desequilibrada filha do protagonista Rui Veiga (Armando Cortez) e era casada
com o vilão Jaime Abreu (Júlio César). Que recordações guarda da sua
personagem?
M.J.L: Eu guardo boas
recordações. Também estávamos todos muito no início e então andava toda a gente
a aprender e a tentar perceber como é que se devia de fazer para se fazer um
bom trabalho e um bom produto. Tivemos alguns percalços na construção da novela
e até da própria personagem, porque eles queriam que a “Matilde” tivesse o cabelo
comprido e eu tinha o cabelo curto na altura e então acharam que o melhor era pôr
uma peruca. Foi uma péssima ideia, porque a peruca não resultava e diziam que
era falso. Mas foi interessante.
M.L: Como foi trabalhar com o elenco de “Cinzas”?
M.J.L: Foi muito
agradável. Éramos todos muito cúmplices de uma maneira geral, desde a
realização, à equipa técnica até aos atores, trabalhava-se muito em equipa
mesmo e estávamos muito empenhados em fazer com que “Cinzas” fosse uma coisa
muito boa e trabalhava-se com uma paixão que hoje em dia não se encontra.
M.L: “Cinzas” foi realizada pelo falecido realizador
brasileiro Regis Cardoso. Que recordações guarda dele?
M.J.L: Era um homem muito
cansado de fazer novela e que já vinha do Brasil com um passado de novela muito
grande. Notava-se que havia um certo cansaço nele, mas acabou por resultar num
belo trabalho dele.
M.L: “Cinzas” foi escrita por Francisco Nicholson em
parceria com Ângelo Granja. O que é que achou do trabalho de ambos na escrita
de “Cinzas”?
M.J.L: Era extraordinário.
Eles eram muito bons e pessoas muito talentosas de forma que foi muito
agradável e foi um trabalho que eu achei muito bom da parte deles.
M.L: Que recordações guarda do tempo em que trabalhou
em “Cinzas”?
M.J.L: Foram momentos bons
passados ao lado de grandes atores, privei muito com muitos atores nomeadamente
a Mariana Rey Monteiro, o Armando Cortez, o Júlio César e sobretudo o Nicolau (Breyner).
Eu sempre gostei muito do Nico, sempre nos demos muito bem e trabalhar com ele para
mim era um prazer até porque somos muito parecidos mesmo a trabalhar, somos um
bocado indisciplinados no que toca ao texto e aquela coisa de não dizer o que exatamente
lá está, inventámos um bocado de maneira que trabalhar com uma pessoa que é
parecida contigo quando é assim é muito agradável. Acresce muito.
M.L: “Cinzas” foi o seu primeiro trabalho de grande
visibilidade em televisão. Como é, hoje em dia, a sua relação com a televisão?
M.J.L: Eu gosto muito de
fazer televisão, estou farta de sempre dizer isto nas entrevistas. Como eu
tenho uma energia muito grande, toda aquela adrenalina, toda aquela coisa que
se vive quando se está a trabalhar em televisão preenche-me muito e gosto
imenso. Tenho uma boa relação ainda hoje com a televisão.
M.L: “Cinzas” celebrou 20 anos de existência em 2012.
Tem saudades deste trabalho?
M.J.L: Sim, tenho saudades desse tempo, do tempo em
que nós trabalhávamos com uma perspetiva de futuro que hoje parece que não
existe tanto.ML
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